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novembro 2006 Archives

novembro 1, 2006

I (Don't) Wanna Rock

www.unisinos.br/formacao_especifica/rock/

Estou chocado.

Não preciso ler mais do que os textos introdutórios pra querer me esconder.

E o pior é que ainda por cima acham que estão sendo pioneiros no Estado.

Pois aviso: nenhuma escola é melhor do que a Fabico. Aquilo sim é ROCK AND ROLL.

Desculpe informar.

novembro 3, 2006

Aviso oportuno

Vou alertar enquanto ainda há tempo:

Desiste do Mundial, Colorado.

Vamos apostar nesse Brasileiro, que tá mais fácil do que se dar bem no Japão.

Muricy é NATURAL BORN LOSER, não adianta.

Depois não digam que eu não avisei.

novembro 4, 2006

Não voLLta

poison.jpg

"Guns N’ Roses is not a hair band. Guns N’ Roses was the last great American rock band."

Essa afirmação - mais do que verdadeira, obviamente - foi tirada dos comentários da lista semanal que rola no site da Rolling Stone. Nessa semana, o assunto é o famigerado Hair Metal. Segundo a revista, tem cheiro de revival do estilo no ar.

Espero que não, apesar de eu amar esse tipo de som. Pode parecer contraditório, já que casualmente estava pensando nisso ontem, ao constatar como é ruim não poder ouvir hard rock numa festa "normal", digamos assim. Só em noites posers no atual Mosh (e eterno Guanabara pros fãs de hard), onde o ambiente é insalubre e só tem adolescentes, basicamente.

Gostaria mesmo de ouvir com uma certa freqüência, mas sem tem que ser num clima cult, que sempre é uma coisa danosa. Queria poder escutar como se escuta U2 no Dado Bier, por exemplo. Simplesmente porque o som é legal.

Agora, se essa pretensa volta servir pra eu ver show do Def Leppard no Brasil, daí eu recebo de braços abertos, trajando colete de couro sem camisa. Só não quero ver gente abandonando o All Star e calçando bota tigrada. Mantenham suas convicções, por favor.

P.S.: foto tirada do livro American Hair Metal, recém lançado e cujo título é auto-explicativo.

novembro 5, 2006

Acontece, néam

Eduardo diz:
HJ NAO FOI GRENAL.....FOI GRELINHO!!!!>>>GREMIO X ROLINHO
ACHO QUE ALGUÉM NÃO VAI PRA LIBERTADORES... diz:
HAHAHAHAHAHA!

Sem comentários.

Foi lindo.

(te cuida, Muricy.)

novembro 7, 2006

Please don't rock me tonight

Bela discussão sobre o curso de rock da Unisinos no fórum do Cifra Club.

As coisas iam bem, com argumentos válidos de ambos os lados, até que veio o seguinte comentário:

Dogs2
Veterano # Enviado: 4/nov/06 18:24
Quote

esse curso é só uma evolução desses nerds que ficam se gravando numa webcam se mostrando mais rápido que o Schumacher na guitarra

agora eles vão ter seu lugar na faculdade

Depois de quase engasgar com essa colocação genial, segui lendo os comentários até encontrar um muito pertinente e que resume o que penso a respeito do assunto, mesmo sendo de alguém a favor do curso (coloco resumido aqui porque o orginal é muito extenso):

Bog
Membro Novato # Enviado: 7/nov/06 03:24
Quote

(...) A minha única crítica com relação ao curso é que é uma coisa meio restritiva por si só. Não sei se o mercado tem capacidade para absorver essas pessoas, ou mesmo valorizar esses diplomas. O que me incomoda é mais a idéia de que vai ter muito guri todo faceiro com a sua faculdade de rock, que depois vai sair e abrir uma loja de CD ou de guitarra, ou ainda fazer concurso público para fiscal da receita. Mas isso acontece com outros cursos, como jornalismo ou publicidade (meu irmão é publicitário), que têm muita concorrência para pouca oportunidade.

Pois é, Bog. Também acho que vai ter muito guri se matriculando só pra dizer que faz curso de rock. Quem sabe eu não convido um deles pra abrir uma loja de CD? Ele entra com o diploma na parede e a formação teórica e eu com a cara de pau e a formação empírica.

Parece promissor, não?

novembro 8, 2006

Histórias (sur)reais

1986.

Jacques Maciel chega aos Estados Unidos logo após o revéillon para uma temporada de estudos na Califórnia. No dia 18 de janeiro, vai ao The Roxy, em Hollywood, assistir ao show de uma novata banda local, chamada Guns N’ Roses. A apresentação é memorável, especialmente por causa de uma música: Don’t Cry. A ótima melodia impressiona Jacques de uma forma irreversível. Tudo que ele queria ali era montar uma banda e fazer canções poderosas como aquela.

Ainda levaria mais um ano para que ele voltasse ao Brasil e começasse a montar a banda que tanto sonhava. Quando retornou, o Guns já estava estourado aqui com o álbum "Appetite For Destruction". Ao contar para os amigos a experiência vivida no The Roxy, ouviu coisas como “Ah, duvido que essa tal de “Don’t Cry” seja melhor do que “Sweet Child O’ Mine, jura” ou “Don’t Cry? Pfff. “Think About You” é A música”. Mas Jacques reuniu os companheiros de rock e mostrou na guitarra a força daquela balada. O impacto foi imediato e serviu para motivá-los ainda mais a montar uma banda de hard rock. Nascia aí a Rosa Tattooada.

A banda foi se profissionalizando cada vez mais, fazendo shows e gravando suas músicas próprias em demos. Até que em 1990 veio o convite para lançar o primeiro disco pelo pequeno selo Nova Idéia. Dentre as faixas, trazia uma intitulada “Voltando pra casa”, com uma introdução marcante – e familiar:

Rosa Tattooada - Voltando pra casa (1990)

A semelhança com o início de “Don’t Cry” estava lá, com a diferença do ritmo ser bem mais rápido. O disco foi lançado e projetou a banda regionalmente e também nacionalmente, levando à gravação de um álbum pela Sony Music em 1992, com praticamente o mesmo repertório do primeiro trabalho. Incluindo “Voltando pra casa”. Porém, nesse meio tempo saiu o aclamado álbum duplo do Guns N’ Roses, “Use Your Illusion”. E um dos maiores sucessos do disco I era justamente uma faixa chamada “Don’t Cry”, aquela mesma ouvida por Jacques cinco anos atrás:

Guns N' Roses - Don't Cry (1991)

O lançamento desse clássico do Guns acabou atrapalhando os planos de regravar “Voltando pra casa” no novo trabalho. Jacques ainda tentou manter a música exatamente como era, mas o produtor do disco, Thedy Corrêa, condicionou a permanência da faixa a uma mudança na introdução, para não soar como um plágio da canção gunner. Contrariado, Jacques foi para o estúdio e tentou compôr outra introdução. Depois de inúmeras tentativas, resolveu simplesmente suprimir o começo original e iniciar a música a partir do riff hard. E assim ela foi lançada:

Rosa Tattooada - Voltando pra casa (1992)

O disco foi um sucesso, garantindo inclusive a abertura do show do Guns em 1992, em São Paulo. “Voltando pra casa” se tornou um sucesso, sendo uma das músicas mais pedidas pelos fãs em qualquer show da banda – na versão de 92, convém dizer. E até hoje, quando Jacques Maciel e Thedy Corrêa se encontram, lembram dessa “coincidência” das músicas e dão boas risadas rememorando aqueles tempos em que ainda havia bandas de rock de verdade para se copiar.

novembro 9, 2006

Um embalo com

Há quase seis anos, no dia 30 de dezembro de 2000, foi ao ar na Rádio Vale Feliz FM um programa de três horas de duração só com Renato e seus Blue Caps. O repertório foi o seguinte:

- Eu quero twist
- Estrelinha
- Lobo mau
- Darling
- Meu amigo do peito
- Meu primeiro amor
- Menina linda
- Fugitivo
- Tudo tem seu preço
- Já não precisas mais chorar
- Como há dez anos atrás
- Te adoro
- Feche os olhos
- Quando a cidade dorme
- Disse me disse
- Playboy
- Quis fazer você feliz
- O dia em que Jesus voltar
- Ana
- O brinquedo se quebrou
- Não me diga adeus
- O escândalo
- Perdi a esperança
- Louco por você
- A primeira lágrima
- Não quero ver você chorar
- Não vá embora sem me dizer
- Só por causa de você
- Essa noite não sonhei com você
- Vontade de viver
- Sou apenas um alguém
- 365 dias do ano
- Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço

Ao final das trinta e três músicas, tive uma certeza: essa é a melhor banda do Brasil.

E é ela que vai tocar hoje à noite no Teatro do Sesi, junto com os Golden Boys, outra banda sensacional.

Enquanto a elite porto-alegrense e os mudernos de plantão tiveram sua noite de glória ontem com o show do BLACK EYED PIÇA, a minha será hoje, quase ao lado.

Se rolarem umas dez músicas daquele repertório ali, já sairei às lágrimas.

Se rolarem mais, sairei num caixão.

Adeus.

novembro 10, 2006

A saudade que ficou

Tenho sérios problemas com expectativas. Sou aquele tipo de pessoa que joga a expectativa lá pra cima em qualquer situação e quando as coisas não saem como eu imaginei, me frustro horrores.

Juro que sempre penso "na próxima vez, não vou criar grandes esperanças de que vai ser legal", mas acabo cometendo o mesmo erro, não adianta.

Mas quando acontece o oposto e sou surpreendido, é bom demais. MUITO BOM.

E foi o que aconteceu ontem no Teatro do Sesi, nos shows do Renato e seus Blue Caps e Golden Boys. Dizer que foram os melhores shows do ano e provavelmente os melhores que já vi na vida seria pouco. Mas então, o que falar? Talvez comentar o repertório, a beleza das músicas e dos arranjos. Mas ainda não seria o suficiente.

Acho que o melhor é dar um exemplo de um fato ocorrido durante o show do Renato e seus Blue Caps. Uma hora eles pararam o show e abriram pra perguntas do público, colocando um microfone na boca do palco. Eram pra ser apenas cinco perguntas, mas acabaram sendo feitas umas quinze.

Um senhor vai ao microfone e diz que veio de Canela só pra ver o show, pois a banda é a coisa mais importante na vida dele, marcou todos os momentos importantes. "Eu amo vocês", repetiu umas três vezes. E emendou: "Vocês moram no meu coração, na minha alma, no meu espírito", visivelmente emocionado. Meus olhos ficaram marejados e olhei pra cima, agracendo por estar ali.

E o fato de saber que consegui ver um show do Renato e seus Blue Caps exatamente 40 anos depois de o meu pai tê-los visto aqui em Porto Alegre só torna tudo ainda mais significativo.

Gostaria que os meus filhos um dia pudessem ter essa mesma experiência que eu tive. Infelizmente, sei que vai ser impossível, já que não há banda representativa o suficiente hoje pra que eles possam admirar daqui a quatro décadas, muito menos a banda há mais tempo em atividade no mundo (sim, isso é verdade).

Mas só de ter presenciado aquelas cenas íncríveis e depois ver o brilho nos olhos do meu pai ao contar como foi, sei que as minhas expectativas foram superadas de uma forma que nunca mais vou esquecer.

Acho que finalmente aprendi que criar expectativa às vezes não é tão ruim. Muito pelo contrário.

novembro 11, 2006

"Quadris não mentem, 2006 tá aí pra provar"

Essa e outras verdades estão no quinto episódio do podcast Solo de Óculos Escuros.

Como já foi mencionado pelo Menezes, aparece pela primeira vez o NAKED WARNING, criado pelos rapazes pra avisar quando uma música obriga o ouvinte a ficar nu pra apreciar melhor a canção.

Creio que todos entendem essa necessidade de se despir ao escutar certas músicas, não?

Ouçam lá e chorem. Pelados, de preferência.

novembro 13, 2006

Convite à nudez

bush.jpg

Pessoas me perguntam qual o sentido de ouvir música nu, chorar pelado, essas coisas.

Difícil explicar em palavras, é apenas uma necessidade incontrolável de se livrar das vestes pra viver em plenitude os sentimentos.

Inclusive a amiga Ericka deu a idéia do pessoal do Solo de Óculos Escuros lançar um concurso: "MANDE SUA FOTO OUVINDO O 'SOLO DE ÓCULOS ESCUROS' NU". Seria no mínimo curioso e acrescento que poderia ser usado o mesmo e-mail que a turma disponibiliza pra enviar as músicas pros interessados: arrependa.se@gmail.com.

No final das contas, a nudez acaba sendo inevitável. E ninguém, repito, NINGUÉM está livre dela, mesmo contra à vontade.

A capa da Veja dessa semana não me deixa mentir, convenhamos.

novembro 14, 2006

Posso falar sobre qualquer coisa, desde que seja sobre música.

Foi só começar o blog pra eu me pilhar e resolver atualizar o FOTOLOG TEXTUAL também, um projeto muito querido.

Continuando com a minha prestação de serviços musicais de utilidade pública, começa hoje uma série de melhores coletâneas, com aquela profusão de estilos já conhecidas dos freqüentadores daquele espaço. Espero não abandoná-lo tão certo, porém agora ele vai dividir atenção com o blog. Trabalho dobrado, mas é só assim que funciono, mesmo. Quanto mais coisa eu tenho pra fazer, mais eu quero inventar coisas novas.

Em outras palavras: OVERDOSE MUSICAL À VISTA.

Acessa www.fotolog.com/roxbury e tenta não ficar vesgo. Já é um bom começo.

novembro 16, 2006

Y abrazarte con tal fuerza que te parta hasta los huesos

Quisera eu ter tempo pra escrever sobre todos os discos maravilhosos que ouvi na vida. Como isso é impossível, me contento escrevendo sobre alguns (poucos) deles lá no Roxbury e em breve por aqui também.

Mas tem horas em que o cara não consegue simplesmente ouvir um disco e fazer de conta que é só mais um. Ah, mas não MESMO. Apesar de que não vou falar sobre o disco em si, e sim sobre algumas músicas em particular. O álbum é o "Pies Descalzos", da Shakira, mas vou me deter apenas nas baladas.

Algúem conhece músicas mais belas do as que tem lá, cantadas em espanhol? Sério, pergunto porque nunca ouvi coisa igual. "Antología", "Quiero", "Te necesito" e "Pienso em ti" são baladas espetaculares. E pensar que ela tinha só DEZOITO ANOS quando gravou essas pérolas. Vai fazer música boa assim lá no quinto dos inferno!

Que disco. Que músicas. Ouçam as baladas. Leiam as letras. Apaixonem-se por elas.

Vale a pena.

novembro 17, 2006

Vestibular

1. Considerando-se como espaço a cidade de Porto Alegre e como período o dia 16 de novembro de 2006, é correto afirmar que assistir a um show de verdade é:

a) Ver duas bandas com elementos de BRASILIDADE tocarem para um público "seleto", de formadores de opinião e afins;

b) Ver apresentação de rapper em bar na região denomidada de BRASIL SUADO, com todas as suas implicações antropológicas;

c) Ver uma das maiores bandas do Rio Grande do Sul tocar diversos clássicos e ainda ser brindado com covers de "Paranoid", do Sabbath, "Breakin' The Law", do Judas, e "Rock N' Roll All Nite", do Kiss.

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A respostas correta pode ser enviada para o meu e-mail. As respostas erradas são dispensáveis.

Grato.

novembro 18, 2006

I Hate Alternative Rock

Segundo disco da série de melhores coletâneas de todos os tempos lá no Roxbury. "No Alternative" tem músicas raras de bandas sensacionais, vale a pena ouvir. Quem não conhece pode pedir a minha fita cassete emprestada. Desde que devolva depois, claro.

VAI.

novembro 20, 2006

Podre Cabeleira E O Dia Em Que Seremos Todos Horríveis

O assunto já me enervava, mas o Cavinato botou mais lenha na fogueira ao afirmar que viu vários "cabelos geniais" na Argentina. Não conheço Buenos Aires, mas tenho um medo absurdo de afirmações como essas. Se o cabelo dos homens já é sofrível, o das mulheres não deve ser diferente.

E não preciso ir muito longe pra que o meu medo desses cabelos aumente. É só andar por aqui mesmo que o estrago já é enorme. Fico realmente impressionado com a cultura do CABELO FEIO que tem surgido nos últimos tempos. Alguém pode me dizer porque é legal assassinar o cabelo com penteados GROTESCOS?

Ir em festa de ou com indies é uma experiência traumatizante. A quantidade de cortes "exóticos" (ah, os eufemismos...) tem aumentado numa proporção assustadora. Por isso, lanço aqui uma campanha de coração, em nome da volta aos cabelos normais, intitulada "CABELO FEIO NÃO É BONITO". É só o que peço. Nem sempre é legal inventar. Às vezes a simplicidade é a melhor coisa do mundo.

Seguem algumas frases que pretendo transformar em adesivos e espalhar pela cidade. Acho que farei uns banners pra mandar por e-mail, também:

"Cabelo bonito já. Meus olhos agradecem."

"Minha retina não te fez nada."

"Cortador de grama: OUT. Tesoura: IN."

"Senso estético: não trabalhamos."

"Quem ama o feio, blasé me parece."

Contribuições são bem-vindas.

Onde isso vai parar?

Tá no ar o sexto episódio do podcast Solo de Óculos Escuros. Mais fatal do que nunca.

Tenho o hábito de anotar no bloco de notas as barbaridades que a rapaziada fala e dessa vez a produção foi impressionante. Tão impressionante que resolvi escrever aqui as pérolas:

"Hoje vocês vão ter que me convencer. Não estou disposto a aceitar todas as músicas."

"Mas é um cân-gân maior do que Morbid Angel, cara."

"Sassá Mutema é perfumaria."

“Começa com um baixo dentro dum poço e chega a guitarra de avião.”

"Bryan Adams deveria ser mais Bon Jovi e Bon Jovi deveria ser mais Bon Jovi roots."

"Isso lembra aquela vez que o Van Damme ficou de pau duro no palco do Domingo Legal."

"Meu vinil não mente."

"Samba rock é o ganha-pão da música popular brasileira."

"No cais ninguém se respeita."

"Faz só um fade to black pra nós."

"Definitivamente, reggae só pode ser feito por branco."

"Ninguém precisa se enforcar pra fazer sucesso."

Minha grande dúvida agora é: será possível superar o nível de demência no próximo programa? Vou aguardar ansioso.

novembro 21, 2006

LSD no Nescau

desenho_lisergico_crop.jpg

Reparem neste desenho. Ele foi feito por uma criança de 9 anos, filha de um funcionário de um frigorífico. Esse é o jeito que ela enxerga o trabalho do pai, que convém basicamente em matar frangos.

Mas para a menina imaginativa, a atividade paterna consiste em controlar a mente das galinhas através de óculos especiais (na tela de um dos funcionários, está escrito "CONTROLE DE MENTE"), que funcionariam - creio eu - como alteradores da percepção, pois uma das galinhas na parte de cima do desenho diz "Cara, depois que inventaram esses óculos meus estresses acabaram".

A galinha bem no canto inferior diz "Não vejo a hora!" e a que já está dentro do tubo fala "Eu vejo a luz!". Dentro da máquina, estão galinhas penduradas pelas patas, já sem cabeça e prontas pro GOLPE FATAL.

Mas talvez o mais sensacional - e mórbido, convenhamos - é a mesa com consumidores ávidos por experimentar o produto. E viva a diversidade racial, já que temos uma loira, um chinês e um membro de alguma tribo africana. Tem até um surfista lá no fundo, esperando a sua vez de castigar um franguinho.

Confesso que fiquei realmente impressionado com a LISERGIA do desenho, em se tratando de uma criança de 9 anos. O que ela estará desenhando aos.. sei lá, 13?

Não respondam, por favor. Prefiro não saber. Mesmo.

novembro 23, 2006

DISCOS QUE TU NUNCA VAI OUVIR (porque te acha bom demais) - Parte 1

Off The Wall - Freestyle

Esqueçam Dick Dale e The Ventures. Surf music de verdade é Hoodoo Gurus, Spy Vs. Spy, Australian Crawl. E Off The Wall, claro. Maior banda gaúcha do estilo, eles estouraram com uma música chamada “Valentina”, cover do Jack Green. E até pouco tempo, era só o que eu conhecia deles. Até que tive acesso ao disco que contém essa faixa, intitulado Freestyle, e vi que tinha mais o que escutar.

O instrumental é muito bom, com guitarras pesadas e um baixão marcado em quase todas as músicas. Destaque pros nomes de algumas faixas, como “Pakalolo Hash Buds”, “Summer, Party, Chicks” e “Hawaiian Dream”, entre outras. O disco em geral me surpreendeu bastante, principalmente em “Black Trunk” (solo espetacular), “Pizza To Go” (começo puro metal e melhor nome) e “Thinking Tonight” (bela melodia).

A única música em português é a que dá nome ao disco, “Freestyle”. A letra é totalmente jingle de loja de surf: “Pegar onda no estilo, querendo sempre mais e mais/E dentro d’água eu lavo alma, penso até em novo amor/Agora sou free, freestyle”. Mas a melhor parte é essa (caps meus): “Fui direto pra Ferrugem, de moto e WALKMAN/Já vi a galera no canto, enrolando um/Já teve UM ROLA na areia, é jiu-jitsu/Passo PARAFA na prancha e vou surfar”. Que aula.

Talvez só fosse melhor se o grande sucesso deles fosse uma música própria, mas se bandas como o Frente! conseguiram estourar com um cover, por que a Off The Wall não poderia? O que importa é que “Valentina” é histórica. Quem já ouviu a rádio Atlântida indo pra praia pela Free Way não me deixa mentir.

Vale a pena escutar. Se bem que tu nunca vai ouvir, mesmo.

novembro 24, 2006

Comando para matar

O mundo das academias é realmente peculiar. Ontem ouvi o papo de dois instrutores, enquanto me aquecia:

Instrutor 1: "Os equipamentos que já existiam nos Estados Unidos nos anos 70 só foram chegar aqui nos anos 90."
Instrutor 2: "Certo, aqui é tudo atrasado, mesmo."
Instrutor 1: "Bah, tu sabe quanto o ARNOLD tinha de braço com 15 anos? Quarenta e seis!"
Instrutor 2: "Sim, lá o cara começa a malhar no colégio, desde pequeno. Imagina se tu bota um guri de 12 anos pra malhar aqui. Te processam!"
Instrutor 1: "É. Lá, se acontece alguma coisa com o guri, a responsabilidade é dele. Aqui, tu te dá mal."
Instrutor 2: "Foda."

Tentei fazer de conta que estava achando aquele papo muito normal, apesar do meu olhar de espanto. Felizmente não pediram a minha opinião. Mas deveria ter opinado - e concordado - assim mesmo, daí talvez não tivesse exagerado no peso e não teria acordado sem sentir o braço hoje de manhã. Acho que o instrutor resolveu se vingar do meu silêncio.

Pelo menos aprendi: a partir de hoje, vou sempre concordar com o meu instrutor. E quando tiver um filho, vou chamá-lo de Arnold e levá-lo pra malhar desde cedo. Se algo der errado, não sou eu que vou ser processado, mesmo.

novembro 27, 2006

Faz-me rir

Sou péssimo pra cumprir promessas. Sempre fui, sempre serei. Não sei o porquê, mas ontem lembrei que há pouco mais de dez anos, fiz uma promessa ao entrar no cursinho: seria um cara sério. Isso aí, alguém que não faz piadas, que não banca o engraçadinho da turma. Desse jeito, eu achava que teria mais sucesso com as mulheres, já que sempre via meus colegas de colégio se dando bem enquanto eu ficava como o amigo engraçado das gurias, que diverte mas não serve pra dar uns pegas.

Acho que a promessa deve ter durado umas duas semanas, e olhe lá. Quando o cursinho acabou, eu já era um dos mais palhaços da turma, daqueles que o professor entra na sala e já faz alguma piadinha pra desmoralizar o “humorista” da classe. As gurias até gostavam bastante das bobagens, mas não preciso dizer que não peguei ninguém durante o ano inteiro (sim, ainda fiz o extensivo, pra piorar as coisas).

Passei no vestibular e entrei na faculdade. Era hora de renovar a promessa, quem sabe agora dava certo? Dessa vez nem lembro quanto tempo durou, mas sei que não passou do primeiro semestre. O resto da história muitos aqui conhecem, digamos que seriedade não foi uma das características mais marcantes durante os cinco anos de faculdade.

Ainda demorou um bom tempo, mas fui me dando conta de que era contra a minha natureza tentar manter uma seriedade artificial, quando tudo o que eu queria era fazer piada com qualquer coisa ao redor. E que dava pra falar bobagem e não ser apenas um amigo engraçado das gurias, e sim algo mais.

Não por acaso, há quase quatro anos tenho ao meu lado uma pessoa que ri de tudo o que eu falo. Inclusive da história dessa promessa.

As coisas mudam, realmente.

novembro 28, 2006

Assuntos caseiros

Eis que é chegada a hora da troca mensal de destaques na parte direita da home do Insanus. E que melhor companhia poderia eu querer do que a do podcast Solo de Óculos Escuros e do blog Impedimento, capitaneado pelo genial Douglas Ceconello?

Aproveito pra agredecer publicamente ao Gabriel "Sr. Insanus" Pillar pelo texto definitivo sobre esse blog - e sobre a minha pessoa, também. Sim, porque aquelas oito linhas são tão verdadeiras que passei a usá-las no meu about do Orkut. Baita poder de síntese, hein, rapaz?

E aguardem mais novidades na home do Insanus. Não sei ainda quais são, mas a equipe envolvida no planejamento é de especialistas em Insanidades. Preparem-se. A DETONAÇÃO DO ROCK AND ROLL está só começando.

novembro 29, 2006

Eu nunca barranqueei uma ovelha

Está decidido: meus filhos vão crescer no interior. Não tanto pela qualidade de vida, mas sim pra sentirem algo que invejo: o deslumbre com a capital e a alegria na volta pra terra natal.

Há anos acompanho as reações de amigos que vieram pra Porto Alegre estudar e essas duas sensações são bem recorrentes. Como alguém nascido aqui e de pais também nascidos no PORTINHO, não sei o que é descobrir a cidade (e se perder, como muitos) nem torcer pro final de semana chegar e poder dar uma desligada da correria ao voltar pro lugar de nascença.

Tenho certeza que esses sentimentos engrandecem a pessoa. Ter duas cidades te faz enxergar as coisas de uma outra forma, além da possibilidade de optar por uma delas em definitivo quando estiver a fim.

Ainda vai demorar um tempo, mas quando as crias chegarem, arrumo as malas e me escondo em algum canto tranqüilo. Sei que eles vão me agradecer eternamente por propiciar essa experiência. Não dizem que os pais costumam viver algumas coisas através dos filhos?

Pois é. Algo me diz que é verdade.

novembro 30, 2006

Eu tive um sonho

Vou te contar.

Eu era convidado pelo Marcelo Birck (leia mais sobre ele aqui também - heh) a colocar som em festas de casamento, junto com ele. "Deve rolar por uns quatro meses", ele me disse. Topei na hora, parecia uma grande idéia.

O batismo (sinto cheiro de trocadilho) se daria no casamento da irmã (inexistente, que eu saiba) da Larissa. Os preparativos da festa indicavam que a coisa seria bem chique, o que me deixou um pouco nervoso. Mas tava emplogado com a possibilidade de tocar músicas dançantes que adoro num evento desses.

O problema foi quando o Birck comentou que eu tinha que me ligar no tipo de som que ia colocar: "Te liga que esse pessoal se amarra num PSY." Daí a casa caiu. Psy? Eu odeio esse tipo de som. Imagina ter que tocar isso numa festa! Não me recordo se rolou alguma referência à quantia a ser recebida pelo trabalho, mas sei que mantive a decisão de tocar.

A missão agora era procurar músicas desse estilo pra colocar. Sei que fomos até a casa onde seria realizada a festa e me espantei com a grandiosidade da decoração. Só serviu pra aumentar o meu nervosismo. Eu ia ter que primeiro me familiarizar com o psy pra daí ter condições de pensar num repertório. Fiquei andando pelo jardim da casa dum lado pro outro, perdido. Mas o Birck me incentivava a tocar. Depois não lembro de mais nada, acho que acordei em seguida.

Creio que isso seja um aviso pra mim. No último casamento que fui, há umas três semanas, fiquei pensando seriamente em começar a colocar som em festas desse tipo. Me pareceu bem divertido. Mas esse sonho mudou um pouco as coisas. Vai que no meu primeiro trabalho surge uma bomba como essa.

Por via das dúvidas, é melhor não arriscar.

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