Chorei um Mississipi
Apesar deste blog andar às moscas, eu tinha dois posts programados pra escrever. Porém, o destino me fez mudar os planos e agora cá estou, completamente transtornado por causa do disco que ouvi há algumas horas.
Com catorze anos de atraso, ouvi o Grace, do Jeff Buckley, enquanto executava tarefas domésticas. Coloquei o álbum pra tocar sem pretensões, só porque estava na pasta que copiei do computador do canadense que morava aqui em casa.
Claro que já tinha ouvido falar no sujeito, principalmente pela morte emblemática dele, mas nunca tinha ouvido sequer uma música. Confesso que não fazia a menor questão, por pensar se tratar de mais um daqueles TROVADORES DE VOZ ROUCA, que não fazem o meu gênero.
Ledo engano.
Com uma voz macia e aguda, me lembrou de certa forma o Chris Cornell, inclusive no som, que achei semelhante a Soundgarden nas horas mais roqueiras, pra minha surpresa total. O disco é perfeito, com arranjos lindos e violões que me deram vontade de aprender todas as músicas e nunca mais chegar perto de um instrumento de seis cordas ao mesmo tempo.
O cover de Hallelujah é sem dúvida a melhor versão já feita dessa que é uma das canções mais belas do universo, e faixas como Last Goodbye, Lover, you should've come over e Dream Brother são provas do que alguém talentoso e que ama fazer música de verdade pode fazer.
É realmente difícil descrever a sensação que tive ao ouvir esse álbum. Me fez sentir com quinze anos de novo, descobrindo músicas com uma voracidade que há muito perdi. Agora vou ter que ir atrás de todas as gravações dele. Se alguém quiser me ajudar, será ótimo.
Obrigado, Senhor. Graça, Jeff.