por Marcelo Firpo

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Fins de janeiros

Eu e minha vida suuuuupermovimentada: vi dois filmes no final de semana, os dois bem mais ou menos.

"O Princípio e o Fim" é um documentário, do mesmo Coutinho que fez Edifício Master. Li uma bela resenha sobre o filme e me toquei para a sessão da meia-noite. O cansaço pode ter influído um pouco, mas achei um filme FLOCHO. No começo ele delimita suas próprias regras: sair por aí sem qualquer esboço de roteiro e conversar com moradores de grotões rurais. Nada contra, mas o que determina a validade do esforço não é o risco que se corre, mas o resultado final apesar deste risco, e neste ponto acho que o filme é exatamente o que se poderia esperar de um documentário sem qualqer esboço de roteiro que se propõe a ouvir moradores de grotões rurais: tem partes boas, tem partes ruins e tem partes que não são nem boas nem ruins. Se eu saísse com uma câmera pelo interior de Cel. Bicaco não seria muito diferente. No mais, fico um vago incômodo, porque ainda que a intenção seja boa, o resultado final lembra um freak show: "Veja essas pessoas tão velhas, encarquilhadas e diferentes de você. Contemple suas unhas muito sujas e tente entender seu dialeto antediluviano. Constraja-se com a urgência do entrevistador em arrancar dos matutos qualquer gracinha que fique bem na edição final." Mas, como eu disse, eu estava com sono. No mais, um ódio vago de resenhistas que são incapazes de escrever que um filme é simplesmente médio, preferindo achar epifanias em tudo, porque o caderno cultural também tem a sua parcela freak show.

O segundo filme, "Paradise Now", tinha tudo pra ser bom, caso se limitasse a ser uma crônica documental de um atentado a bomba na Palestina, coisa que inclusive o é na sua primeira parte. Ali tudo é denso, tudo é espera, e ficamos hipnotizados com a eminência da desgraceira, a forma como as coisas se constroem e até mesmo o ridículo da situação. Aí, de uma hora pra outra, o diretor acha por bem fazer cinemão, e começam perseguições de carro e discussões inflamadas, absurdamente esquemáticas. Os personagens que você achava interessantes e densos quando calados começam uma papagaiada sobre os ônus e bônus dos atentados, vociferam clichês e mudam de opinião como quem troca de camisa. Apesar de tudo, a última cena é legal, um pouco porque volta ao tom inicial do filme.

No mais, tive que ser acordado pelos atendentes da Cultura depois de começar a ouvir o CD novo da Nação Zumbi.

30/01/2006 10:14 | Comentários (5) | TrackBack (0)