por Marcelo Firpo

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This is my job

the_road.jpg

Estava a duas ou três páginas do final, o guri sozinho no meio da estrada, pistola no cinto, apenas esperando, quando precisei parar a leitura para ir no supermercado com o Santiago. Descemos de elevador, peguei o carro na garagem, estacionei, entrei no super, comprei comida, peguei o carro de novo, voltamos pra casa, guardei as coisas na geladeira e, durante todo este tempo, a imagem do guri sozinho no meio da estrada continuava comigo. Isso foi domingo de manhã. Ainda agora, as imagens e algumas falas do livro seguem reverberando. Nunca pensei que fosse gostar tanto. Via aquela capa bonita de "Todos os Belos Cavalos", outro título do mesmo autor, nos balaios da Feira do Livro e pensava "isso aí não é pra mim, é western com verniz literário, não muito diferente dos livros do Corin Tellado de 50 centavos que o meu vô lia aos borbotões". Estava muito errado. Em breve devo comprar outro e mais outros. Muito bom ler um escritor que não fica tentando mostrar que é inteligente, ou dando piscadinhas irônicas por entre as linhas o tempo todo. Um livro rarefeito, sem firulas, simples, simples, simples, desolado como a paisagem na qual se passa. E com dois grandes personagens. Durante todo o tempo em que lia, não pensava exatamente em como a história iria acabar, mas em que ponto o autor deixaria de contá-la, como se ela fosse algo independente dele, que fosse seguir adiante, com a sua narração ou não. Ainda agora me sinto um pouco assim, como se o livro fosse apenas uma espiada num universo que segue existindo, em algum lugar.

25/06/2007 11:44 | Comentários (13) | TrackBack (0)