por Marcelo Firpo

links
Czar
Nihil
Galera, o jovem
Galera, o velho
Martelo
M.O. Joe
Insanus
Bensi
Válvula
Medina
Não irei
Prop
Livros
Organá
R.I.P.

arquivos
novembro 2008
outubro 2008
setembro 2008
agosto 2008
julho 2008
junho 2008
maio 2008
abril 2008
março 2008
fevereiro 2008
janeiro 2008
dezembro 2007
novembro 2007
outubro 2007
setembro 2007
agosto 2007
julho 2007
junho 2007
maio 2007
abril 2007
março 2007
fevereiro 2007
janeiro 2007
dezembro 2006
novembro 2006
outubro 2006
setembro 2006
agosto 2006
julho 2006
junho 2006
maio 2006
abril 2006
março 2006
fevereiro 2006
janeiro 2006
dezembro 2005
novembro 2005
outubro 2005
setembro 2005
agosto 2005
julho 2005
junho 2005
maio 2005
abril 2005
março 2005

categorias





« Vai se acostumando | principal | Here comes nobody »

Jesus H. Christ riding a bycicle down the street

Buenos Aires no carnaval, notas rápidas:

-Santiago, justificando o jejum de um dia inteiro: "Eu quero ficar desse tamanho mesmo".

-Fiquei com a estranha sensação de que fiz mais coisas na última vez em que fomos, no feriado de Tiradentes passado, mesmo tendo chovido três dias sem parar. Talvez tenha sido o impacto de ter revisto a cidade depois de muito tempo, sei lá, só sei que desta vez me pareceu tudo meio normal;

-Ainda assim, comprei dois livros do Roberto Bolaño, que pretendo começar logo depois de "Os detetives selvagens", um CD de tango de uma banda de rua e umas roupas;

-Vi um assalto à luz do dia, em Palermo. Um carinha fugindo de um velhote pelo meio da rua, passa uma moto, o carinha pula na garupa ainda em movimento, o velhote fica gritando, a moto dá uma guinada na primeira esquina e desaparece. Zero de violência, mas cheio de plasticidade, a imagem do cara voando pra cima da moto ainda vívida na minha memória. Parecia que a qualquer momento alguém ia gritar num megafone "corta";

-Ok, deixei o melhor pro final, o verdadeiro motivo pelo qual essa viagem não foi tão legal quanto a última: estamos em Puerto Madero, eu achando tudo meio pra turista demais, resolvemos sentar num restaurante pra comer porque o Santiago já está pingando de sono e certamente vai dormir no táxi na volta. Ele está no último pico de euforia, correndo pra lá e pra cá com a máscara de Power Ranger que acabou de ganhar. Minha mulher termina de comer antes de mim, peço pra ela ficar um pouco com ele, me viro pra terminar uns canelones sem graça e no instante seguinte o guri já está berrando. Não me lembro se cheguei a ver a queda em si, até acho que sim, mas o fato é que, de máscara, ele não enxergou um desnível de um canteiro, tropeçou e bateu com a têmpora esquerda na quina de um sólido banco de madeira. Pego ele no colo, tiramos a máscara, a cara dele já está toda deformada, praticamente dá pra ver o inchaço acontecer, um belo ovo nascendo por baixo da pele. Saímos dali correndo, nos atiramos em um táxi que nos leva a um hospital nas proximidades e lá ele tira duas radiografias pra ver se quebrou o osso. Um pouco mais pro lado e teria pego em cheio no olho. Na manhã seguinte ainda o levo num hospital oftalmólogico, só por desencargo de consciência, mas foi só a contusão mesmo. Ele fica parecendo aquele corcundinha de Notre Dame de um desenho da Disney, o olho meio fechado, mas aos poucos o inchaço vai passando e toda a região vai ficando matizada de roxo escuro e de vermelho vivo. Nós, pais, entretanto, passamos a adotar uma atenção ligeiramente histérica, como se ao menor descuido uma manada de gnus fosse surgir do nada e passar por cima dele. Tipo, de novo.

06/02/2008 12:20 | Comentários (16) | TrackBack (0)