por Marcelo Firpo

links
Czar
Nihil
Galera, o jovem
Galera, o velho
Martelo
M.O. Joe
Insanus
Bensi
Válvula
Medina
Não irei
Prop
Livros
Organá
R.I.P.

arquivos
novembro 2008
outubro 2008
setembro 2008
agosto 2008
julho 2008
junho 2008
maio 2008
abril 2008
março 2008
fevereiro 2008
janeiro 2008
dezembro 2007
novembro 2007
outubro 2007
setembro 2007
agosto 2007
julho 2007
junho 2007
maio 2007
abril 2007
março 2007
fevereiro 2007
janeiro 2007
dezembro 2006
novembro 2006
outubro 2006
setembro 2006
agosto 2006
julho 2006
junho 2006
maio 2006
abril 2006
março 2006
fevereiro 2006
janeiro 2006
dezembro 2005
novembro 2005
outubro 2005
setembro 2005
agosto 2005
julho 2005
junho 2005
maio 2005
abril 2005
março 2005

categorias





« Assim sem você | principal | Gancho »

Orquesta

Trouxe um CD de tango da viagem, comprado em San Telmo, de uma típica chamada El Afronte. Gosto de tango. Meu pai e meu avô ouviam muito, mas faz pouco, tipo uns cinco ou seis anos, que eu mesmo comecei a me interessar pelo assunto. Comecei com Piazolla e fui descendo, mas confesso que não tenho ainda muita paciência para gravações originais. Talvez seja isso o mais legal deste CD: eles misturam várias épocas sem muita cerimônia, de tangos que, pela letra, devem ter sido compostos anteontem a peças bem antigas, mas todas com a mesma qualidade de gravação. "Cuesta abajo", por exemplo, era uma melodia que eu sempre tinha achado interessante, mas só agora pude me dar conta do quanto gosto da música toda, letra incluída. Nada pode traduzir melhor a nostalgia da juventude perdida do que este refrão:

Era para mí la vida entera
como un sol de primavera
mi esperanza y mi pasión.

Sabía que en el mundo no cabía
toda la humilde alegría
de mi pobre corazón.

É uma experiência interessante dirigir por Porto Alegre ouvindo tango. O cérebro meio que se engana e, por alguns lapsos de tempo, vem uma sensação de se estar vivendo numa cidade ideal, mitológica. É parecido com dirigir ouvindo frevo: pensa-se muito nas coisas que poderiam ter sido.

Incrível. Duas civilizações tão próximas histórica e geograficamente, ambas utilizando quase o mesmíssimo instrumento de fole, com resultados tão diferentes. Lá o tango, aqui o vanerão. Lá Gardel, aqui Rui Biriva. É de se desesperar mesmo.

11/02/2008 21:18 | Comentários (13) | TrackBack (0)