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O sobrevivente poderia se chamar "Manual da repetição monótona" sem ofender além do merecido a obra de Chuck Palahniuk. A despeito do excelente trecho ressaltado abaixo, o livro decepciona. É uma espécie de cópia mal-feita de Clube da luta. O personagem principal é alguém cuja vida, vazia e inadequada socialmente, encontrará algum sentido a partir do encontro com uma mulher estranha e misteriosa. Daí em diante a história toma rumos inusitados e grandiosos. O estilo, tal qual em seu livro mais famoso, recorre à repetição incessante e na maioria das vezes sem sentido. Repete fórmulas de limpeza, placas de estrada, cenas, movimento em um excesso que não demora a entediar. Talvez funcionasse se tivesse no máximo umas 150 páginas, não 239. Seria o suficiente para cortar a repetição a níveis não irritantes. Mas, se tratando do segundo livro (foi escrito em 1999. O primeiro é justo Clube da luta, de 1996), Palahniuk não fugiu à armadilha. Mesmo sendo injusto, já que cada livro depende de um processo próprio, é difícil não pensar que se está diante de uma fórmula de criação, nada mais. Não é um lixo completo. Se demora para engrenar (mais de 100 páginas), a história às vezes ganha ritmo e causa boa impressão, mas depois vem o vazio de idéias. E a repetição infinita. E a sensação de que aquelas páginas podiam ser abreviadas sem prejuízo à história. Talvez dê um bom filme, já que os personagens são bem construídos, mas nada além. # alexandre rodrigues | 31 de janeiro Comentários (0) | TrackBack (0) |
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