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O cara Caiado é mesmo um doidão Como ninguém aqui se chama Fernando Morais e nem Editora Planeta, não está proibido de tocar no assunto. Morais escreveu um livro, Na Toca dos Leões, A História da W/Brasil, que foi agora proibido pela Justiça de Goiânia. Ele ficou famoso escrevendo biografias que poderiam ser bem melhores se não tivessem sempre o mesmo defeito: o autor acaba fascinado demais pelo biografado e só vê seu lado positivo. Agora é um escritor de quem se exige silêncio sobre a própria obra, censurada em todo o país por causa de Ronaldo Caiado. Caiado se diz profundamente ofendido com o trecho em que Gabriel Zellmeister, sócio de Washington Olivetto, relata o encontro deles na campanha presidencial de 1989: "O cara Caiado era muito louco. Contou que era médico e tinha a solução para o maior problema do País, os nordestinos: adicionar à água potável um remédio que esterilizava as mulheres". O cara Caiado, contudo, não é tão louco quanto a Justiça, que além de proibir o livro, condenou Morais ao silêncio, aplicando uma pena medieval. O autor não pode comentar a censura com a imprensa sob a pena de ser multado em cinco mil reais a cada vez em que tocar no assunto. Quem o entrevistar, pode perguntar sobre a crise no Corinthians, o centenário das teorias de Einstein e relógios-cuco, mas se tocar no cara Caiado mucho lôco, pimba, cinco mil de multa. É uma atitude digna de Stálin, que deixava Bulgakov escrever, mas o proibiu de publicar. Para pôr os devidos pingos nos is, o cara Caiado é deputado do PFL, o mesmo partido que vive enxergando uma conspiração autoritária em cada ato do governo, candidato derrotado a presidente e fundador da UDR. # alexandre rodrigues | 5 de maio Comentários (4) | TrackBack (0) |
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