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Eu não queria voltar ao assunto, mas até ontem não havia me dado conta de um benefício claro que a proibição da venda de armas trará à sociedade: pelo menos no caso do uso de armas de fogo acaba o argumento da privação de sentidos. Privação de sentidos é uma falácia que advogados inventaram para libertar psicopatas que matam vizinhos, a mulher, alguém numa briga de trânsito ou qualquer um por motivos fúteis. Alega-se que o cara (serve para mulheres, óbvio) não é um monstro, mas que foi vítima de um "apagão" mental sob forte emoção, mesmo que se tratasse até então de uma simples discussão, como no caso daquele juiz que matou o segurança no Ceará (cuja defesa, naturalmente, alegou privação de sentidos). Nos tempos de jornalista, tendo feito cobertura de tribunais, descobri que o argumento é usado na maioria dos crimes banais e bem aceito pela Justiça como atenuante. Se a proibição da venda de armas for aprovada, adeus argumento. Qualquer crime passional e briga de vizinhos não terá mais justificativas, dado que antes do assassinato, o criminoso comprou uma arma ilegal. Passa a valer a idéia de que se ele cometeu primeiro um crime inafiançável é porque tinha desde o início a intenção de matar. Em tese, isso não atinge quem tem uma arma legalizada, mas vamos confiar no que diz o pessoal do "não", de que estes são todos muito equilibrados e responsáveis. Porém se como diz o Träsel, quem quer ter uma arma vai ignorar a proibição e recorrer ao mercado ilegal, estes pelo menos não terão mais uma segunda chance. * Se eu votasse, seria "sim", mas eu não voto mais. Ter que escolher entre Garotinho e Cesar Maia acabou com a minha fé na democracia. # alexandre rodrigues | 8 de outubro Comentários (12) | TrackBack (1) |
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