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Mr. De Quincey até que era bem humorado Nesses homicídios de príncipes e estadistas não há nada que nos crie espanto; de suas mortes dependem muitas vezes mudanças importantes e por causa da eminência em que estão situados, são singularmente expostos aos objtivos de quaquer artista por acaso devorado pela ambição de efeito cênico. Mas há uma outra classe de assassinatos, que prevaleceu a partir de um período precoce do século dezessete, que realmente me surpreende: refiro-me ao assassinato de filósofos. Pois, cavalheiros, é um fato que todo filósofo eminente dos dois últimos séculos ou foi morto ou pelo menos esteve muito perto de sê-lo; isso a tal ponto que se um homem reivindica para si o título de filósofo e nunca sofreu tentativa contra a sua vida, podeis estar seguros de que não há grande coisa nele e contra a filosofia de Locke em particular, penso que se ergue uma objeção irrespondível (se alguma objeção fosse necessária) que, embora carregasse sua garganta com ele neste mundo por setenta e dois anos, nenhum homem condescendeu em cortá-la. (...) Desculpai o meu riso, cavalheiros, mas a verdade consiste em que sempre rio quando penso nesse caso - duas coisas nele parecem-me tão hilariantes. Uma dessas é o pânico horrível ou funk (como dizem os alunos de Eton) que deve ter assaltado Descartes quando ouviu a trama desse drama projetado para a sua própria morte - funeral - sucessão - e divisão do que possuía. A outra coisa que me parece ainda mais engraçada nesse assunto consiste em que se tais cães da Fritzlândia tivessem sido homens para valer, não teríamos filosofia cartesiana e como poderíamos viver sem isso, considerando o mundo de livros que tal filosofia produziu, é uma questão que deixo a qualquer respeitável fabricantes de estantes decidir. (Do assassinato como uma das belas artes) # alexandre rodrigues | 6 de março Comentários (0) | TrackBack (0) |
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