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Bicicletas Abro a porta e me deparo com um dia ensolarado, sem uma nuvem no céu. Faz um contraponto com o meu estado atual. Ponho uma cadeira ao lado da porta e leio o seguinte trecho em Os Arquivos Dalkey, de Flann O´Brien, que não é brilhante como O Terceiro Tira (por que não policial?), mas repete um tema insistente do outro livro: bicicletas. "Mihael Gilhaney, um homem que conheço – ele falou finalmente –, é um exemplo de homem que está quase na fase final da operação da Teoria das Mollyculas. Será que o assustaria ominosamente saber que ele corre o risco de se tornar uma bicicleta? Micka balançou a cabeça negativamente em educada incompreensão. – Ele tem quase sessenta anos por cálculo simples – o sargento disse – e, se sua idade for realmente essa, passou nada menos do que trinta e cinco anos pedalando sua bicicleta pelas enseadas pedregosas, subindo e descendo os montes íngremes, passando por buracos fundos quando a estrada faz desvios no rigor do inverno. Ele está sempre indo para um ou outro lugar na sua bicicleta a qualquer hora do dia ou voltando de lá a qualquer hora que seja. Se não fosse o fato de sua bicicleta ser roubada toda segunda-feir, ele certamente estaria a mais de meio caminho agora. – A meio caminho de onde? – A meio caminho para ser uma maldita bibicleta ele próprio". # alexandre rodrigues | 7 de agosto Comentários (1) | TrackBack (0) |
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