A carne segundo a tradição gaúcha
Ao menos, segundo a RBS:
A bovina é a preferida do churrasco feito pelo gaúcho. Ela nunca deve ser assada logo depois de o animal ser carneado [morto]. Especialistas dizem que a carne precisa descansar [maturar] por, pelo menos, 24 horas, tempo em que as fibras amolecem ou que cessa o rigor mortis. Uma noite ou 12 horas já é suficiente para o preparo de um bom churrasco.
Faz sentido.
A picanha e a maminha são cortes do traseiro do boi que vêm ganhando cada vez mais espaço entre os churrasqueiros. A picanha é o mais nobre. Já o filé mignon, da mesma região do boi, é considerado um corte de mulher, que prefere a carne magra, macia e bem passada.
"Corte de mulher." É isso aí, gaúcho não come mel: masca a abelha.
O antropólogo e folclorista Carlos Galvão Krebs descobriu que o galeto al primo canto (animal abatido depois do primeiro canto) não era uma receita italiana. Foi inventado nos anos 40 pelo ex-lutador de luta livre Alécio Brum, o Marreta, que, ao se aposentar, abriu restaurantes e lançou moda em Porto Alegre com o galeto.
Lutador de luta-livre. Não adianta, a ficção nunca consegue superar a realidade.
Marcelo Träsel | 25.10.2005, 10:57 | Comentários (16) | TrackBack (0)