Prefira o miojo
Fome extrema e uma reconhecida inabilidade ao fogão: dois fatores que facilmente arruínam a mais simples das refeições.
Chegando em casa, nada para comer. Fui fazer o óbvio: ver o que restava na despensa. Pelas prateleiras, um saco quase no fim de massa caseira integral da Mosmann. Encontrei também um saco de tomates secos desidratados e um pedaço largo de queijo estepe na gaveta da geladeira.
Segundo recomendação da minha mãe, tratei de hidratar os tomates. Basta dispô-los numa pequena tigela com água e colocar um minuto no microondas. Deixando descansar alguns minutos, a iguaria obtém uma textura mais amolecida, sem aquela quantidade absurda de óleo que vemos nas versões em conserva.
Até aí deu tudo certo. O problema foi inventar de derreter o queijo numa frigideira. Mesmo cortando três lascas gigantes com um facão de churrasco, em poucos segundos tudo se reduziu a uma pequena bolha impossível de ser espalhada. A coisa piorou ao adicionar os tomates por cima: eles se agarraram com tal força ao complexo amarelo que tornou-se ainda mais difícil utilizar a mistura como algum tipo de molho.
Decorrido tudo isso, era de se imaginar que o macarrão já estivesse cozido. Ledo engano, já que haviam se passado apenas 5 minutos. Apesar de al dente, os grãos de farinha grudados na massa ainda estavam duros, dando a impressão de se estar mascando uma lixa de unha.
Coloquei a cobertura por cima e comi resignado. Devia ter aceitado aquela oferta de comida chinesa. Algumas vezes, praticidade é a maior prática de humildade.
Bruno Galera | 30.10.2005, 14:27 | Comentários (2) | TrackBack (0)