Brasileiros urbanos não sentam mais à mesa
De acordo com uma pesquisa recente da ESPM, a maioria dos brasileiros residentes em grandes centros urbanos não tem mais o hábito de sentar à mesa para as refeições. A nota à imprensa não diz como se chegou a essa conclusão específica, mas afirma que
A informalidade está presente na maioria das refeições do dia-a-dia. Pratos mais elaborados e a formalidade de "colocar a mesa" faz parte de um ritual apenas em datas especiais como Páscoa, Dia das Mães e no Natal.
Suspeito que no interior essa razão se inverta, mas é difícil saber, porque só foram entrevistadas pessoas em capitais. Como habitante de uma capital, posso atestar que muito raramente sento à mesa. Até porque o faço sozinho. Em geral, ajo como 69% dos entrevistados e assisto à televisão enquanto como.
A pesquisa "descobriu" que a maioria das pessoas come arroz, feijão e carne vermelha na maior parte do tempo. Já um dado novo e alarmante é que apenas 57% se preocupam em reaproveitar as sobras. Isso é muito pouco para um país pobre como o Brasil. O mais triste é que em geral são os mais ignorantes que deixam de reaproveitar — isto é, justamente os que mais precisam poupar dinheiro. Já vi muito gente de classe D e E, as menos escolarizadas em média, dizer que comer sobras é "coisa de pobre". Pela minha experiência pessoal, os descendentes de imigração recente, alemã ou italiana, são os que mais se preocupam em reaproveitar. A maioria é remediada ou rica.
Outro dado surpreendente é que o café da manhã é a refeição mais consumida. Conheço um monte de gente que nunca toma café.