Ratatouille
Ratatouille, o novo desenho animado da Pixar, não tem apenas uma grande coleção de pratos, ingredientes e instrumentos de dar inveja a todo e qualquer leitor do Garfada: tem também uma ética culinária. Essa ética pode ser resumida em três pontos pontos, um estético e dois políticos, um quase anarco-capitalista e outro anti-modernista.
Meu problema com essa ética é que ela dá a entender que não há nada de saboroso ou criativo em trabalhar com comida industrializada e padronizada. O prazer, a estética, estão limitados a haute cuisine. Para tudo mais, comida é combustível. Os dois pontos políticos estão em conflito. O único defeito do filme é que ele sequer percebe tal conflito.
(Agora estou interessado em saber o que o nosso destemido editor pensou do filme enquanto gourmet.)