Hambúrguer de avestruz
Falando em junk food, esses dias provei um lanche feito com hambúrguer de avestruz do frigorífico Alimenta, que lamentavelmente não vende seus produtos no Sul. É uma carne com sabor muito mais marcante do que o dos hambúrgueres bovinos. Lembra um pouco carne de ovelha — ou os atendentes da lanchonete erraram o pedido e me prepararam um hambúrguer de cordeiro, que também estava no cardápio. Como nunca comi avestruz, exceto na forma de pastrami, é impossível ter certeza.
Parece que no Sudeste há alguns estabelecimentos vendendo esses lanches com hambúrguer avestruz, cordeiro, picanha ou bisteca. Vale dar uma procurada. Evidentemente, é bem mais caro do que um lanche normal, cerca de R$ 9.
Marcelo Träsel | 31.01.2008, 8:47 | Comentários (1)
Cheeseburger enlatado
Uma empresa alemã especializada em alimentos para trilheiros e campistas desenvolveu um cheeseburger em lata.
Isso lembra aqueles desenhos animados dos anos 80, em que o personagem viajava pelo espaço e, na hora das refeições, espremia uma mesa de jantar completa, com direito a velas, de uma bisnaga.
Marcelo Träsel | 30.01.2008, 11:40 | Comentários (4)
A Taxonomia da Pizza Americana
Via BB, uma taxonomia dos estilos de pizza dos EUA. A lista vem de um blog só sobre pizza, o Slice.
Cisco | 25.01.2008, 12:05 | Comentários (2)
Dicas de restaurante em Búzios
Vou nesta sexta-feira para Búzios, passar quatro dias. Se algum leitor tiver dicas de restaurantes ou qualquer atração alimentícia imperdível, por favor deixe nos comentários. Não sei nada sobre a cidade.
Marcelo Träsel | 23.01.2008, 15:52 | Comentários (15)
Refaça
Reaproveitar as sobras é uma constante na minha família. Fico muito chocado quando vejo gente pondo fora meia panela de comida, como se isso fosse normal. Estava diante de uma geladeira cheia delas quando resolvi fazer um almoço rápido, que não consistisse em apenas requentar algo.
De posse de uma suculenta carne de panela feita pela minha mãe no início da semana, quis evitar de simplesmente fazer um arroz branco para acompanhar. Encontrei dando sopa por ali uma tigela cheia de abacaxis dulcíssimos, e um vinho branco seco desses não muito confiáveis para saborear na taça, mas que podem dar um gostinho a mais quando levados ao fogo.
Tentei evocar na memória alguma lei que desaprovasse profundamente a mistura, mas engatei o "e por que não?" e mandei bala. No máximo teria mais sorte da próxima vez.
Numa panela pequena, coloquei o bloco de carne que estava acompanhado de farto molho solificado. Num fogo médio, comecei a notar o perigo de queimar o fundo, então acrescentei um fundo de copo de água, só para dar tempo de tudo se desmanchar um pouco mais.
Enquanto esperava, peguei duas rodelas de abacaxi e cortei em cubos não muito pequenos. A fruta disponível era bastante pequena, da variedade pérola, plantada em Terra de Areia.
Quando boa parte do molho cedeu, somei meia xícara do vinho branco. Tampei por um minuto para impregnar tudo, abrindo logo em seguida para que o álcool evaporasse sem deixar um gosto muito forte. Coloquei os abacaxis e um pouco de pimenta preta misturada com limão. Mexi um pouco e deixei cozinhando mais uns 3 minutos.
O molho quase se transformou num pirão, porque muitos pedaços de carne se soltaram. Só coloquei alguma folhas de alface e rodelas de tomate para acompanhar e voilá: não foi necessário pegar aquela lasanha congelada da Sadia para matar a fome. Na verdade, descongelar aquela tranqueira levaria muito mais tempo do que preparar essa refeição.
Alguns podem achar abacaxi quente algo estranho. Não me incomoda, mas deixando esfriar alguns minutos pode melhorar a fruição do prato. A pimenta com limão aparentemente realçou a acidez do abacaxi, que poderia se perder no meio da carne forte. Apesar de encorpado, o prato não é pesado. Uma versão de inverno poderia vir junto com um purê de aipim e um molho de pimenta mais elaborado.
A carne utilizada foi músculo, uma das minhas iguarias favoritas desde a infância. Inquiri minha genitora sobre o método de preparo, e pareceu muito simples.
Tempere a carne com sal, pimenta e o que mais der na telha (ela usou aqueles temperos prontos da Kitano que têm absolutamente tudo, de aipo e cúrcuma até fécula de mandioca, supostamente). Coloque também umas 3 folhas de louro. Numa panela de pressão, cubra a carne com água e cozinhe por aproximadamente 30 minutos. Destampe a panela e adicione mais algum vegetal, se quiser (cebola ou tomate podem ser uma boa). Siga cozinhando até reduzir o molho e obter um caldo grosso. Corrija o sal ao final.
Bruno Galera | 21.01.2008, 19:27 | Comentários (10)
Koh Pee Pee comercializa molho agridoce
A assessoria de imprensa do restaurante Koh Pee Pee gentilmente nos enviou um frasco do recém-lançado molho de pimenta agridoce. No jantar em que se testou o produto, minha mulher viciou e passou a inundar tudo com esse molho adocicado e levemente picante, com um sabor pronunciado de alho. O prato era arroz frito com legumes. Depois provei também com um pouco de carne de cordeiro e o resultado foi excelente. Preso ao frasco veio uma receita de espetinhos de frango tailandeses, que pretendo fazer outra hora.
O molho está à venda em lojas especializadas como a La Gourmandise, por enquanto, mas o proprietário do restaurante promete que logo estará nas prateleiras dos supermercados. Essa história lembra a da mostarda extraforte do Rib's, que sobreviveu ao próprio restaurante -- sem querer agourar o Koh Pee Pee, porque pretendo comer muito lá ainda. Enfim, bem recomendável o molho, mas não esperem uma picância de fazer cair a língua, porque é bem pouco ardido, lembrando mais uma geléia de pimenta.
Marcelo Träsel | 20.01.2008, 21:14 | Comentários (3)
Sagu de abacaxi com gengibre
Quem já visitou o sul do Brasil provavelmente conhece o sagu, sobremesa onipresente nos melhores e piores bufês gaúchos.Em geral, o sagu é de uva, vinho ou, em casos raros, laranja. É bom, mas perde um pouco da graça depois de 30 anos comendo os mesmos sabores. Pois há alguns meses, almoçando num restaurante a quilo da Rua da República, em Porto Alegre, que salvo engano se chama República também, encontrei um sagu diferente. Provei e não consegui identificar o sabor. A proprietária me informou que era de abacaxi com gengibre.
Fiquei com aquela história na cabeça até semana passada. A idéia era muito boa, mas a execução do restaurante foi pífia, para dizer o mínimo. Então resolvi eu mesmo tentar fazer melhor. E consegui. As instruções abaixo foram adaptadas de uma receita de família para sagu de vinho. O sabor ficou bem exótico e é bem refrescante, excelente para o verão.
O sagu brasileiro é feito de fécula de mandioca, que por sua vez é um subproduto da moagem do tubérculo para a confecção de farinha. Fécula é o pó mais fino que sobra quando se mói a mandioca, em outras palavras. O sagu original é uma fécula do sagüeiro ou saguzeiro, considerado um salva-vidas no Oriente. Hoje recebe o nome de sagu qualquer bolinha de fécula das mais variadas plantas. Lembro de ter ouvido falar pela primeira vez numa planta que dava sagu no livro Vinte mil léguas submarinas, no qual o capitão Nemo e seus marinheiros matam a fome com essa planta.
SAGU DE ABACAXI COM GENGIBRE
Um bom sagu leva dois dias para ser feito. Na véspera do dia em que pretende comê-lo, leve a água e o sagu ao fogo em uma panela grande e ferva por dez minutos, mexendo sempre. Deixe descansar até o dia seguinte, ou por pelo menos 12 horas.
Ainda sem ligar o fogo, vá derramando o suco concentrado de abacaxi aos poucos na panela e mexendo o sagu até ficar homogêneo. Usei o concentrado da Maguary. Repita o processo até usar todo suco. Faça o mesmo com o açúcar. Corte cerca de 5 centímetros de uma raiz de gengibre fresca, descasque e pique em pedaços de um centímetro e jogue-os dentro da panela. Acenda o fogo -- baixo, para não queimar no fundo da panela -- e leve o sagu à fervura por cinco minutos. Deixe assentar por cerca de meia hora e então retire os pedaços de gengibre. Sirva gelado.
Marcelo Träsel | 16.01.2008, 17:18 | Comentários (15)
Cerveja Dado Bier Ílex
Provei ontem a Ílex, nova cerveja da Dado Bier. É uma lager com alto teor de álcool (7%) e -- pasmem! -- erva-mate. Por incrível que pareça, é boa. O tom é amarelo-esverdeado, mas não verde o suficiente para estranhar a cerveja. O sabor da erva-mate, ou Ilex paraguaiensis, fica de fundo e é um pouco adocicado, lembrando até mais o mate torrado com que se faz chá do que a erva do chimarrão gaúcho.
Trata-se, é claro, de uma curiosidade para ser saboreada de vez em quando, aos poucos. Creio que encarar meia dúzia de Ílex numa festa com os amigos seria meio enjoativo. Por outro lado, pode ser um ótimo substituto para o chimarrão na beira da praia.
Marcelo Träsel | 13.01.2008, 16:41 | Comentários (10)
Hashi é um dos melhores de Porto Alegre
Ontem à noite fui conhecer o restaurante Hashi, que apesar do nome não é apenas mais uma casa de comida japonesa. O chef Carlos Kristensen serve comida internacional com uma forte ênfase no Japão, é verdade, mas o cardápio tem pratos como carpaccio de canguru, magret de pato com mel, ou carré de cordeiro com molho de vinho tinto e risoto de abobrinha. Porém, não se engane, o sushi servido lá é um dos melhores de Porto Alegre, perdendo apenas para o do imbatível Sakura.
A idéia inicial era jantar no Takê. Porém, chegamos lá e não havia lugar para estacionar. Um representante da casa na rua avisou que a espera era de pelo menos 40 minutos. Ainda assim, resolvemos deixar o nome da lista e depois decidir o que fazer. A subida pela escadaria até a mocinha responsável por isso foi chocante. Dezenas de jovens proprietários de caminhonetes Pajero e similares portando ninfetas bebiam coquetéis em poltronas sob um ruído ensurdecedor. Prometi a mim mesmo nunca pisar lá de novo, não importa quão boa seja a comida.
A chegada ao Hashi foi completamente diferente. Não se ouvia um só ruído. Na verdade, parecia estar vazio, até que a garçonete nos levou a um salão onde mais pessoas jantavam a uma distância saudável umas das outras. Perguntei-me em voz alta por que estava tão mais vazio que o Takê. "Quando vier a conta, tu vai ver", respondeu um amigo. De fato, os pratos no Hashi custam um monte de dinheiro. Mas a qualidade da comida oferecida mais do que compensa.
O couvert foi atum cozido no shoyu com cebolinha. Bastante surpreendente, parecia até carne de vaca. Como entrada, pedimos guiozá (R$ 19, seis unidades), o melhor que já comi. O recheio de porco bem temperado estava envolto em pasteizinhos al dente e boiavam num molho tarê que não se impunha sobre os outros sabores. O prato principal foi o bom e velho sushi. Minha mulher e eu pedimos uma porção para dois do tipo "criações exclusivas", isto é, releituras feitas pelo chef Kristensen (R$ 99). É a travessa da foto acima.
Entre os sushis especiais, havia de salmão com shissô, enguia, atum com foie-gras (senti-me tentado a comer o foie-gras separado do resto), ostras e camarão com palha de batata doce. Os leitores mais antigos sabem que não sou grande entusiasta de releituras em pratos de culinárias tradicionais (sim, refiro-me às pizzas de milho verde e sushi califórnia), mas nesse caso não tenho reclamações a fazer. O chef Kristensen demonstra ter muito respeito pelos ingredientes. Acredito que seja um dos melhores restaurantes de Porto Alegre, dada a qualidade da comida e do serviço.
O total para duas pessoas, sem sobremesa mas incluindo várias garrafas de Bohemia Weiss, foi de R$ 140. Não é um lugar para se comer toda semana, mas pretendo voltar ao Hashi para provar os pratos quentes. Um conhecedor recomenda fortemente o camarão ao curry.
HASHI
Rua Des. Augusto Loureiro Lima, 151
Bela Vista - Porto Alegre
Fone: 51 3328-0005
Marcelo Träsel | 11.01.2008, 17:38 | Comentários (11)
Grão-de-bico ensopado
Um vegetal subestimado é o grão de bico. As pessoas em geral visualizam uma salada, homus ou falafel quando pensam nele. Porém, o grão de bico vai muito bem em cozidos, seja como ingrediente principal, seja em conjunto com outros grãos e legumes. Ontem preparei pela segunda vez na vida um prato com grão de bico, cuja receita segue abaixo. Só recomendo esperar o inverno para tentarem.
GRÃO DE BICO ENSOPADO
Deixe o grão de bico de molho na véspera do preparo, para ir amolecendo. Se possível, troque a água várias vezes. Ponha uma chaleira com água no fogo e vá tirando a pele das lingüiças, dando um corte longitudinal e depois puxando-a como uma casca de banana. Depois, corte em rodelas. Derreta a manteiga em uma caçarola, refogue a cebola e o pimentão por um minuto, depois acrescente a lingüiça e frite até a gordura derreter. Ponha o grão de bico, o extrato de tomate e as folhas de louro na panela, vire e revire. Cubra com água quente e deixe ferver.
Enquanto o cozido cozinha em fogo baixo, vá acrescentando com toda a calma a pimenta dedo de moça ou algumas gotas de Tabasco, lavando e picando a salsinha e a manjerona. Deve levar cerca de duas horas para ficar pronto, então ponha a salsinha na panela no final da primeira hora. Deixe a pimenta do reino e a manjerona para os dez minutos finais, porque senão a primeira fica amarga e o sabor da última desaparece. Provavelmente não será necessário salgar, porque o sal da lingüiça vai se difundir por todo ensopado. Em todo caso, experimente na última meia hora e corrija, se for o caso.
Marcelo Träsel | 9.01.2008, 16:37 | Comentários (1)
Pastéis no grill
Aprendi com a minha sogra uma nova técnica para usar massa pronta de pastéis. O meu sogro não pode comer nada com muita gordura, mas adora essas massas recheadas. A primeira alternativa foi tentar fazê-las no forno, mas o resultado não era bom. Até o dia em que minha sogra tentou seu grill elétrico e funcionou bem melhor. Basta rechear a massa de pastel com o que bem entender e depois aquecer no aparelho até dourar de ambos os lados. Na verdade fica mais parecido com uma empanada de massa fina do que com um pastel propriamente dito. Nada muito refinado, mas não suja louça e serve para um lanche sem compromisso.