FEIJOADA
Podem me chamar de gordo. Apesar de isso quase não fazer mais parte da realidade no plano físico, será um comportamento padrão para sempre. Eu como pensando já no que será para a próxima refeição. (O que cairá melhor para sobremesa com esta costela? Sorvete? Com chocotone, talvez?).
Comer é um prazer que comparo ao sexo. O sexo é uma vantagem e uma delas é que nem sempre é uma necessidade possível de satisfazer (o que o torna especial). Entre as vantagens da comida, é que ela é bem mais barata de comprar que o sexo, além de sempre acessível e em qualidade aceitável. Os prazeres que cada ato proporcionam naturalmente são incomparáveis e dependentes de uma série de fatores.
Mas quero chegar na seguinte parte: apesar de tão diferentes e em intensidades tão peculiares a si, reajo a uma trepada da mesma forma que diante de um prato de Feijoada. Não, não meto a piça na cumbuca de barro, mas fico dizendo para mim mesmo o que estou fazendo. Para aumentar a sensação de arrebatamento.
- Está úmida o suficiente, irei penetrar agora. Penetrei. Aaaahhhh
- Hmm, o garçom acaba de colocar arroz e farofa com toicinho no meu prato. Me servirei do feijão, agora. Hmmm, que cheiroso. Uma pimentinha. Agora a primeira colherada. Caralho, tá bom que é uma coisa.
Uma feijoada completa é uma comida meio assassina. Te deixa meio morto, um tempo. E pensando em bobagem, como quando moribundo.
04/02/2005 14:47 | Comentários (11) | TrackBack (0)