O alarme do tédio e da falta de assunto está soando há tempo. Desde 2000, talvez, quando resolvi aceitar o convite para um estágio em jornalismo. Tava no segundo semestre. Temia perder criatividade e impulso criativo. Perdi as bolas, o impulso criativo, a capacidade de concentração em leitura, o tesão, o interesse por qualquer assunto ou ocasião que não envolva bebida e de quebra nem assim juntei qualquer soma em dinheiro. Mas retorna a fita.

Estou de novo em uma sala de aula. Pelo menos nesta refrigerada, uma Folha de São Paulo e muitas revistas esperam na biblioteca para o caso de me entediar na sala de aula. A chamada é um conceito vago. O Campus é relativamente perto de casa. Os colegas usam havaianas e jeans e não têm vergonha de reclamar de fome para apressar o intervalo. Não abstraem os mais simples conceitos de artigos do código civil. Tudo parece tão o mesmo do mesmo do mesmo, e é diferente. Queria sentir alguma coisa com isso, mas nem enjôo mais.

Penso em ir na biblioteca ler a Folha. O expresso da cantina é barato e razoável. Há computadores com acesso para postar. Começa uma nova novela das 8. Começos de novelas são no mínimo divertidos e esta tem uma temática bacana, caindo de madura de tão relevante. Mas fico parado, no mesmo lugar e com a mesma sensação. A floresta da Tijuca consola, pouquinho. O Cristo onipresente ali de cima oferece o abraço. E a palavra blogueiro, blogueiro martela enquanto tento não deixar que atrapalhe no nada que digo para poder clicar em "save" e botar na roda mais uma angustiazinha de segunda-feira desempregada.