RETRATO
Estava dirigindo pela Atlântica (seria o equivalente à Farrapos, meus saudosos amigos, mas é ainda mais perto de casa) quando noto algo estranho na puta que fica na esquina do meu prédio. Imóvel, sem qualquer atitude além de uma posição meio arqueada para trás, exibia seu portentoso instrumento de trabalho, sem calcinha. Tive uma enorme pena dela. Tanto mais porque não era em absoluto uma figura desagradável: os pêlos eram bem distribuídos, os lábios não tinham aparência de pneu gasto, nada indicava que se tratava de uma profissional: apenas o horário, com o sol já acariciando as ondas de Copacabana, o vestuário (a falta dele) e a imobilidade conformada com a qual se oferecia.
Eu tinha um post sobre a falta de sentido da reclamação das mulheres que denunciam o interesse exclusivo em sexo dos homens seus companheiros. Poderia até ser uma boa ilustração, esta imagem, mas ao invés disso acredito que tirou toda a relevância que minha argumantação poderia ter.
16/05/2005 00:23 | Comentários (0) | TrackBack (0)