TUDO ILUSÃO
Não sento com o intuito específico de escrever ficção faz tempo. De rotina no escrever dá até vergonha falar. Mas é ler um pouco mais freqüentemente que começo a estruturar melhor os sonhos e lembrar deles, percebendo também que sonho direto em estar escrevendo. Ou com as palavras brotando ou com a situação que originaria a história.
Hoje tive um daqueles belos sonhos que nos acordam com a impressão de que temos uma obra prima em mãos. Confuso, começou numa praia que tinha muito de Imbé e Copacabana ao mesmo tempo e mostrava meus primos da segunda geração já grandes fazendo coisas de praia. Esta parte parece ter ficado menos clara porque a vontade de mijar já estava apertando. Mas aconteceu que estava num quarto vendo não sei que na televisão. Uma de minhas primas estava na cama, deitada comigo (libidinoso, mas não de forma muito clara). Bancando os amigões me trouxeram na cama cerveja, chocolates e costela de ovelha assada (nesta ordem). Bebi a cerveja e comi o chocolate, lambuzando de novo a mão na costela. Foi então que apareceu um bilhete no qual se revelava toda a verdade:
- Pai, eu agora percebo...
Todo o cenário muda. O quarto se converte completamente num recinto forrado com jornal. Então um de meus primos entra de novo no quarto e a grande surpresa da minha vida: tudo é uma grande ilusão e eu na verdade sou um torturado político cego do olho direito que sofre de amnésia há 25 anos.
- Finalmente tu acordaste, filho!
Meu primo mais amigo é na verdade meu pai. O quarto onde estou com minha prima é na verdade um quarto de hospital. Recobro a memória e a vida acordando.
Levantei com a vontade sincera de fazer um romance sobre isso. Ao longo do dia percebi que, além de fugitiva, esta idéia não prima muito pela originalidade. Hoje vou comer mais um belo pedaço de carne com vinho antes de dormir.
01/07/2005 16:11 | Comentários (6) | TrackBack (1)