SONO
Quando eu morava no apê da Santo Inácio, era uma merda que eu queria ficar acordado à noite e dormir de dia, mas as obras impediam. Eu era jovem.
Conheci (ou, melhor dizendo, tomei conhecimento) do barulho sem fim de Copacabana desde o ano passado. Era parar de funcionar a mente um instantinho e perceber que há alguma máquina, ou televisão, ou gente gritando, ou tudo isso junto entrecortado pelos carros vum-vrum lá fora. Pela manhã há um sono irracional e inexplicável, junto com uma irritação nas mesmas características. Foi assim com toda a família. Da minha irmã ao meu pai, todos ficaram com uma surdez e uma irritação fora dos limites da racionalidade.
Chegado em Porto Alegre, em especial na residência que me acolheu nestas últimas duas vezes, a disposição é de quem voltou à vida. Há muitas vantagens de morar no Rio de Janeiro, mas quem mora na beira de alguma de suas inúmeras vias expressas está ficando dia-a-dia mais doente e nem sabe disso.
24/10/2005 14:13 | Comentários (6) | TrackBack (0)