MURIÇA
O Inter está sendo treinado há três temporadas pelo Muricy e eu ainda não tinha visto um programa de entrevista com o cara. Desde que ele entrou no Inter eu venho mantendo uma posição de distância, que aliás há muito mantenho, já que só de acompanhar os jogos eu já me sinto meio trouxa. Mas, neste final de temporada, apesar da entregada do Clemer e da defesa na Bombonera, não consigo me sentir indignado nem com o time e muito menos com o Muricy. Este ano eu sinto que o time deu tudo que podia e isto já é um grande começo. A temporada de 2003 prometeu o que a temporada de 2004 continuou prometendo (mas chegou mais perto) e a de 2005 bateu na trave. Quase entrou, mas não me sinto frustrado. E ainda tem um vago rebote nas duas últimas rodadas, mas tem rebote. Creio que em 2006 boa parte das promessas se cumprirão.
E a figura mais emblemática deste processo de crescimento gradual é este paulista com sotaque do interior que eu finalmente conheci no Bem amigos de ontem. E aprendi a respeitar. Nunca havia assistido o programa por conta das constragedoras desmunhecadas de jornalista cultural perdido no Esporte que é o Galvão Bueno. Ele e o Arnaldo Cesar Coelho fazendo a corporativa apologia do colega Marcio Resende de Freitas foi a imagem do jornalismo chapa branca cuzão comedor de merda. O programa só se salvou quando o técnico colorado começou a falar. Para constrangimento dos bostões da imprensa do eixo, falou da "religião" que é ser colorado, do tamanho do Inter, da importância de vestir a camiseta e do profissionalismo excessivo e nocivo que vige. Para mim a manchete desta entrevista é:
- Pra mim tem muito profissionalismo no futebol. Eu visto a camiseta, por isso continuo lá. Um pouco de amadorismo tem que existir.
Vida longa, Muricy Ramalho.
22/11/2005 13:46 | Comentários (4) | TrackBack (0)