SÓ EXISTE RADIOJORNALISMO ESPORTIVO GAÚCHO
Cheguei em casa depois de pegar quatro ônibus diferentes com duas garrafas de vinho chileno de bom preço para ver o jogo do Inter e o clássico paulistano. Primeira coisa depois de entrar em casa é ligar a TV que, por estar meio bamba no suporte, vai direto ao chão.
Pânica. Horrora. Socorra. (Não credito esta frase, sua autora já me roubou pelo menos uma, se é que não roubou esta tb de outrem.)
Cabia ouvir na Guaíba pela Internet o jogo do Inter e no rádio normal o clássico.
Não demorou muito para o São Paulo x Palmeiras ficar bem mais interessante que o jogo do colorado. Obviamente minha torcida era pelo lado verde, que segurava um 1 x 1 garantidor de uma decisão por penais. Sempre uma boa pedida, quando não é o teu time que está nela. Mas a transmissão da rádio Jovem Pam AM não permitia qualquer espécie de emoção: desde os efeitos sonoros até a narrativa esportiva só conseguia me fazer pensar numa coisa: é por isso que tem tanto infarte no RS. Qualquer Haroldo de Souza no primário faria melhor que os caras. E, nas poucas vezes em que precisei de rádio AM no Rio, minha impressão foi a mesma. Não havia nenhuma possibilidade de se contagiar. Precisava alguns longos minutos para entender o que se passava. Terminado o jogo, entre muitos efeitos sonoros que me lembraram Rádio GlobOA, feira de rua, Nordeste, miséria, fome e ignorância, o repórter corria atrás de Rogério Ceni com a pergunta:
- INTÃO, RogérIÔ, que cê tá SINTIIINDU?
Não resta dúvida quanto ao resto. Mas fico muito absurdamente abismado com a superioridade insofismável, inenarrável e indiscutível do radiojornalismo esportivo gaúcho em relação a todo o resto do Braziuzão. Creio que esta é uma realidade do rádio como um todo, também.
04/05/2006 01:15 | Comentários (17) | TrackBack (0)