NÚMEROS
Coincidiu com o fim temporário deste blog o início em um novo emprego. Coincidiu com minha demissão prematura a também prematura morte do Gabriel. Ele talvez sabia que faz parte da minha personalidade insegura fins sem definição, voltas, recaídas, portanto não deletou nada por aqui, só tirou o meu nome do blogroll, mesmo assim só quando insisti nisso. Nossa última conversa por msn, lacônica. Ele tinha 22 anos e já era uma pessoa mais madura que eu, com meus 26. Pelo menos em uma boa porção de aspectos, senão em outros.
Faz exato um ano que divido um apartamento e uma vida com uma mulher. O que acontece a um acontece ao outro. E ainda não temos filhos. Não há como imaginar, ninguém pode ter a petulância de dizer que entende o que os familiares passaram. Uma semana depois, tenho certeza de que acordam e ainda vão ao quarto do seu único filho na esperança de que ele esteja lá dormindo. É assim que eu me sinto em relação a algumas perdas. Sonho que não passaram de sonhos, acordo um pouco mais velho.
Ah, esta abstração que inventaram para dar medida às coisas. Me aproximo uns 0,45687534 da morte ao tentar finalmente compreendê-las. E basta um poste. Nenhum sentido, parafraseamos amargamente.
11/12/2006 12:46 | Comentários (8)