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A CANALHICE DE TODOS NÓS

O escândalo da semana é o que já foi chamado pela opinião pública de "mensalão oficial". O aumento de 90% dos parlamentares é a bola da vez nas manchetes políticas fáceis de repudiar. Assinei o petition online do caso, também estou puto.

Todo o dinheiro que consegui juntar em um ano trabalhando feito um jegue e comprometendo minha saúde não dá nem metade do valor mensal a mais que os parlamentares a si se conferiram. Mas vamos ser sinceros, é uma bobagem achar que, na hipótese de conseguirmos reverter a decisão, os nobres senhores não encontrarão outro meio de faturar a mesma coisa por outros métodos. Eles são mestres em fazer isso. Dá na mesma se conseguem e têm depois que desviar dentro de uma cueca ou que chegue limpinho pelo banco. É capaz até de pararem de roubar. Hehehe. Ok, é claro que isso nunca aconteceria. Está na natureza do ser humano desejar o que não lhe pertence.

Uma vez lá, quem de nós negaria a si mesmo um reajuste? Principalmente depois de uma trajetória sofrida de engolimento de sapos e contraimento de dívidas pecuniárias e de gratidão (estas ainda mais freqüentemente negligenciadas). O político é um ser humano tão vazio que a única coisa que pode fazer é se encher de dinheiro. É um lixo tão grande passar o dia cumprimentando outros vermes iguais a eles que é capaz até de merecerem uma parte do que conseguem. Mas o importante é lembrar que não estão assim tão longe de nós. Apenas foram mais além, chegaram às últimas conseqüências. Enquanto nós fomos capazes de contravenções leves, eles estupraram e mataram no campo ético. São superiores.

Vejo muita gente esbravejar contra o funcionalismo público. A raiva chega até as empresas públicas, gigantes como Petrobras e Banco do Brasil. Não tenho dados de qual o percentual do quadro que entra dessa forma, mas são empresas que realizam concursos, ao invés de contratar de acordo com a vontade de algum RRPP, gerente de RH, etc. Esta conversa eu tive com um amigo meu advogado e servidor público. Ele disse que, enquanto no discurso as empresas privadas usam o "profissionalismo" a torto e a direito, dedicam enormes somas em processos seletivos feitos com o auxílio charlatão de alguma psicóloga ou pedagoga que emite seus critérios pessoais enfeitados na forma pelos dois ou três compêndios que leu na faculdade, entre uma trepada e outra. Estas mesmas empresas são controladas por medalhões, com décadas de casa, que também usam o nome do profissionalismo para emitirem seus julgamentos pessoais, calcados no que consideram a mais pura experiência: o seu próprio e subjetivo empirismo. E contra rabos não há argumentos: às vezes aparência é a única coisa que conta na contratação ou na permanência de um funcionário entre o time da empresa. Por que uma empresa privada pode selecionar e demitir de acordo com seus próprios e discutíveis critérios e uma estatal tem que realizar concursos? Melhor ainda: onde é que haverá mais oportunidades com privatizações, se todo mundo sabe que o sonho de toda empresa de capital privado é uma folha de pagamento cada vez menor?

Por tudo isso, a única forma de construir, hoje em dia, é desconstruir. O modelo a que se chegou, tanto de estrutura social como de caráter individual, só servirá para matar, direta ou indiretamente, o humano. A menos que você esteja sendo beneficiado por ele (ou acredite estar sendo), então a tendência é que não exista preocupação com o assunto. A canalhice da acomodação é o pilar que sustenta a degradação de tudo no rumo da canalhice cada vez mais aprofundada. Não tem limites. Na verdade tem, só não sabemos ainda onde fica. Enquanto isso, seguimos gozando no cu uns dos outros.

19/12/2006 22:06    | Comentários (4)

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