A MORTE NA FRENTE
Imagine-se no carro. Acabou de pagar o pedágio de R$ 3,40 para a Nova Dutra, está acelerando para ganhar de novo a velocidade cruzeiro e sente que o capô resolveu abrir no meio da estrada. Durante este mesmo segundo você sente que deve frear, que o movimento da freada pode evitar que o capô venha com tudo para cima de ti e da pessoa que está no carona e que casualmente é tua mulher.
Não há tempo para reagir, neste mesmo segundo. O capô veio com tudo no pára-brisa e, antes de poder fazer qualquer coisa, ouve o golpe. O pára-brisa também resiste com tudo e impede que duas vidas acabem instantaneamente.
-- CALMA CALMA CALMA CALMA CALMA -- é o que eu escuto do lado, enquanto freio enlouquecidamente, já quebrando para a esquerda. O carro pára e já estamos na beira do acostamento, tentando entender. Os cacos de vidro estão sobre o painel do carro, o vidro inteiro ainda está firme, mesmo rachado em diversas partes.
Trafegamos mais alguns quilômetros pelo acostamento em busca de socorro, e vemos uma parte da mureta divisória da Dutra demolida, enquanto alguém provavelmente jazia dentro dos destroços de outro veículo.
23/12/2006 19:58 | Comentários (3)