Não há outra data em que a televisão seja tão necessária. O carnaval é a melhor época do ano para ligar o aparelho e apenas deixar que o veículo encha nossos olhos da mais pura brasilidade. E é uma ocasião em que cada uma das grandes emissoras mostra de forma conclusiva o que é. Ou pelo menos o que deseja ser.

A Globo é o veículo oficial. Com a majestade da liderança absoluta, mostra os desfiles em tempo real com todos os ângulos privilegiados que só o poder econômico é capaz de forjar. Todos os jornalistas que trabalham na cobertura dão um irremediável sorriso. Simplesmente adoram o carnaval, como também o futebol e as comoções nacionais. Vivem disso, muitas vezes as provocam sem nenhum constrangimento e sempre lucram muito com elas. Mas vamos às outras.

O carnaval da Bandeirantes se refugia da hegemonia da Globo fora do eixo, em Salvador. Como acontece quando mostra o decadente futebol europeu, perde. Pode ser a que mais dá bola para você, mas dá uma bola de segunda categoria. Não merece nem uma análise mais aprofundada.

Quem realmente diversifica é a sempre destacada Cobertura dos Bastidores da Rede TV!. Com um Nelson Rubens sempre nitidamente de pilequinho, os repórteres cometem verdadeiros heroismos para ouvir celebridades das mais variadas categorias, inclusive as instantâneas e de queda tão imediata quanto a de suas formas. Todo ano, um verdadeiro festival de beldades e pérolas da espontaneidade, sempre com o padrão de qualidade Rede TV!: nenhuma vergonha na cara. Superior.

Enquanto isso, na Record um programa religioso e no SBT algum filmeco. Característico.

Mais tarde uma breve análise sociológica da maior festa popular.