Foi no tempo em que ainda não sabia da van pirata que leva de Copacabana a Icaraí. A gente ia muito no happy hour do Bar do Bin Laden, do outro lado da ponte. Pagava a viagem o melhor visual que existe do Rio (que é a maior utilidade de Niterói) e de quebra dar quase nada em cada Itaipava de casco. A população feminina local era outro espetáculo: só dava estudante da UFF ainda com um pé no culégio.

Como disse, a gente não sabia do conforto que a van proporciona e pegava sempre a barca.

Tava toda a galera curtindo uma na proa. Fumado, zuando. O Andrézinho era meio maluco e gostava de ficar no fundo, para ver o Rio se afastar. Ele não entrega isso, mas acho na moral que o problema era o medo que tinha da barca virar. Besteira, porque o motor fica justamente atrás. Tava nessa onda de sentir a barca sacudir procurando gatinha entre quem tava sentado quando escuto uma muvuca vindo de onde tava o Deco (Andrézinho é o apelido de muleque e ele não gosta muito). Papo de segurança da barca ir até lá. Tava sacando que era uma voz meio aguda que gritava que queriam atirar ele na baía.

- Socorro, é louco, não fiz nada, NADA!

O Deco chegou pra gente ainda sacudindo a cabeça.

- Pô, idéia erradíssima, me'rmão.

A idéia era erradíssima mermo. O viado chegou numa moleza de vista bonita e o caralho e perguntou logo depois se o Deco não queria dar uma chegadinha no banheiro para ele chupar o pau dele. Fala sério, mó papo errado, né não? A gente ficou muito bolado e combinamo que ia deixar a barca chegar em Niterói pra esperar o viado sair e dar mais porrada nele. O Deco disse que tinha dado uns socos mas não tinha acertado direito, logo chegou segurança separando, dando idéia, caô. Descemo todo mundo e fomo no bar do terminal tomar um caldo de mocotó. Não precisava ser um cacete de vários: o Deco já fazia um estrago sinistro na porra da cara do viado.

Ele, que é viado mas não é burro, viu logo que o Deco ficou no aguardo e avisou o segurança que não podia sair senão ia entrar na porrada. O segurança desceu e foi falar com o Deco. A gente viu a conversa tomando o mocotó no bar:

- Parada é a seguinte, me'rmão, cê não pode impedir a passagem de um cidadão ameaçando de porrada. Você já acertou o indivíduo lá dentro da barca e eu entendo seu lado, o cara atentou contra seu pudor, certo, mas agora se você não aliviar eu vou ser obrigado a chamar a PM.

- Pôa, sangue, parada que o maluco mexeu com minha virilidade, sacou? Papo de honra, camarada, se mané vem te dizer que quer chupar seu pau você não pode deixar barato.

O segurança fez um beiço de negão e não falou mais nada. Foi dar idéia no PM que tava encostado na mureta. O puliça foi se balançando preguiçosamente falar com o André.

- Faz isso não. Isso que cê tá fazendo é crime contra o direito de ir e vir do cara lá dentro.

Eles conversaram um tempo. O Deco gesticulou muito. O PM fazia pequenos gestos em volta de si. O Deco atirava os braços para o ar e depois juntava as duas mãos espalmadas na altura do escroto. Depois de um tempo, o guarda deu por encerrada a discussão.

- Foi isso mermo? Então pode descer o cacete. Mas bate mermo, pra aprender.

E foi embora, muito sério, se coçando.

A gente ria tanto que espirrava mocotó um no outro. A mesa tava toda respingada. O dono da birosca ficou bolado. O Deco ficou parado e o viado dentro da barca, encagaçado mas agora também puto da cara. Voltou pro Rio pra não apanhar.

Parei de elogiar o Diogo Mainardi. E esta não é apenas mais uma aderência a seu estilo de ironia - que o Juremir, outro verme bajulador, copia: falar uma coisa no começo para terminar com outra qualquer no final. Reconheço nele a importância de uma necessidade que se faz nesta produção cultural monstruosa que está: a de criticar demolition style o que não é incontestavelmemte bom.

Mesmo raramente indo à praia, acompanho as novas sobre a condição de balneabilidade da orla carioca. As informações são encaminhadas à imprensa local pela prefeitura. Pela variedade com que as praias se alternam em próprias e impróprias (apenas Prainha e Grumari estão sempre viáveis, enquanto que Praia Vermelha, Flamengo, Urca e Botafogo nunca estão) chego à conclusão de que a companhia municipal de esgotos faz um rodízio no despejo de detritos cloacais entre as praias. É saudável dar alguma atenção ao que a prefeitura divulga, afinal, eles é que sabem onde despejaram o esgoto na madrugada passada. Isto é, se alguém sabe este alguém é a prefeitura, não que eles não possam se enganar - e provavelmente se enganam.

Mas no fim das contas confio mesmo é no meu faro e na minha visão. Hoje Copacabana estava imprópria, mas o azul tomava conta a partir da Viveiros. Não tive escrúpulos de mergulhar.

Não posso dizer que tenho saudade do Gasômetro ou do Guaibão.

JE SUIS UNE ÉTOILE DE LA LITERATURE FRANÇAISE

Repetir mentalmente até que faça sentido.

(Frase dita por Michel Houellebecq, em inglês com forte sotaque, para uma repórter americana. Diz a lenda que Houellebecq estava completamente embriagado de champanhe e vestindo apenas um robe de chambre. Acreditamos que a frase fica ainda melhor na língua natal do francês.)

Se tem uma figura histórica injustiçada é Herodes.

Estava indo pra academia quando chegaram dois caras da Polícia Federal querendo falar com a SÍNDICA, minha mãe. Um deles era o DELEGADO MAINARDI (fiz um esforço para não gargalhar quando ele se apresentou). Chamei minha mãe e fui tranqüilo puxar meu ferro.

Hoje teria BACALHAU de janta aqui em casa. Uma das maiores especialidades. Com o apetite realçado pela atividade física, fiquei no aguardo. Mariana chegou. Assistimos, eu, ela e o pai, a todos os telejornais da noite. Nada da minha mãe chegar.

Fui até os porteiros, sempre os melhor informados. Segundo eles, ela estava no apartamento 903. Disseram que não era bom ir lá porque "a chapa tava quente". Eu fui, porra, minha mãe não chegava nunca e eu queria comer a porra do bacalhau. Os caras de coletes estavam barrando a porta e me mandaram, com todas as letras, voltar pra casa bem quietinho porque o apartamento estava sendo revistado e minha mãe, como síndica, estava de testemunha.

Ela chegou em casa passadas 22h. Eram 18h quando eu estava saindo pra academia. A história é mais ou menos assim:

O dinamarquês Jan (nome fictício, não lembro o verdadeiro) é o proprietário do ap. nº 903 deste prédio. Ele não mora aqui, apenas mantém uma amante brasileira que está grávida de vários meses. Ele tem uma ordem de extradição do governo dinamarquês por TRÁFICO de entorpecentes. A PF bateu aqui com uma ordem de busca e apreensão E um mandado de prisão. Se ele estivesse aqui, sairia algemado direto pro xadrez. Esta garota grávida que mora no prédio é apenas uma "namorada" brasileira. Ele é casado e sua mulher também é procurada pela Interpol. A coitada que é minha vizinha de fato serve apenas para ter um filho brasileiro a fim de tentar evitar a extradição do camaradinha gringo, só que o filho demorou demais e o cara já está foragido em alguma ilha caribenha.

Agora a melhor parte: na busca, a PF não encontrou nenhuma droga (que eu de muito bom grado solicitaria ao DELEGADO MAINARDI), mas encontrou o cofre. Dentro deste cofre havia BOLIVARES. Sabem o que são BOLIVARES? Dinheiro da Venezuela. Eu não conheço nenhuma declaração de culpa maior que ter BOLIVARES no cofre, além é claro de ter PASTA DE COCAÍNA PURA guardada. Junto dos Bolivares, algum dinheiro em PESETAS (que não valem mais nada), ESCUDOS (que também já perderam a validade) e 100 mil EUROS. O cara tinha 100 mil EUROS no cofre de um apartamento de fachada aqui em Copacabana, um apartamento no qual não morava. Era apenas uma graninha de emergência, mas o aparelho caiu.

Para sorte da garota grávida, ela não estava acusada de nada (nem de cumplicidade), mas teve o Golf ZERO (em nome do gringo) apreendido. Foi embora do número 2112 da Atlântica de táxi, sabe-se lá para onde.

Amanhã vocês verão uma nota sobre este fato em alguns jornais do país. Mas leram antes aqui.

E pensar que eu estranhava o cheiro de maconha que chegava pela janela do banheiro.

Para provar o quanto minha acusada intransigência é nula, reassistirei a dois filmes SOFT que não me agradaram muito por sua composição SOFT amanhã, no grande e acessível CCBB em mostra com os melhores de 2004. São eles Encontros e Desencontros e Os Sonhadores. Dois filmes com muita frescura pro meu gosto.

Se tiver alguma coisa a acrescentar em minha posição inicial, porque sou um cara ABERTO PRA CARALHO (no bom sentido), volto a comentar.

Depois da carioca Juddy Hoolliday de Jesus dizer que vai processar o NYT e O Globo porque mimimi, é gorda sim mas é limpinha, um fato para DESMORALIZAR qualquer jornaleco de bairro:

As nossas garotas de Ipanema são tchecas

Foi-se o tempo em que a expressão “deu no New York Times” era sinônimo de credibilidade. Hoje, pode ser sinônimo de “barriga”.

A completa PREGUIÇA E INCOMPETÊNCIA de um percentual MASSIVO dos profissionais de jornalismo definitivamente é um fenômeno MUNDIAL. Nunca larguei tanto uma profissão.

UPDATE: Esqueci de ressaltar também a FALTA DE CARÁTER, como o exemplo ilustra.

Uma turminha genial criando cabelos brancos para saber se é "Você pagou/ com traição/ a quem sempre te deu amor/ OU Você pagou/ com traição/ a quem sempre te deu a mão./" no Manoel & Juaquim da Lapa. Percebam que a noite já ia no seu adiantado e já cobrava gorjeta extra.

Querem ouvir uma boa? Não tem jeito mesmo.

A única solução para a violência gerada pelo tráfico de drogas seria legalizar. No dia seguinte ao sancionamento da legalização apareceriam tropas americanas invadindo gerau. Seria linda minha última visão: dezenas de destróieres chegando pelo mar de Copacabana, minutos antes de um míssil mandar pelos ares a sala.

O próprio DNER afirma que 50% das estradas estão fora de condições. Não é grande parte, É METADE da forma mais usada de transporte de cargas e seres humanos que está INUTILIZÁVEL. Os trens que existem estão sucateados. Os portos idem.

Não há um único município dos grandes com as contas em dia. Pelo menos nos que houve transição de governo. Aqui, César continua com seu PIÇÃO erguido na divisa Ipanema/Leblon. Até sair para a campanha presidencial. De déficit ninguém fala.

Entre os que houve transição, como São Paulo, há uma guerra de acusações entre administrações antigas e novas. Numa coisa concordam: a culpa é da outra. Para a oposição recente, cabe ao novo governo trabalhar. Ao invés de trabalhar, o governo quer processar a administração antiga.

E a juventude esclarecida hoje em dia está entrando pra dentro do freezer. Já se viu no que os que sobraram vivos da geração que ia às ruas se tornaram, ao virar governo. Não vale a pena o esforço, para depois desistir de qualquer maneira. Ou fazer alianças espúrias, que é a única chance de vitória para a esquerda, que passa a não ser mais esquerda. A única forma de inteligência possível é a adequada escolha da marca de cerveja.

Como todo jornalista desempregado de juízo (que não tem mestrado em mente), tenho me dedicado a fazer qualquer concurso público que tenha o jornalismo entre as vagas oferecidas. Uma questão sempre me vem, ao pagar as taxas (nunca razoáveis): e se eu não tivesse como pagar?

A resposta (grifos nossos):

"O candidato que desejar solicitar isenção da taxa, poderá fazê-lo nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro, das 10h às 16h, no Auditório do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro (Rua Amoroso Lima, 15 – Cidade Nova). Para tanto, o candidato deverá, obrigatoriamente, apresentar: comprovante de residência no nome do requerente; certidão de nascimento ou certidão de casamento ou decisão judicial de separação ou divórcio ou de óbito do cônjuge; cópia do último contracheque; declaração sobre a renda familiar de parentes de 1º grau, que residam no mesmo endereço, devidamente comprovada.

Serão considerados hipossuficientes, para inscrição gratuita em concursos públicos realizados por iniciativa do Poder Executivo, aqueles que comprovarem possuir renda familiar “per capita” inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo nacional, sem prejuízo do previsto nos artigos 5º e 6º da Resolução Conjunta SMA/SMDS nº 64, de 14 de janeiro de 2003."

Pátria amada, Brasil.

Cobrem: dia 24 de março estará aqui um ensaio, frente e verso, deste que posta. Hoje foram feitas as duas primeiras fotos. Daqui a dois meses, as duas outras. Very gay, indeed, mas foi a melhor motivação que encontrei para não me deixar levar pelo carnaval que está entre estes dois meses. Voltei pra Gold's Gym Rio, depois de quase dois meses de afastamento.

Mais uma nota para a biografia: já que ninguém me ajuda, vou me ajudar e voltar a estudar direito. Me causa precoce calvície e branqueamento dos cabelos pensar que vou ter tipo a idade de 30 anos quando terminar tudo, mas pelo menos poderei fazer concurso para DELEGADO, se até lá não conseguir nada melhor para a vida. Como se sente a falta de um PROJETO quando não se é um rockstar para poder dizer que a vida é o que acontece enquanto a planejamos. Na falta do B, vamos de A. Escutar o que mamãe diz para variar pode ser útil.

Descobri o que me incomoda no "dançar". É um problema comum tanto no samba quanto em músicas eletrônicas. As pessoas parecem estar seguindo ordens gritadas das caixas. O fenômeno é idêntico, seja na quadra da Caprichosos, na festa com samba no Jardim Botânico ou nas Neos da vida: a bateria e a caixa mandam, o povo obedece numa hipnose sem expressão verbal.

É por isso que eu não danço, não gosto de dançar e fico profundamente constrangido entre um grupo de pessoas que estão dançando.

É difícil se fazer reconhecer pelas qualidades. Mas galo mesmo é quem é querido por seus defeitos. Mesmo com as merdas que a gente se fez, tenho uma puta saudade desta voz alta e estridente e principalmente dos comentários incorretos deste canalha.

The tax man's taken all my dough,
And left me in my stately home,
Lazing on a sunny afternoon.
And I can't sail my yacht,
He's taken everything I've got,
All I've got's this sunny afternoon.

Save me, save me, save me from this squeeze.
I got a big fat mama trying to break me.
And I love to live so pleasantly,
Live this life of luxury,
Lazing on a sunny afternoon.
In the summertime
In the summertime
In the summertime

My girlfriend's run off with my car,
And gone back to her ma and pa,
Telling tales of drunkenness and cruelty.
Now I'm sitting here,
Sipping at my ice cold beer,
Lazing on a sunny afternoon.

Help me, help me, help me sail away,
Well give me two good reasons why I oughta stay.
'Cause I love to live so pleasantly,
Live this life of luxury,
Lazing on a sunny afternoon.
In the summertime
In the summertime
In the summertime

Ah, save me, save me, save me from this squeeze.
I got a big fat mama trying to break me.
And I love to live so pleasantly,
Live this life of luxury,
Lazing on a sunny afternoon.
In the summertime
In the summertime
In the summertime

Mesmo a 50 metros de distância impressiona o físico desta senhora que se chama Luma de Oliveira. Ontem foi sua coroação como rainha da ateria da CAPRICHOSOS, escola no longínquo suúrio de Pilares (minha tecla "" não funciona mais em virtude de um café). Nunca tinha ido a uma escola de sama e esta era a oportunidade, já que minha mãe sairá como aiana na referida escola. Sim, eu sei o quanto é izarro. Mas o melhor diálogo foi entre eu e Mãe Zilá:

- Eu sou o filho da Tuti, Dona Zilá

(para minha mãe, me apontado com a caeça) - Ele vai desfilá?

(Eu) - Não

(Mãe Zilá, para mim, muito séria) - Por que naum?

(Eu) - Ahn... Eu...

(Mãe Zilá) - Você toca algum istrumento?

(Eu) - Ahn... pandeirinho...

(Zilá) - Entaum! Traz seu pandeirinho no próximo ensaio.

- Pode deixar, Dona Zilá.

Vi finalmente o Entreatos. Chama atenção quatro coisas:

1) O Lula é evidentemente um deslumbrado. Na presidência ele demonstra tanto quanto no filme. É um cara simpático, fácil de gostar. Mas não serve pra presidente. Nem pra líder popular, desde que assumiu seu pragmatismo ("não posso esperar 30 anos para reorganizar a sociedade porque não vou viver 30 anos e quero chegar no poder." Sim, ele diz isso). Mas ele se presta muito bem para a farsa. E, como diz um motoboy no filme, era a única coisa em que ainda dava pra acreditar. Ele foi a última esperança de alguma coisa dar certo neste país e agora nada mais é capaz de produzir esperança.

2) José Dirceu é um evidente canalha. Ele fica tramando as coisas o tempo todo, quando não percebe a câmera. Ao vê-la, pára tudo e fica olhando pra lente com seu sorrisinho canalha.

3) Lula não tá nem aí pra nada. Fica batucando na mesa, cantando bobagens, falando merda pra ser filmada. Parece muito familiar, lembro da minha época de "atuação parlamentar", não que eu fizesse coisas de muita importância para o meu deputado. Mas a alienação era exatamente a mesma.

4) Quando saiu o filme a Zero Hora colocou nota se gabando que Lula pedia "um Zero Hora" para a assessoria. Mas não disse que ele fez isso ao longo da viagem de São Paulo a Porto Alegre, onde daria um comício. Zero Hora deixou que se pensasse que era pelo enorme prestígio que o jornal tem que a solicitação fora feita. Tampouco citou o exemplar de "O Sul", que aparece em quadro. Agora digam, existe coisa mais óbvia que um candidato a presidente se interessar em ler o maior jornal de um lugar que está prestes a visitar?

Dá um flashback de final de 2002. Bah, iríamos ter presidente operário, ia ser massa. Mas tu lembra de toda a merda que aconteceu e ainda vai acontecer. É exatamente igual a sempre. Não é massa.

Depois de uma noite de delírios em febre, acordo e sou contemplado com estas:

Depois de perguntar de quem são os Scuds que 'alumeiam' a noite de Jerusalem no ano passado, meu bloco de rua favorito, o da Segunda, no Humaitá, pergunta da sorte da minha bebida favorita: Deu no New York Times/A Garota de Ipanema engordou/O aerolula é movido a goró/E a terra que era chata finalmente arredondou/Nas bandas de cá/Continua essa opereta, cai a luz, cai o Fidel/Garotinho? Só mutreta/Tombaram o acarajé/Será que vão tombar a caldereta?

Mas esta é simplesmente surreal:

Água que canarinho não bebe

— Não posso dizer que não aconteceu — disse Bilardo, em entrevista à revista “Ventitres”, divulgada esta semana em Buenos Aires.

Alguém aí ainda tem pena da situação do povo argentino?

Mãe, o Príncipe Philip ganhou de Natal, eu também quero.

Mais em http://www.weirdlinks.com/my%20little%20nazi%20dolls%20(pics).htm.

Já existe à venda nos supermercados a cerveja BRAHMA LIGHT, menos calorias.

Apesar dos instantes em que alterno os ombros esquerdo e direito na cama, tentando me concentrar num sonho que foge com o barulho da rua e o calor e o suor apesar do ventilador, é foda pensar que um dia vou ficar por toda a eternidade sem ouvir o dedilhado que inicia "These Days", da Nico.

Segunda, 17 de janeiro de 2005, 08h52 Atualizada às 10h04
Morre Bezerra da Silva aos 77 anos

Morreu na manhã desta segunda, às 8h15, o sambista Bezerra da Silva, aos 77 anos. (...) Bezerra da Silva se tornou evangélico em 2001 e se preparava para gravar um disco com músicas religiosas.

Me sinto tão completo por ter baixado a trilha sonora dos Excelentes Tenembaums.

Tava com uma certa pressa, então levei a piada com que atormento diariamente a Mariana a sério: desta vez eu realmente propus um Mcdonald's de lanche. Foi a primeira vez desde que voltei dos Estados Unidos que como na corporação monstro. E fiz meus pedidos de acordo com os do tempo de estrada nos EUA: apenas dollar menu. Pedi a bolachinha de galinha e a de carne dupla, pagando o mesmo dólar por cada uma que pagava nos EUA (R$ 2,95). Minha surpresa foi grande. A consistência das bolachinhas é da mesma forma de comida de mentira, mas esta impressão não se mostra revoltante como no país do faz de conta. É comida de mentira, mas ainda tem gosto. Sobre o refri é que eu prefiro não fazer comentários. E aqui nem tem refil grátis: a maravilha do gordo. O Sundae aqui parece menor, mas também é delicioso. Já dá pra ficar mais outro "enquanto não houver desculpa melhor" tempo sem pisar ali no Mcdonald's da Hilário, o primeiro da minha vida e também da América do Sul.

Fiz minha 'boa ação' hoje comprando a gloriosa Revista F. Entre aspas porque eu fui contemplado pela melhor revista de humor que tenho em mãos desde Striptiras. Vale a pena só por esta:

"Você usa as mulheres.
Ué, queria que eu as desperdiçasse?"

A esquerda, durante a ditadura militar, deu a Amaral Neto o apelido de
"Amoral Nato". Furtado tem uma vantagem: se alguém quiser aplicar-lhe um
apelido depreciativo, nem precisa estropiar seu sobrenome.

Tô cagando se ele disse a verdade ou não naquela coluna. Já emoldurei a frase e preguei na parede do meu quarto.

Depois do gringo endolarado, o melhor amigo da puta de Copacabana é o TÁXI.

Não me pergunte por que, mas é assim.

Y tu mamá también é o teen movie definitivo, começando pelo título. Faltou só umas cheerleaders.

É, ainda não tinha visto.

Acho que com isso não existe mais nenhuma possibilidade de que a maré de humor negro chegue mais fundo. Pelo menos não SURFANDO no Tsunami.

Pra que perder tempo se deprimindo com curtas PERNAMBUCANOS? Aqui temos the real thing, o clip de "Amigo de novo", única música na qual reconhecia alguma qualidade neste fenômeno barroscassalense. Pra se executar nos momentos de dúvida existencial, quando se tenha algum problema de auto-estima ou ainda quando se deseje despejar de pronto uma janta que tenha descido atravessada e já esteja por sair. Devo essa divulgação, afinal, muito quero ser amigo de novo de meus antigos parceiros. Tanto sabemos uns dos outros.

Tu olha curta gaúcho e sente náusea? Relaxa. Tu poderia estar vendo curta PERNAMBUCANO.

Comprei uma sombrinha na Rio Branco pelo desespero do toró. R$ 5, um a mais que o cinema por um mês. Vim pra casa e postei. Saí para comer minha janta no a quilo da Barata. Deixei a sombrinha e fui dar um mix e me servir. Quando voltei, havia duas sombrinhas no lugar onde havia deixado a minha.

Depois de uns meses, acho que diagnostiquei qual o maior preço de se morar no Rio. Os furtos são constantes. Os assaltos deixam a seqüela de um trauma, mas os furtos são muitos mais numerosos. Furtam teu espaço, nas calçadas, no trânsito e nas filas. Furtam tua paciência ao errar o troco - nunca a teu favor. Furtam o teu sono, batucando 3 da manhã no boteco da esquina. Furtam tua tranqüilidade, promovendo tiroteios nos morros. Finalmente, furtam tua consciência, que tu julgava em paz, pedindo para comprar um salgado - crianças, gestantes, velhos deixando pedaços a cada tremelique. O direito à propriedade é violado de formas inumeráveis nesta metrópole. Se não fosse tão linda, nem de longe valeria a pena.

Tá coisa linda de Deus a mostra que tá rolando no CCBB, ali na 1° de Março com Vargas. Só hoje vi o do Jarmusch, o Easy Rider (que nunca tinha visto) e uma pérola homossexual do sempre engraçadíssimo cinema chinês (ou seja lá o que for de Hong Kong). O melhor é que foi tudo com um passe que custa R$ 8 o mês inteiro. Ainda consegui enfiar meu cartão da PUC sem validade e pagar a fortuna de R$ 4 por um mês de cinema no CCBB. Finalmente algo a se comemorar no campo "custo com cinema" nesta cidadona.

Eu acho o Ronaldinho tuuuuudo néa galeera, mas ele bem que podia arrumar aqueles dentchea, néa?

Patrola no Multishow. Quem é o responsável por isso?

Pior sou eu que veajo, néa?

Fiquei transtornado com este filme. Conta a história de um professor universitário genial que dá uma de Juremir e come uma aluna. Começa a se foder quando ela o acusa de estupro, um estratagema bem comum nos Estados Unidos, em várias modalidades de extorsão e chantagem. A mulher o deixa levando o filho, ele perde emprego, reputação e começa a beber que nem mendigo cheio do troco. (A partir daqui pare de ler se tu gosta de filmes com surpresa e de ver estes filmes sem saber da surpresa.) Mas o cara, vivido pelo sempre ótimo Kevin Spacey, que sempre foi um ativista contra a pena de morte, bola um plano para que seja um mártir da causa, revelação que só é feita no último minuto de filme, donde meu aviso. Fico imaginando a determinação e o senso de posteridade que é preciso para deixar a vida assim, de maneira elaborada e por uma causa na qual se acredita. O plus fica com a herança deixada para a ex-mulher que o abandonou e consequentemente para o filho: algo tipo US$ 500 mil que uma revista pagou para ter o privilégio de ter uma exclusiva com o condenado à morte. Junto com o dinheiro, as provas da inocência de Gale desde o episódio com a ex-aluna. Um filmezinho com uma realização meio farofa, mas bem bom para um domingo à noite de Telecine Premium.

Tá, hoje eu posso dizer que me senti um pouco ameaçado. A menos de dez quadras de casa dá pra começar a se preocupar. Ou quem sabe dar uma polida naquela Taurus do pai e chegar lá pra tentar descolar uma boquinha pra mim. Já é um trabalho.

Você é um co-cô.

Tento ver retrô-tv. O Multishow quer me mostrar. Eu vou ao Botafogo para ver minhas origens. Não rola. É tudo drogas. Minhas mãe me ensinou a não experimentar. E o Miguel Falabella mostra on quanto são más. Os anos 80 me agridem.

Começámos a sair juntos. É extraordinário como uma vida sexual empobrecida estimula o interesse por actividades culturais. Chega a levar à loucura, ou mesmo à Ópera, nos casos mais graves. Passei assim a estar "ao par" do que se fazia no país, em matéria de artes plásticas, dramáticas, musicais, populares... o que houvesse. Isto tudo em Portugal, note-se, para ficar com uma idéia do quanto é triste.

Eu trocaria Portugal por RIO GRANDE DO SUL e colaria sem culpas em meu passado.

Desde o cursinho, em 1997, que não tinham me comparado a ele. Agora recebo um e-mail dizendo que é minha cara. Acho brabo, mas não reclamo. Praticamente só fez filmes bacanas.

As raparigas com ar de precisarem mais duma amputação da anteperna do que duma fodinha são as mais atraentes. Sejam virgens ou assíduas. O ser humano gosta sempre de ganhar. De receber mais do que dá. De dar a quem não precisa. De conseguir aquilo a que não tem direito. No fundo, somos todos uns ladrões.

Miguel Esteves Cardoso, em O Cemitério de Raparigas

Se já não fosse o prazer do estilo refinado que os bons escritores portugueses invariavelmente têm, este gajo consegue ainda dar todas as conjugações e declinações possíveis do verbo "foder", de quebra constuindo frases para lapidar em ouro e construir monumentos. Adiei enquanto pude a transcrição de alguma frase deste livro porque não sabia como a Taisinha ia reagir ao saber que peguei para ler o livro dela sem pedir. Agora tu sabe, quirida. :)

Este é o preciso momento em que o Capitão von Stroheim pede perdão ao Capitão de Boeldieu por tê-lo alvejado a tiro em sua forjada fuga (notem o 'de' e o 'von'). Separados pelas bandeiras, estavam unidos pela origem nobre. Belo filme do Sr. Jean Renoir (preguiça de lincar), que assisti no Odeon em sessão Cineclube.

Sonhei que o RIGOTTO acordava ao notar a presença de uma CABEÇA DESMEMBRADA DO CORPO. Rolando. Acho que a cabeça era do LULA.

Provas cabais de que o Grêmio é um time de sangue argentino?

Si, si, como no. Aguardem, que nos próximos dias devem estourar novas denúncias, inclusive de NEVASCAS na concentração, com entrada de TAXISTAS no Olímpico.

A queima de fogos deste ano foi broxa, cheia de fumaça. A explicação:

O próprio argentino Gastón Gallo, dono da Júpiter, empresa responsável pelos fogos deste ano, nega:

A Fogos Júpiter foi fundada há quase 50 anos pelo pai de Gallo. Entre os eventos de destaque promovidos pela empresa está a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003. A empresa venceu a licitação realizada em junho pela prefeitura e derrotou, entre outras concorrentes, a empresa do gaúcho André Lanza que, comandava o show pirotécnico desde que os fogos passaram a ser queimados em balsas.

Íntegra da matéria:

Não foi tudo isso, mesmo.

E acordei meio a fim de um idealismo. Mas todos já se venderam há muito tempo, eu sei.