Não sei, mas acho que chegamos à quintessência.

Eu ia falar mal de psicólogo, eu odeio psicólogo, acho um bando de parasita inútil e nefasto para a sociedade, mas, controlando minhas mãos para parar de tremer, simplesmente não consigo colocar em palavras as impressões do final de Inter e Rosario Central.

Eles não jogaram futebol em nenhum momento do jogo. Era evidente que pretendiam ganhar na base da "porradinha", aquele argentinobol de deixar o pé, dar toquezinho na canela (não tão fraco pra não doer, não tão forte pra chamar a atenção do juiz), se atirar na área, irritar. Estava comentando com pessoas no msn ao intervalo (antes do horror absoluto do final): é instintivo. Os caras não conseguem jogar limpo. Não é gente, não é gente. Não tem que tar jogando futebol, tem que tar no meio do campo campeando as vaca. Pra praticar um jogo de cavalheiros como o futebol deve ser não serve.

Foi um massacre. O Inter chegou até a cogitar time misto pra essa partida, mas teria sido um erro ainda maior que esta estratégia de dar tudo sempre. Eu sei a solução: DAR a Sulamericana. Ninguém precisa desta porra. Ninguém precisa de competição que argentino joga. Tem que ter dois times, um pra jogar e outro pra se lesionar. Eu fico com o campeonato brasileiro, só. Se não tivesse se DEGLADIADO com aquelas bestas o Inter talvez ainda tivesse alguma chance contra o Fluminense. Agora, acho lucro entrar em campo. Todo mundo tomou uma tunda. Quando finalmente perceberam que já não era mais futebol, era algo diferente, já era tarde. A expulsão do Rivarola só fez os animais sentirem mais cheiro de sangue. Partiram pra cima, cegos de ódio. Quando não concluíam davam um jeito de agredir alguém. Eu sei que vai ter gremistinha de merda pra dizer que isso é que é massa e que isso é que é competição sulamericana. Libertadores, ai ai. Tô CAGANDO pra essa merda. Por mim, nem jogava contra o Boca. Se não é possível seguir as regras e ter um comportamento no mínimo civilizado, estamos partindo do pressuposto que não é possível a prática do esporte. É covardia se valer da lealdade do adversário para apunhalá-lo, como um marginal de rua. Tem que banir as agremiações argentinas das competições internacionais, única solução. Que se carneeiem à vontade lá no curralito deles. Deus que me livre.

O sistema buffet livre e/ou rodízio que VIGE na maioria dos lugares por um preço impensavelmente mais barato que em outros aqui em GORDO ALEGRE me faz comer como se todo dia fosse fim de semana. Seria ótimo, não fossem as conseqüências.

Dois dos times que ocupam as primeiras posições do campeonato brasileiro e com campanhas que podem ser consideradas boas deram uma demonstração de ousadia e trocaram os técnicos, mesmo não estando em posição nem de longe desesperada. Primeiro Corinthians, que tinha um aproveitamento de 66% com seu técnico e agora o Santos. Se é uma boa idéia ter mantido o teimoso e carrancudo Muriça no cargo mesmo quando estava distante dos líderes, só o tempo dirá.

O Cassio me mandou e-mail esta manhã comemorando o cumprimento de uma profecia sua, feita durante a temporada do ano passado nos EUA. Esta manhã saiu na Zero Hora uma notícia que encontrei lincada há alguns dias num jornal português e que saíra ainda antes no Valor. Se algo não for feito para pelo menos regular um pouco a sanha aglutinadora deste tipo de empresa, logo logo as previsões apocalípticas não serão apenas sátira. Segue em extended o texto do Cassio.

Almoço no Ocidente e depois uma caminhada no brique ao sol da Redenção: Porto Alegre vivida em seu melhor estereótipo. Encontrar alguém por acaso logo depois de fazer um comentário sobre essa pessoa: Porto Alegre no seu pior estereótipo.

Fui ver meu tio, o que foi operado de câncer. Incrível como as pessoas ficam mais lúcidas, sérias e (me faltam adjetivos) quando passam por estas experiências de morte iminente. Nunca estive tão próximo daquele homem, ele falava como se cada frase fosse a última. E estava surpreendentemente bem para um paciente de câncer com parte do pulmão extraído. Me deu exemplo e um intensivão de caráter como nunca havia tido nem de meu pai, que sempre foi muito calado quando os assuntos são mais sérios. Talvez pressentindo que aquela poderia ser nossa última tarde, nosso último café, meu tio imprimiu valores e atitudes que são novos, não os tinha ainda na formação. Eu também estava prestando muita atenção, porque sabia que pode ser a última vez. E a força deste encontro vai sempre me acompanhar, mesmo que não seja, de fato, o último, como torço para que não seja.

“Tu podes descer alguns degraus, passar necessidade, mas vais estar com tuas próprias pernas, com tua força.Tua crença em ti mesmo vai mudar e tu serás um vencedor a partir daquele momento e sempre.”

De repente ficou muito mais importante ter o respeito e admiração das pessoas do que ter sua afeição condescendente e ser engraçado.

Abandonei o Bom Fim logo depois, caminhando. Achei que seria um deprimente encontro entre um jovem sobrinho saudável e seu tio moribundo, mas a sensação que eu tinha era a de operar uma mudança séria no rumo dos fatos que compõem minha história. É uma boa sensação. Precisa-se de rigidez nas idéias. Inflexibilidade. Força, força, fora. Vontade. Paciência, perseverança. As palavras de ordem se amontoavam. O sol e o ar seco sedimentavam a sensação.

Cada gaúcho tem um ditadorzinho dentro de si. O meu gosta de prender e torturar quem acha que a Varig devia falir de uma vez e que todos os funcionários e ex-funcionários devem procurar outras atividades. Pela lógica do Deus Mercado. O meu ditadorzinho tem uma lógica: COMO falar mal de uma empresa que foi a própria utopia do socialismo encarnada? Que foi um padrão, um sonho, quase oitenta anos de serviços bem prestados? A Varig, para o meu ditadorzinho, é um patrimônio cultural não apenas do povo gaúcho mas de todo o Brasil. As pessoas tem um carinho especial, preferem inclusive, a Varig. Podendo escolher outras mais baratas, querem Varig. E meu ditadorzinho fica muito louco quando ouve que a Varig é sustentada pelo Governo. O Governo não sustenta ninguém, é o próprio e enorme parasita de tudo. Se alguém acha que a Varig é um problema, por favor, não me diga. Pode perder um amigo.

Os ditadorzinhos gaúchos ficam por aí, gnomos de opinião, pulando com suas perninhas curtas aos berros de “somos mais politizados, somos mais politizados”. Eles são tão engraçadinhos.

Estranhei que as pessoas dão uma boa olhada em ti quando tu te aproxima. Meio de canto, às vezes sem o menor pudor. Ontem tive a impressão de que descobri o motivo: todo mundo acha que por trás de um vulto desconhecido há um criminoso em potencial. A insegurança é grande na mui leal e valorosa. Em outro blog um anônimo falou que eu considerava o Rio Grande do Sul uma Suíça. Isso só é verdade no que se refere às boas carnes e laticínios.

Fazer um churrasco em casa comprando coisas no Zaffari: algo que quase me faz mudar de idéia e voltar. A carne perde todo o sentido de outra forma que não esta.

Postar, pra mim, tem uma função organizacional. Colocar as coisas de forma clara, exercitar a consciência. Nunca esperem aqui pirotecnias e truques de marketing.

Esta tranqüilidade aconchegante da residência do Carlos fará muita falta.

Pronto.

Por favor, alguém me diz que isso não é real.

O bandeirão gigante foi só o começo. Logo depois muitas bandeiras, cavalos montados por gente de bombacha seguidos de um cachorro, um tragolhão gigantesco, aliás dois, um churrasco e muita, mas muita farofada na TV local. "É BOM ser gaúcho, néa", falava a apresentadora do telejornal. E toda vez que eu venho eu balanço. O Carlos tem um apartamento na barba do Beira-Rio. Acordei hoje vendo o bandeirão colorado. Como eu amo esta cidade e tudo que a cerca. Realmente, balanço.

"vou andando... tenho que tomar banho que passei a noite comendo uma mina mesntruada"

O tempo é curto e estamos quase já com trinta.

Ou, simplesmente, eu já sabia. Agora eu vou ver se me deixam ir amanhã pra Porto Alegre tirar uma onda de líder.

Fiz hoje mais um teste online destes de trainee para a Unilever. Era um RPG chamado "Cidadania", no qual tu é um gerente de recursos que tem que aplicar os mesmos em projetos de cunho social e desenvolvimentista, entre outros. O foco é uma pequena cidade e tu escolhe o perfil. Achei mais fácil trabalhar com uma cidade com uma renda baixa - R$ 280 - e pouco problema de distribuição de renda e alto índice de oportunidade de negócios, com uma população jovem carente de postos de trabalho. Um mamão com açúcar, mas estamos falando de um processo seletivo, logo eu não estava por desafios e sim para me garantir.

Tudo ao mesmo tempo: parar de beber (de fumar nem se começou), resolver coisas mal resolvidas na cabeça, entrar na verdadeira idade da razão e finalmente tirar o pé da lama profissional onde se estava há tanto tempo que é difícil recordar o antes.

Pegar mulher e conseguir emprego: uma questão de confiança. E contatos, claro. Os contatos são pra te colocar na cara do gol, a conclusão é contigo. Mas vou te dizer: me faz o passe e te dou quase 100% de aproveitamento na conclusão, tanto para uma como para outra coisa. É só eu estar extremamente convencido de que não há nada que me impeça de conseguir. Um instante de fraquejo e pimba, o encanto se desfaz e o fracasso materializa.

Mas não. A vida sorri, cúmplice, com meu sorriso. Boa noite. E até breve, Porto Alegre. Amanhã confirmo a despedida de desemprego.

Comparando a minha geração com a geração do meu pai, aliás, a geração até o tempo da Ditadura com a de hoje, chego à conclusão de que a principal diferença é o serviço militar. Tudo o que falou neste bando de bunda mole feito eu foi um quartelzinho no corpo.

Pensei nisso marchando sobre a esteira elétrica, contemplando a pança. Está bem menor, depois de quatro dias sem bebida. Era só isso que precisava: disciplina, abnegação. Tudo tão fácil, à mão mesmo. E eu deixando escorrer em mijo de álcool pela privada.

A chuva deste 13 de setembro trouxe bons augúrios. As coisas parecem finalmente se encaixar. Coloquei o que tinha que colocar na privada. E amanhã pode definir que os 25 serão melhores que os 24. Obrigado vida, por me permitir o privilégio do otimismo.

O sotaque mental é pior. Mas os sotaques falados também fazem o suplício de quem vai morar no Exterior. E de quem recebe estrangeiros em sua terra também. Achei muito estranho o Fred se atucanar que eu falo atucanação. Ele acha super normal ficar bolado quando eu falo que tô atucanado. Eu até gosto de bolado, bolei principalmente, mas não consigo deixar de dizer que tô atucanado quando ouço alguém falar a pior gíria do Brasil: MANEIRO.

Não guardo minha vulgaridade, não arrogo educação. Arroto e peido quando a natureza urge. A vulgaridade, a verdadeira vulgaridade vem da confiança de estar seguindo normas de ética e etiqueta, quando o espírito é tão raso que sequer percebe o quanto tais regras, as verdadeiras, vão muito além do que está no costume.

Assistindo hoje aos relatos dos sobreviventes do 11/9 tive a visão do que deve ser a cena mais horrível que alguém pode presenciar.

Saindo do prédio prestes a desabar, o cara vê uma mulher grávida se espatifando "como uma melancia" na calçada já coalhada de corpos e escombros dos aviões. Como uma melancia. Pensem no som que a melancia faria ao explodir de encontro a uma pedra com muita muita força. Agora a cereja do drink: ele afirma ter visto o feto sendo projetado para fora das vísceras da mãe, ainda preso pelo cordão umbilical.

Acho que nunca poderei assistir a um parto depois desta descrição.

Eu me sinto mal ao constatar a superioridade criativa de outras potências sobre o Brasil. Quando dão voz a adolescentes brasileiros riquinhos vivendo suas vidinhas medíocres na tela, temos isto. Quando adolescentes americanos riquinhos vivendo suas vidinhas medíocres vão para a tela, temos American Pie. Sem dúvida nenhuma, além de ter um nome fodaço, Seann William Scott é referência de atuação em qualquer comédia, adolescente ou não. Teve um filme em que ele fez uma ponta e só aquela ponta já foi mais massa que o resto do filme inteiro.

Ele é tão deliciosamente bobo. Tem diálogos espertinhos:

- I do hate not hating you.

- Twice.

E tem o Stifler comendo merda de cachorro, e, e... Pois é, dá vergonha de gostar, mas putaquepariu, gostei dos três. Os dois primeiros eu vi no cinema por pressão de uma namorada adolescente, mas este do casamento eu não tive culpa, estava passando no Telecine e quando eu vi eu, eu, eu tava gostando, e muito, e muito envergonhado de estar gostando tanto de, bem, é, um teen movie.

Tenho que me acostumar a não dar mais aquela última geral nos canais na hora de desligar a TV.

Aos que acusaram (eu dentro) o Inter de não ter levado a liderança na última quinta por medo, há que se olhar o Santos. Na Vila Belmiro, conhecida pela pressão psicológica que exerce nos visitantes, o atual campeão perdeu dois pontos e quatro posições esta tarde. Cansado do delay de 10 segundos da Guaíba pela internet, optei por ver o jogo da Globo, que foi justamente este do alvi-negro contra o negro-rubro. Assim, simplesmente fui informado confortavelmente dos gols da rodada enquanto acompanhava o 0 x 0. Meu coração está até agora agradecendo. O domínio de bola foi do Flamengo mas, depois da expsulsão de um jogador do Santos, houve, talvez pelo desespero de um a menos em campo, pelo menos uns três desperdícios de gols-mais-que-feitos. O resultado final agradou meu senso prático e o de porco também: foi bom ver o Flamengo perder dois pontos pelos dois que fizeram o Inter perder na quinta. No final, as únicas lástimas foram as vitórias de Corinthians, Palmeiras e Goiás (esta ontem). Nenhuma das quais abala a vice-liderança, a um ponto da ponta.

Estou agora ouvindo a Guaíba de novo. Élder Granja admite que o jogo não foi bom. Sóbis gaba-se de pela primeira vez ter marcado duas vezes em uma partida. Estou cagando para o que dizem: finalmente fazem a mínima justiça às fortunas que ganham.

Uma pequena nota sobre a Série B: causa mais satisfação ao espírito de porco a queda dos dois baianos à Série C - o Bahia pelo brasileiro que nos roubaram e o Vitória pela Copa do Brasil do ano passado. mas acho que ninguém vai notar: nordestino torce mesmo é para times de Rio e São Paulo.

Melhor filme.

Perfeita harmonia entre ação, humor e romance. É sublime. E só tem gostosa, TODAS dando mole pro James. Além de tudo, cenários deslumbrantes.

Melhor vilão.

O tamanho grosseiramente maior de Jaws dá uma comicidade às cenas de luta. E ele passa por pelo menos umas oito situações no filme em que deveria morrer. Mas sobrevive. E nada indica que morre no final. Naquele tempo é que sabiam fazer um filme de ação. Tá, Sin City também é bom.

Estava escrito em pedras na areia do vilarejo, pouco antes de começar o extermínio pelas tropas. As casas todas de madeira pegavam fogo com a artilharia de munição desconhecida, de outra civilização. Enquanto todos corriam e eram alvejados. A única forma de não ser estilhaçado com um tiro era ficar como queriam: desacompanhados, caminhando a sós.

Estou tomando diariamente uma lavada da vida. Começa com objetos me confundindo e escravizando. O computador por enquanto foi o mais fácil problema de resolver e já até faz tempo, mas sabe-se que é só uma questão de mais outro tempo para ele ir apagando e apagando que nem o Al do 2001, e me deixar aqui desesperado sem e-mail, nem blog, nem MP3. O celular foi um que não agiu da mesma forma. Aliás, até que agiu, mas se antecipando, morrendo logo depois de uma limpeza com desoxidante. Para maior desfeita, deu o último plim no meu aniversário, depois de uma agonia de dois meses. O carro a mesma coisa. Perdão, a lógica do carro é toda própria: ele estava engasgando e obrigando a usar de um empurrãzinho, mas agora não engasga mais, foi apenas uma coisa de momento, eu que me foda. Mas cada vez que apaga na minha mão dá um cagaço filha da puta.

Ando no meio destas e outras evidências. Algumas compreensíveis com alguma instrução em mecânica e eletrõnica, outras tão terríveis que evita-se para suportar conviver com elas.

É muito triste ver os livros que ocupam os primeiros lugares entre os mais vendidos no Brasil. Completando dois meses e uma semana no ranking, em primeiro lugar está Memórias de minhas Putas Tristes, de Gabriel García Marquez. Seria um livro de estréia razoável para um jovem escritor. Mas a narrativa curta, de pouco mais de cem páginas, dificilmente combinaria com o vigor natural a um estreante. Em seu vulto de Prêmio Nobel, Marquez não condiz com a sonolência e a banalidade que apresenta. Apesar da palavra chula no título, a novela é limpa, sem exageros barrocos e nem realismos mágicos. É simples. E nisto começa e termina seu mérito.

"Este porquinho do mato eu levo no dente fácil", pensou o pitbull, minutos antes de ter a experiência-limite de uma vida. Deve ter aprendido.

O aniversário de 25 anos foi um belo apanhado do que estão sendo os últimos meses: comida, bebida e não muito mais que isso. Assim como o ponto alto do dia tem sido as refeições, o ponto alto de fazer 25 anos foi usar a mala direta que o seu porcão me mandou sabe-se lá por que e ir com a família conhecer a antiga sede do restaurante Rios, na Beira da Baía da Guanabara.

Indecente. Tudo. Desde o ambiente até as infinitas ofertas de toda espécie de proteína animal que se pode imaginar. Os preços. Nem eu nem minha mãe pagamos (ela e eu aniversariamos no mesmo dia) e mesmo assim a conta foi, digamos, um acinte para padrões brasileiros. Não chegou a ser um desprazer pensar que estávamos provavelmente dividindo espaço com alguns políticos corruptos, como mais tarde se confirmou. Os camarões, carpaccios de salmão, polvo, croutons de salada preciosos, os seis cortes de carne só de ovelha (inclusive uma inédita picanha de ovelha), assim como todas as outras coisas que passaram e não houve espaço para abduzir, tomaram o espaço de qualquer espécie de reflexão. Posso dizer com certeza: nunca vi tamanho esbanjamento. Minto: o Brunch do Copacabana Palace tem mais coisas obscenamente finas servidas num buffet obsceno, com champanhe à vontade. Mas ainda aguardo uma mala direta do Copacabana Palace que, adivinho, não virá. Na saída vimos um veículo oficial: "Nova Iguaçu - RJ Poder Executivo Prefeito 001".

Estava combinado há semanas de ir no jogo com um amigo flamenguista. As condições climáticas estavam atrapalhando, mas a vontade de um se arriar no outro em caso de vitória para algum dos lados foi maior. Houve até um reforço neutro na figura do Rafa. O comentário sobre o estadinho da Ilha já foi feito em edições anteriores. O que mudou é que a torcida do Flamengo compareceu em maior número e empolgou mais. Não muito mais. O vício de incentivar o time só quando ele já está motivado é unânime. Encontrei uma figura querida do passado, o Presidente da Super Fico Marcelo Kripka. Grande figura, até entrevista pra Rádio Tupi ele deu. O jogo foi aquela merda que todo mundo viu. Inter superior, mas sem vontade. Flamengo quase morto. A mesma rádio Tupi pela qual eu tava acompanhando fez a sentença: no primeiro tempo o Flamengo não fez nada e "ganhou" um gol. No segundo, tomou um vareio e levou só um gol. Flamengo no lucro, Inter no prejuízo. Mais um quase. Quase vitória, quase liderança, quase infarte. Quem tem Clemer tem medo. Mas eu gostei de gritar mais um gol e de irritar com o grito de "Ah, eu sou gaúcho". Nada perturba mais qualquer torcida de fora que esta afirmação de superioridade. Primeiro se nota um burburinho de indignação, logo em seguida algum grito enjambrado sempre unindo criativamente as palavras "gaúcho" e "viado". Eu acho muita graça. Só não achei graça neste filme visto tantas e tantas vezes. Ter na mão e deixar de levar. O Fernandão pode dizer que a bola de tanto bater na trave acaba entrando. A gente sabe que não é verdade. Ganha-se no agora, não depois. É complicado tirar um técnico que faz uma campanha tão boa, mas a verdade é que o Muricy não mostra serviço, não existe uma jogada com dedo de técnico no time do Inter. É sempre nalgum atabalhoado lance individual que o Inter chega ao gol. E o Clemer, meu bopm Jesus, o Clemer é um ex-goleiro. Mandem pra casa.

No fim, meu veredicto foi: "jogo de gauchão". Gols de gauchão, jogadas de gauchão, público de gauchão e estádio de gauchão. E o Inter mostrando que é bom mesmo de gauchão. Até quando?

Uma frase ecoa: "NÃO SEJA LEMBRADO COMO MERDA"

É de autoria de um grande amigo meu que eu não vejo mais.

A merda é que, ou eu sou lembrado como merda ou as pessoas é que me lembram merda. Spinoza é que está certo: é tudo uma merda.

Não adianta, os coreanos simplesmente não conseguem fazer um filme normal, é tudo completamente doente.

Sempre é de uma beleza e de uma estranheza singulares os filmes coreanos, mesmo do esquemão.

Pense rápido: o que é a única coisa genuinamente brasileira que une o sul ao norte desta enorme república das bananas?

Pois é exatamente isso que tô bebendo agora.

Valeu, Brasil.

Tatãrãrãrãtãtãrãrãrãtãtãrãrã rã rã

TÉRÉRÉRÉRÉ RÉ RÉ RÉ RÉ

OUVIRAM DO IPÍRANDNGA ás MARGENS PLÁCIDAKASD
DE UM POVO HERÓICUBRADO RETUMBÃÃÃÃNTCHI

Pessoas gritam na rua. Muito. Das mais variadas formas. E é a madrugada de terça-feira. Às vezes dá um certo cansaço tanta democracia.

A programação jornalística da Globo tem colocado a concorrência no saco. Talvez assustados em ter alguns de seus melhores ex-colaboradores trabalhando para os inimigos, deram um salto de qualidade.

Para ficar no presente imediato, Fantástico deste último domingo simplesmente matou a pau. Aquela reportagem sobre os búfalos foi uma das melhores coisas sobre mundo natural que eu já vi. E o quadro "ser ou não ser" pode ser filosofia rasa para as massas, mas cumpre bem este papel.

Já o Jornal Nacional de hoje furou todo mundo mostrando a batata de Paulo e Flavio Maluf e Celso Pitta já queimada de tão assada.

Reconhecer competência me deixa contente.

Não existe representatividade pro jovem. É um grupo lembrado na hora de vender alguma coisa. Como crianças. De vez em quando surge gente a fim do estelionato ideológico barato e se assume como ídolo jovem. Normalmente, um jovem. Às vezes, uma GATA. Belo exemplo disso é a vereadora Manoela D'Ávila do, hehe, PC do B. A inversão de valores e a bundamolice progressiva dos pais a cada geração já permite que se enxergue direitos. Principalmente de consumo. Se há uma coisa que uma criança ou jovem tem é o direito a consumir. E a ter suas idéias, também progressivamente mais vazias de conteúdo pela inanição de leituras na fase de lactação intelectual.

Ao ver uma camisa do Flamengo em qualquer lugar confesso que não consigo esperar por quinta-feira. E, a despeito de todas as improbabilidades, não imagino outro resultado. É quase tão certo quanto que vou comemorar 1/4 de século de vida mais ou menos a liderança do campeonato em cima do time mais emblemático do Brasil. Mal posso esperar.

Bah, tipo assim, fiquei tri numas de bah, tô no futuro. Recebi por e-mail um teste para o programa de trainees da Unilever e - uau! - o teste de lógica era pra ser feito aqui mesmo, por e-mail. O próximo passo é dinâmicas de grupo num esquema tipo chat. Ia fazer peladão, só pelo desaforo.

Hermano diz:

"Você vê algo de positivo na crise?

Armandinho - O positivo é que algo mudou. Até a natureza dá sinais de revolta"

C.V. é bem fácil de saber o que é. "R.L." é que precisou pensar uns minutos e concluir: REGIÃO LESTE. Boldinho me explicaram que foi o grande fumo de 2004 (pela qualidade deste, creio que pode ter sido uma piada sobre as propriedades medicinais de uma infusão do produto, porque pra fumar não prestou). R$ 1 foi a fortuna paga pela mercadoria. Manguinhos é a bocada onde ele foi adquirido.

Difícil mesmo é entender pra que grampear isso nos saquinhos.