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TODO MUNDO TEM OBRIGAÇÃO DE AMAR O BRIZOLA E A VARIG
Enviado pelo cavalheiro Daniel Pellizzari.
28/12/2005 23:38 | Comentários (7) | TrackBack (0)ÓCIO CADA VEZ MENOS CRIATIVO
Ontem e hoje. Ainda bem que os filmes brasileiros são bons, porque todo mundo paga por eles toda vez que vai abastecer o carro, ou pagar a passagem de ônibus ou indiretamente em tudo, pois gasolina e economia estão atrelados. Mas deixando o azedume, Cinema, Aspirinas e Urubus é do caralho no sentido exatamente oposto ao de que Cidade Baixa é do caralho: o primeiro é seco como o sertão, o outro é úmido, pegajoso, cheio de salitre como cidades litorâneas. E é impressionante: não existe um filme sem pelo menos uma gostosa. Não acontece. Tem que ter pelo menos uma gacta. No caso de Cidade Baixa, Alice, sobrinha da Sonia Braga e filha de Ana Braga (Embalos Alucinantes e O Beijo da Mulher Aranha) mata a pau com uma beleza extremamente fubanga, exalando CX (cheiro de xeca) a cada cena. Lázaro Ramos e Wagner Moura fazem uma dupla de ataque perfeita, com 100% de aproveitamento e a cena de briga mais real que eu já vi. Cinema, Aspirinas e Urubus se destaca também pela excelência das atuações e por ser uma ode à higiene. Os estudantes de cinema devem estar adorando, é quase cinema mudo.
28/12/2005 19:38 | Comentários (2) | TrackBack (0)DEMÊNCIA MORAL
Chorei MESMO de revolta. Não quero mais ler este tipo de notícia. Pena de morte? Extermínio em massa? FECHAR esta cidade?
Patrolem e comecem tudo de novo.
28/12/2005 11:49 | Comentários (4) | TrackBack (0)NO COLO DO VÔ ERICO
Me senti agradavelmente humilde lendo as primeiras 50 páginas de um clássico já revisitado em pelo menos outras três oportunidades da vida e que sempre torno a reler com a mesma delícia. Já consciente de uma série de normas de estilo e com a experiência da leitura de muita outra coisa, percebo a precariedade de certas escolhas, o excesso de intervenção do narrador onisciente, as apelações para o que é mais comovente ao grande público. Vê-se que é a obra de alguém que quer fazer sucesso, mas não a todo custo. Percebe-se a vontade de colocar sua mensagem, quase um ímpeto de pregação. Entendo os críticos da época, provavelmente eu também faria o coro do "não é literatura, não é literatura" mas, passados quase setenta anos, vemos um texto atual, fraterno como conversa de vô. Sem a pretensão de dar grandes soluções, mas reconfortante como um salmo de meditação.
E foi com alegria humilde que também me senti maconheirinho de comparar, nas comparações imaginativas de criança que me sentia voltar a ser, John Lennon e Jesus Cristo em suas pregações para suas respectivas épocas. A pretensão de predizer o futuro e o totalitarismo do capital de massas para o qual estamos caminhando faz considerar a hipótese de algum milênio de trevas com a criação de novos salvadores. E daí resolvi apagar de novo o baseado que nem existia em minha mão e desligar a luz.
27/12/2005 04:03 | Comentários (1) | TrackBack (0)ÓCIO POUCO CRIATIVO
Terminei finalmente de ler Bubble Gum, segunda obra ultra-pop de uma autora ultra-pop. Como a fisionomia da beldade, o livro tem momentos de excelência que alternam com alguns de qualidade discutível. Referências pop, inumeráveis, com momentos de qualidade literária relampejante. Tudo isso com a temática da destruição dos costumes pelo esculhambamento já verificado em Hell. Para mim, uma das melhores escritoras da atualidade. E isto competindo também com os machos.
26/12/2005 16:58 | Comentários (12) | TrackBack (0)VOVÔS DO ROCK: PAREM
Acho que deveriam fazer uma turnê Who + Stones pra economizar em desfribilador.
23/12/2005 12:23 | Comentários (4) | TrackBack (0)SINTO A BAGACEIRICE ENTRANO NOS POROS
"Já é ou já era."
Já é
"Intão forrmô."
No Rio para passar as festas. Em menos de doze horas já tive duas discussões com mamãe e dei uma caminhada pela praia com papai. É bom lembrar como era e pensar quanto pude agüentar. Mas é sentir o cheiro de salitre e lacrimejar. Esta é a cidade e por ela se paga o preço. Bem alto.
23/12/2005 11:42 | Comentários (0) | TrackBack (0)CHURRAS, MANÔ
Ontem assei meu primeiro churrasco na capital de todos os brasileiros. Estranhei de cara a proposta de "a gente compra tudo e depois racha". Não. Eu compro a carne e a ceva que vou levar e vocês façam a contabilidade de vocês. Cheguei lá e não deu outra: levei um quilo de contra-filé enquanto os caras apresentaram salsichão (no máximo um quilo) e quatro medalhões de alcatra. A churrasqueira era uma grelha e acontecia um foguinho mirrado de uns 300 gramas de carvão no máximo. Como era inevitável, assumi o controle. Derramei mais carvão e abanei o fogo. Logo veio uma bela chama que depois daria lugar ao braseiro. A carne foi assada sem maiores percalços e o melhor pedaço acabou sendo mesmo os medalhões. Claro, não há muito que uma grelha possa fazer por um quilo de contra-filé. Mesmo assim, acho que foi o churrasco mais adequado que já comeram. Estou louco pra usar a churrascaria do prédio.
Quanto à antropologia, foi interessante perceber que o cara mais paulistano da turma, um adevogado gordo fanho de tanto sotaque, era natural de Vitória-ES e está aqui há 10 anos. Sua conversa era basicamente de histórias de escritório, entre outras bravatas baratas de gordinho paulistano.
22/12/2005 12:18 | Comentários (1) | TrackBack (0)TEJE PRESO
To go to college you must be intelligent.
Persons may only bear one child or risk paying a substantial fine.
Drivers of power-driven vehicles who stop at pedestrian crossings are liable to a fine of up to five yuan, or a warning
Se todos os países tivessem leis tão rígidas e sábias como a China, não haveria necessidade deste site.
20/12/2005 18:31 | Comentários (1) | TrackBack (0)ÓCIO CRIATIVO
Best-seller tem tudo pra te deixar meio de má vontade. Candidato a best-seller, com insensamento constante da imprensa desde o surgimento, então, de cara já te faz torcer o nariz e declarar que não compra porra nenhuma jamais. Mas não há como negar o bom gosto do novo candidato (já eleito) a hit da publicitária Claudia Tajes. Mais que levar adiante o legado humorístico de Luis Fernando Verissimo, este livro foi capaz de fazer de mané a maioria absoluta dos livreiros deste país, que o classificaram como auto-ajuda, não-ficção, até "COMENTÁRIOS", como na livraria onde o comprei. E tem o valor de te colocar em cheque: até onde é capaz de rir de si mesmo. Não consegui gargalhar. Na verdade, o constrangimento prepondera. Sugiro aproveitar esta oferta, está saindo por bem menos do que paguei.
* * *
Temos uma alma emprestada, que fica larga no peito e estreita nas mandíbulas. Existem homens que se aproximam muito de suas medidas - separados apenas por um raio -, mas não existe um homem autêntico. Sob o ardente sol e a branca lua, nenhum homem é digno de se olhar nos olhos de um tigre.
Se Jim Morrison não tivesse morrido do coração em 71, poderia ter hoje um livro escrito como este.
19/12/2005 20:17 | Comentários (10) | TrackBack (0)BALANÇO
Estaria tudo perfeito se eu soubesse que dia 2 de janeiro teria um lugar predeterinado para ir e que neste lugar eu me sentaria num computador, aprenderia como logá-lo com minha identidade corporativa e, um mês depois, apareceria na minha conta um valor x (bem grande, por sinal) que estaria descontado de um valor y (a parte que o Governo rouba, com teu consentimento tácito) e isso ajudaria a pagar a vida boa que já começo a ter. Foi esta a aposta que fizemos ao trazer todas as coisas de Lajeado para cá e a ligação recebida logo na segunda seguinte (sim, quase uma semana atrás) confirmava a excelência da escolha. Tudo parecia se encaixar. Como normalmente acontece: minhas escolhas acabam sempre se revelando senão sábias, inevitáveis e concatenadas com um final adequado. Mas algo acontece desde o ano passado que não me permite dizer isso. Pelo menos não no campo profissional. 2004 e 2005 foram anos que não me permitiram a vanglória de dizer: "acertei". E morar num interior com horários rígidos de alimentação e divertimento não era opção, não senhor.
Começo mais um ano esperando que algo aconteça na vida profissional. E a sensação, como o era no ano passado, é de total impotência. Não que não se possa fazer nada: não se pode é ter a certeza de que o algo que for feito representará resultados práticos. Tenho três trabalhos a sair na imprensa paulistana mas não tenho a certeza de que outros virão para serem feitos. Tenho o saldo mais azul em meses mas nada me garante que assim ele será mantido, com depósitos constantes referentes a serviços autônomos.
E assim começo o ano. As vantagens? Ah, são inegáveis: tenho um belo apartamento (como já mencionado), mulher (não mencionado) e acessórios que cada vez mais se descobrem nas horas ociosas: piscina, sala de jogos, quadra de futebol e basquete (bolas, preciso de bolas neste Natal). Nada me garante, no entanto, que terei com o que sustentar este padrão pelos próximos meses. Não estou 100% mas certamente já estive muito, mas muito pior.
18/12/2005 20:02 | Comentários (10) | TrackBack (0)NENHUMA SURPRESA
Tudo o que revi por aqui já conhecia. A sensação nova é apenas ter uma casa praticamente só para mim. Não um quarto de hotel, que também era bacana, mas carecia de estrutura, um APARTAMENTO. Com geladeira, internet, cama boa e companhia boa. Sentia muita falta disso.
Como único comentário, posso dizer que não foi esforço algum ficar mais de 40 horas encerrado aqui neste apartamento para redigir duas matérias. Sim, estou há 40 horas aqui. E não me sinto mal: tem uma varandinha.
Última coisa: não sei se passa aí onde vocês moram, mas a campanha da Stella Artois está a coisa de mais bom gosto já vista nos últimos tempos. Sensação nova: estou considerando mais a propaganda.
15/12/2005 13:53 | Comentários (5) | TrackBack (0)NÃO APRENDEM
Sabe quando rola uma cena de seriado que começa errada? Tipo aquele personagem do Seinfeld, que entra sempre estabanado, ou o chefe do The Office meio que dançando, destruindo toda uma seqüência? Pois é. É o 2006 do Colorado.
14/12/2005 00:28 | Comentários (3) | TrackBack (0)AMIGO
Ainda não tem nada certo, mas quando tua primeira pauta te leva a uma primeira fonte como Hans Donner, não há como não vibrar.
E quando o dirigente de um grande banco, ao ser apresentado a mim, meio virado e sem banho, diz "conheeeeeço, como vai?", um ano inteiro de pasmaceira está ganho. E olha que nem foi um ano inteiro de pasmaceira. Consideremos só o GANHO.
14/12/2005 00:19 | Comentários (0) | TrackBack (0)ALGUMA COISA ACONTECE
Sempre tive vontade de morar em São Paulo. A Clarah escreveu certa vez que, se tu sente um frio na barriga ao caminhar pela Paulista, tem que morar uns tempos aqui. E desde sempre a cidade exerceu sobre mim um enorme... não sei definir. Esta quantidade incompreensível de prédios e concreto me atrai e repugna ao mesmo tempo. Vamos ver se dessa vez dá certo.
11/12/2005 21:52 | Comentários (6) | TrackBack (0)ATITUDE
09/12/2005 01:14 | Comentários (6) | TrackBack (0)
AUFVIEDERSEHEN
Todas as metáforas sobre emprego e relacionamento são cabíveis.
Então eu acordei e percebi que ao meu lado estava uma jubarte loira.
Fiz o que tinha que fazer: disse as palavras suaves que cabiam e me retirei.
E foi o que rolou.
08/12/2005 00:51 | Comentários (24) | TrackBack (0)TOTAL COVERAGE
06/12/2005 11:24 | Comentários (2) | TrackBack (0)
CONHECIMENTO DE CAUSA
Ando cada vez mais fã da Carol Teixeira.
Só mesmo minha ex-coleguinha de aula pra esculachar tão bem mundo no qual um dia ela foi rainha e eu sempre fui um espectador do outro lado do vidro.
05/12/2005 23:28 | Comentários (3) | TrackBack (0)O GRANDE DESPERDÍCIO
Ontem, terminado o jogo, decidi dar aquela caminhada tantas vezes adiada pela cidade, mais precisamente em busca de campos e mato. Encontrei os horizontes com as belíssimas colinas e aquele azul, que parece brotar direto das folhas de diferentes tonalidades de verde. Eram 18h30min e o vapor que subia das pedras era o mesmo de meio dia - um fenômeno que só vi igual por aqui.
Passei por casas, cumprimentei pessoas. Senti asco, simpatia e um indizível misto entre estas duas coisas. Saber das limitações, das belezas das limitações desta vida e tentar encontrar o elo que poderia me ligar a esta vida e me fazer esquecer todas as tentações do que existe dentro da fumaça. Caminhei, caminhei, caminhei.
Chegando num ponto em que havia a vertiginosa descida para o Centro de Lajeado passou por mim um Ômega com um cara loiro, loiro como eu mas com uma agressividade adiposa e uma bandeira berrando um título no qual fazia um grande esforço para acreditar. Eu não acreditei. Pouco mais adiante havia outros seus iguais buzinando, buzinando, provocando para a briga outros vestidos de azul também gritando, gritando e buzinando tanto que faziam cada minuto parecer a provação de quem está sofrendo um choque elétrico. E havia fumaça, também.
Nunca pensei que reagiria com a mesma irritação ao buzinaço dos simpatizantes do meu time. Não teve mais legitimidade que o outro, de uma semana atrás. Nem o vermelho conferiu mais beleza. Era só um bando de imbecis buzinando, e imagino que em São Paulo não teria reação diferente. Manifestações de massa só fazem sentido quando tu também realizou todo o esforço da estupidificação. Com juventude líquida, com colarinho ou straight e sem gelo. E parece uma tamanha perda de tempo até isso que não consigo ver mais sentido além de deitar a cabeça no travesseiro e morrer, economizando todos os recursos para que outros desperdicem.
05/12/2005 23:18 | Comentários (0) | TrackBack (0)NENHUM ARGUMENTO MAIS
How do I know you're gay? You're a Coldplay fan.
Abba, Coldplay, Madonna, Jorge Vercilo, Morrissey. Ajudem com o resto.
04/12/2005 14:17 | Comentários (8) | TrackBack (0)CONSTANTES
Entre as soberanas de festas rurais de interior, verifica-se que sempre a 1a princesa é mais bonita que a rainha. É que os critérios de escolha são muito mais políticos que estéticos. Se é que vocês me entendem.
Melhor nome de bar: PREÇO BAIXO. Certo que beberia lá sempre se morasse em Estrela.
03/12/2005 14:05 | Comentários (2) | TrackBack (0)EXPERIÊNCIA X ENERGIA
Sempre fui um fracasso no futebol. Quando finalmente consegui entender os mecanismos da concentração no jogo, além de táticas, já não tinha mais físico pra ser um jogador aceitável.
Creio que voltar a estudar matemática teria o mesmo resultado que aquela partida no saibro: hematomas, arranhões, exaustão e gargalhadas de pura hilariedade pela impotência.
02/12/2005 11:47 | Comentários (3) | TrackBack (0)DIA 2
Hoje minha vida pode mudar.
E pode não acontecer nada.
02/12/2005 10:59 | TrackBack (0)