« abril 2006 | Principal | junho 2006 »
PRECISO DE VOCÊ, JOVEM
Seguinte: estou atrás de histórias do tipo incrível para uma publicação jovem. O que é uma história incrível? É uma do tipo "virar lama na Índia", "fundar uma ONG", "escolher um ano para dizer sim em qualquer oportunidade que alguém lhe chamar para sair". Coisas assim, inusitadas, bonitas ou não, mas que rendam um texto elaborado. O que é um jovem? É você, que tem 12 a 21 anos e toda aquela bela energia para viver este tipo de história, bem como se enfurnar em lugares fechados e fumacentos todos os sábados. Gênero indiferente, vale menino ou menina. De preferência é legal se identificar, mas, em se tratando de evento crime ou vexaminoso, poderemos avaliar caso a caso.
Obrigado.
UPDATE: Podem ser histórias de quando o personagem tinha esta idade.
29/05/2006 16:34 | Comentários (6) | TrackBack (0)MARAVILHAS DO CAPITALISMO CONCORRENCIAL
Meio brincando meio a sério, insistia com a Carol para que tivéssemos todos os cartões de todos os supermercados, por causa do aperto e das facilidades do dinheiro de plástico já comentadas. Estava errado. Não apenas porque seria a falência certa assumir encargos com várias financeiras de hipermercado, mas simplesmente porque todos eles se igualam em uma vantagem: cobrem a oferta da concorrência ante a apresentação de um comprovante da mesma no caixa. Me chamem de aposentado sem nada pra fazer, mas é um prazer impor ao Extra os mesmos preços do Wal-Mart - um hipermercado mais competitivo nos preços, mas de muito mais baixo calão.
Logo, comprando um medalhão de filé mignon do Extra pelos preços do Wal-Mart faz o cara ganhar três vezes: pagando menos de oito pilas o meio quilo de medalhão limpinho, com a qualidade superior do Extra e ainda com o cartão de crédito do senhorAbílio Diniz.
São aquelas coisas que até te fazem sentir esperto, apesar de que é o "A-bilio-naire"* quem fica com o dinheiro.
* Charge americana, que emplacou "Abilio who? Abilio, short for A billionaire"
27/05/2006 23:21 | Comentários (0) | TrackBack (0)PARABÉNS, VIEJITO
Em abril de 1991 meu pai voltou quieto do sítio. Fazia tempo que só ele tinha saco para ir e mesmo assim passava só o sábado e voltava. Naquele sábado, estava cabisbaixo e não falou muito. Mais tarde, entregou um papel à mãe com uma poesia:
EPITÁFIO DE UM CÃO
Tinha sido atropelado o Collie da família, que todos nós adorávamos. O pai enterrou o animal, sozinho. Choradeira explícita e generalizada pelo resto do domingo.
isso é pra lembrar que hoje papai completa 81 anos. Imperfeito e herói, como todo pai e só ele. E poucos chegam nessa idade com a lucidez que ainda ostenta, altivo alegretense que representou sempre.
VALEU, PAI
25/05/2006 18:55 | Comentários (17) | TrackBack (0)2 + 2
Às certezas da vida, que teus intestinos produzirão merda e teus rins urina, que tuas unhas e barbas crescerão, que teus governantes cobrarão impostos para embolsar depois e que tua mulher implicará com teu hábito de beber, somar-se-á mais uma: sempre haverá um imbecil para derrubar paredes um ou dois andares acima do teu. Incrível, parece que o prazer de comprar o imóvel próprio só se completa com uma reforma geral de dois meses incomodando os demais moradores. Uma reforma que estará bem longe dos ouvidos do seu mandante, lógico.
E tu sequer vai saber quem é o filha da puta que deu a ordem para, pelo menos, lançar um olhar acusador.
25/05/2006 15:58 | Comentários (2) | TrackBack (0)DIAS TRISTES
É abrir a janela pela manhã, depois de sofrer para abandonar o semi-calor umedecido de suor do Edredon, e dar de cara com o branco meio cinza de um céu completamente encoberto há semanas.
É assim a rotina deste inverno em São Paulo. Já havia sido alertado, mas todo gaúcho tem certeza do monopólio do frio para acreditar. Em Porto Alegre se vê o sol e a temperatura continua em dez graus apenas até as 10h, para chegar nos 25° ao longo do dia. Aqui fica a umidade gelando os ossos. A meia claridade. A fumaça baixa impedida de subir pela inversão térmica. Dureza, viu.
* * *
Primeiros três capítulos de Mãos de Cavalo lidos e desde já a certeza: mais uma vez ele conseguiu. Sintetizou sentimentos, reações e situações comuns de forma invulgar e com cenas espetaculares já prontinhas para o cinema. Sem dúvida, em breve mais uma adaptação. Vida longa e produtiva ao meu amigo Daniel, que certamente já tem a posteridade à espera.
* * *
Carlos Alberto tomou um soco no olho e é mais um desfalque do Corinthians no jogo de amanhã. Irei ao Morumbi com meu ingresso de estudante já comprado. Se o maior rival do ano passado estivesse completo, teria certeza de vitória colorada com sabor de revanche. Prevejo um empate.
24/05/2006 14:55 | Comentários (3) | TrackBack (0)ATÉ QUE PRESTA
Em dúvida sobre ver ou não O Código da Vinci? Vá. É divertido.
Mas vá com uma consciência: é um filme do Tom Hanks. E sobre um best seller que tem uma trama que parece tirada de um livro de auto-ajuda que uma vez minha mãe bem-intencionadamente comprou pra mim "Como Escrever um Romance de Suceso". Independente disso, o náufrago consegue transformar qualquer drama em riso. A seriedade se vai na primeira franzida. Você ri nas horas em que é pra ficar de boca aberta e principalmente no final, caso não tenha lido o livro como eu tampouco li. E muito menos um dia lerei.
E Cinemark, vou te contar. Só de graça mesmo. Ou com a promoção pasta de dente leva a favela ao cinema.
23/05/2006 01:47 | Comentários (5) | TrackBack (0)NOITE
Maratona de festas estilo 2003 neste fim de semana.
Começou na sexta, com um dance responsa num lugar chamado Afrospot, no até então desconhecido circuito noturno do Bixiga. A discotecagem foi do preferido dos alagoanos, dj Alexandre Matias. Seleção musical impecável com todas aquelas músicas que esqueceu que existiam há uns cinco anos. De tudo, o que mais chama atenção é o aparato que a noite paulistana tem nos lugares mais inusitados. Em nenhuma outra capital eu vi um equipamento de imagem como o do Afrospot. Tocava para uma pista praticamente vazia. Duvido que alguma daquelas pessoas tenha pago para entrar. A entrada quem cobra são os estacionamentos: R$ 10 mortinho para estacionar com segurança.
A indagada festa do Copo Vermelho teve lugar no sábado, depois de uma labiríntica volta pela labiríntica Vila Madalena. A casa alugada era menor que o esperado. Na porta, uma promoter conferia o nome dos convidados e agradecia com um "ótimo". Dentro, outras promoters bem apessoadas cobravam a entrada em autorização dos direitos de imagem das fotos, que assinei quase insensivelmente. Ainda não tinha provado os salgadinhos medíocres nem ouvido que só poderia ser servido uma dose de Johnny Walker por vez. A pergunta "de que blog você é?" foi ouvida cerca de três vezes. Havia um ser de óculos escuros que iluminava os degraus com uma lanterninha de caneta antes de pisá-los. A festa foi exatamente isso: blogueiros que foram reunidos para um meeting onde rolou scotch a noite inteira e uma seleção musical de gosto duvidoso, até que meu amigocarioca assumiu as picapes. Acabo de ter a notícia de que a festa não acabou muito bem para ele. Foi o autor de frases de destaque como "eu não tenho traumas de infância", logo após beijar a mão de uma promoter que acabara de colher seus direitos de imagem. Valeu pela frase, pelo Johnny Walker quase de graça (em troca de uma ou duas fotinhos) e por não ter o carro roubado. Para a Johnny Walker também foi um bom negócio. Bem mais barato e eficiente que pagar por qualquer comercial de TV.
Para completar, ontem um churrasco aqui em casa. Amigos, risadas, maionese boa e carne mais ou menos. Não por culpa do assador. Não se pode operar milagres com carne zebuína.
Desabei na cama às 21h. Estou acordado desde as 6h. Tive sonhos de prisão, perseguição e burlagem de sistemas de segurança.
22/05/2006 09:31 | Comentários (13) | TrackBack (0)CADERNINHO DE PLÁSTICO
Quanto mais muda mais continua a mesma coisa. O caderninho que se usava em supermercados de antigamente hoje em dia virou o cartão de crédito das grandes redes de supermercado. Todas tem o seu, Carrefour, Cia Brasileira de Distribuição, Wal-Mart e até a pequenina Zaffari possui o seu dinheiro de plástico. Todos com a mesma condição, até 40 dias sem juros (dependendo do dia da compra) e juro de 2,99% ao mês em caso de parcelamento ou atraso no pagamento. Não há escolha para quem não dispõe de dinheiro vivo: é ter ou ter. Com taxas de 7,90% no cheque especial e 4,80% no empréstimo pessoal (valores de maio para clientes do Banco do Brasil), os bancos praticamente te empurram para os cartões de crédito de supermercado (que já espalharam a tendência para os postos de gasolina, que também já têm os seus cartões de juro zero). Fideliza o cliente. Ou melhor, praticamente o escraviza.
Mas eu entendo as taxas de juro brasileiras. Faz parte da cultura da gastança sem critério, sem respaldo e sem conseqüência. Botassem as taxas de juro no patamar em que é nos EUA (5% ao ano) e em pouco tempo a maioria absoluta da população estaria endividada até os tubos e o país quebraria. Já é assim com o crédito caríssimo de hoje em dia, imagine-se com um crédito diferente.
Há que se observar um ponto positivo nesta onda do dinheiro de plástico. É cada vez menos necessário o contato direto com o dinheiro de papel. faz muitos dias que não tenho o desprazer de pegar numa nota imunda de dez reau. Que bom.
20/05/2006 19:41 | Comentários (13) | TrackBack (0)MAIS UMA VEZ DEMÊNCIA DO SERVIÇO PÚBLICO
Ontem recebo um comunicado da USP dizendo que o processo seletivo para Analista de Comunicação do cinema havia sido cancelado e solicitando nova inscrição. A correspondência data de 10 de maio, ou seja, uma semana para ser entregue pelo Correio. Não havia qualquer menção a datas na circular. Primeiro item.
Verificando na Internet o período de reinscrições ia de 8 a 12 de maio. Segundo item.
Lembrando, a correspondência foi postada em 10 de maio. Terceiro item.
Junto com a correspondência foi enviado um ENVELOPE SELADO, obviamente pago com dinheiro público, sugerindo a resposta também por Correio. Quarto item.
Obviamente, por ser agora 13h, ninguém atende em nenhum telefone do DRH da USP. Quinto e último item.
18/05/2006 13:47 | Comentários (5) | TrackBack (0)TALVEZ UM ADEUS
O mais recente boato é que
MATARAM + A + MÃE + DO + MARCOLA
Todo mundo sabe o que isso significa para um bandido (e, por conseqüência, tamb´pem para a polícia).
Por enquanto é só um boato, mas... se não for, diria que a guerra começou foi agora.
17/05/2006 20:29 | Comentários (6) | TrackBack (0)GUERRA E MIMETISMO DA COMUNICAÇÃO
Acordei pelas 13h. Liguei o computador, deixei carregar tudo. Comi uma banana. Abri o MSN. Uma enxurrada de e-mails de meus amigos de outros estados perguntava sobre mnnha saúde e segurança. Eu ainda não tinha levado a sério esta coisa de ataque do PCC. Saíra no sábado, à pé. Fora a costumeira precariedade do transporte público, nenhuma estranheza. Pela tarde, muito mais que as notícias do rádio, que já mantinha ligado para apurar o grau de histeria, a cerração fora de hora e uma desagradável sensação de secura no ar me pareciam os maiores motivos pra não sair à rua. Fiquei o dia inteiro com o computador ligado, falando no msn com os amigos, recebendo e passando adiante informações.
Já pelo meio da tarde, o volume de notícias catastróficas deixava claro que a cidade realmente vivia um momento histórico. A Follhaonline colocou um banner "São Paulo sob ataque". A mesma manchete da CNN quando conseguiu restabelecer a comunicação no 9/11.
Na minha adolescência, tinha o juvenil costume de falar mal da polícia. Hoje prevalece a consciência de que estou de um lado: o dos cidadãos de bem. E a polícia é um mal necessário para que me salve de outro mal maior: os criminosos, que desejam me subtrair os bens. Desde o começo destes ataques ficou claro que o principal alvo destes ataques são os policiais. Qualquer dano dos criminosos a civis nada mais é que as chamadas perdas colaterais de uma guerra. Neste caso, atraentes porque diminuem a moral do inimigo, ou seja, a polícia.
Antes mesmo de ouvir o pronunciamento do Comandante Geral da Polícia de São Paulo já concordava com ele: o caos que se instalou hoje em São Paulo é a falta de critério na liberação de informações. O toque de recolher era e continua sendo um boato e todas as empresas já liberavam seus funcionários às 15h. As principais vias se congestionaram a partir disso. Às 16h30min, as avenidas Jaguaré e Corifeu, que são as que consigo ver da janela, não permitiam fluxo em nenhum sentido e uma sinfonia de buzinas se ouve até agora.
A culpa de tudo foi a boataria, informações falsas e divulgação massiva de informação. Creio que o fato histórico traz de volta a discussão sobre democracia na informação. Até que ponto é de interesse público saber de todos os fatos? Muito dos prejuízos deste dia se deve ao pânico que o fluxo de informação alarmista causou. Ônibus foram incendiados, sim. Mas o maior prejuízo foi o da falta de transporte. O pânico maior não era o de ser estourado numa bomba, mas o de não conseguir voltar pra casa.
Outro conceito que deve sofrer prejuízo é o dos direitos humanos. Uma amiga minha que trabalha em uma ONG recebeu uma carta de repulsa, aparentemente de algum familiar de policial. Ele repudia o trabalho das ONGs em garantir direitos humanos a criminosos, criminosos que não respeitam os direitos humanos de que se privilegiam.
Dias como o de hoje são bons para curar o marasmo. Muita coisa vai ser discutida a partir do 15/05/06. Muito vai se falar ainda no nosso 9/11. Mas eu acho que o mais provável é que a liberdade de todos, e a de imprensa, seja a maior perdedora.
15/05/2006 18:58 | Comentários (17) | TrackBack (0)QUARTA-FEIRA NO MORUMBI
Enganando todo mundo até agora. Não me iludo nem um pouquinho.
Mas dia 25 de maio vou fazer força pra conhecer o maior estádio particular do Brasil. Última oportunidade de ver Inter em São Paulo, que depois disso só volta a jogar aqui pelo brasileirão em setembro. Se não topar com São Paulo na Libertadores.
14/05/2006 20:25 | Comentários (3) | TrackBack (0)TU É COPINHO
Algo muito estranho no ar. Mas copo + Johnny Walker = presença confirmada.
10/05/2006 19:54 | Comentários (18) | TrackBack (0)CU DE BÊBADO...
"Abel perdeu as anotações que fizera e o papel foi parar na mão dos jornalistas."
Este é o tipo da merda que se aceita quando algum repórter bêbado faz, mas o comandante de um time que quer ser campeão das Américas não pode se permitir este tipo de vacilo.
A melhor crítica quem faz é a própria Lance Press: "A ironia da história é que boa parte da torcida da equipe colorada, e talvez o observador da LDU, pense o mesmo de Clemer, que mostrou nervosismo e falhou em vários lances dos últimos dois jogos contra o Nacional, de Montevidéu."
Sim, exato.
10/05/2006 15:50 | Comentários (3) | TrackBack (0)PASSINHO À FRENTE, POR FAVOR
Ontem tive a oportunidade de ver um VHS gravado na minha visita a Salvador em fevereiro de 2003.
Cortesia do cada vez mais reconhecidamente mestre pai pombinho.
Nunca imaginei rever um dia aquelas cenas.
Foi confortável a sensação de ter evoluído uma enormidade nestes três anos. Não apenas física como, em especial, no plano da moralidade. E os muitos preconceitos que se tinha (ou se tem) revelou-se, mais uma vez, responsabilidade apenas de uma pessoa.
* * *
Morre em Porto Alegre o General Joaquim Francisco Rodrigues de Freitas, mais jovem dos dois irmãos de papai e um dos mais bravos resistentes aos muitos males de saúde que a velhice e os excessos nos colocam. Foi uma via crúcis de mais de vinte anos de operações várias, safenas e um câncer metastaseado que acabou por dar um fim a mais um homem bom. Digo, um homem bom mesmo, daqueles que não nascem mais.
10/05/2006 11:07 | Comentários (5) | TrackBack (0)MORBIDEZ DO MERCADO
De muito mau gosto que esteja em destaque na página sobre a Crise da Varig a matéria "Confira dicas para aproveitar suas milhas".
Bem ao lado, uma das expressões de dor mais puras já publicadas este ano: o choro da aeromoça.
E o pior é que tu tem que entender.
08/05/2006 21:38 | Comentários (6) | TrackBack (0)QUE HOUVE?
É só entrar na zona de rebaixamento que la hinchada gremista começa os protestos de "queremos time". Poxa, gente, sabemos que o time misto do Vasco sempre oferece perigo.
Duas observações:
1) Achei que era uma torcida castelhana, que não admitia reprovação a su equipo.
2) Achei que gostassem de uma segunda divisão, destino provável de final de ano.
Mostra:
1) A artificialidade do campeonato gaúcho.
2) O vacilo do qualificado (porém desfibrado) time do Inter nesta decisão.
07/05/2006 18:54 | Comentários (17) | TrackBack (0)DIVERSÃO SADIA PARA A FAMÍLIA
A única qualidade da mais nova produção tarantiniana é ter conseguido resgatar a tosquice dos trash movies clássicos. Roteiro esganado em clichezões de road movies adolescentes, com a diferença do cenário europeu, tudo o que consegue é constranger. As cenas de tortura e aniquilamento, para mim, foram bem leves. Algumas pessoas, no entanto, abandonaram a sessão. Não entendo o que esperavam. Para mim é mais do que vergonhoso que o nome de Tarantino seja mais divulgado que o do diretor e roteirista Eli Roth, para mim o verdadeiro pai do show de horror.
UPDATE:
07/05/2006 17:37 | Comentários (3) | TrackBack (0)SÓ EXISTE RADIOJORNALISMO ESPORTIVO GAÚCHO
Cheguei em casa depois de pegar quatro ônibus diferentes com duas garrafas de vinho chileno de bom preço para ver o jogo do Inter e o clássico paulistano. Primeira coisa depois de entrar em casa é ligar a TV que, por estar meio bamba no suporte, vai direto ao chão.
Pânica. Horrora. Socorra. (Não credito esta frase, sua autora já me roubou pelo menos uma, se é que não roubou esta tb de outrem.)
Cabia ouvir na Guaíba pela Internet o jogo do Inter e no rádio normal o clássico.
Não demorou muito para o São Paulo x Palmeiras ficar bem mais interessante que o jogo do colorado. Obviamente minha torcida era pelo lado verde, que segurava um 1 x 1 garantidor de uma decisão por penais. Sempre uma boa pedida, quando não é o teu time que está nela. Mas a transmissão da rádio Jovem Pam AM não permitia qualquer espécie de emoção: desde os efeitos sonoros até a narrativa esportiva só conseguia me fazer pensar numa coisa: é por isso que tem tanto infarte no RS. Qualquer Haroldo de Souza no primário faria melhor que os caras. E, nas poucas vezes em que precisei de rádio AM no Rio, minha impressão foi a mesma. Não havia nenhuma possibilidade de se contagiar. Precisava alguns longos minutos para entender o que se passava. Terminado o jogo, entre muitos efeitos sonoros que me lembraram Rádio GlobOA, feira de rua, Nordeste, miséria, fome e ignorância, o repórter corria atrás de Rogério Ceni com a pergunta:
- INTÃO, RogérIÔ, que cê tá SINTIIINDU?
Não resta dúvida quanto ao resto. Mas fico muito absurdamente abismado com a superioridade insofismável, inenarrável e indiscutível do radiojornalismo esportivo gaúcho em relação a todo o resto do Braziuzão. Creio que esta é uma realidade do rádio como um todo, também.
04/05/2006 01:15 | Comentários (17) | TrackBack (0)QUE É QUE HÁ? GUERRA, PORRA!
Esperei que algum noticiário colocasse esta questão inalienável. O que mais cutucou foi o Bill no Jornal do Corujão da Globo, perguntando se a decisão da Bolívia não era uma "agressão" ao ex-embaixador brasileiro nos EUA. Pois está claro que é. Saddam Hussein fez muito menos em 90, quando tomou o Kuwait e acabou com seu país famélico, estuprado, vilipendiado e reduzido a cinzas 12 anos depois, após um longo período de encarceramento econômico. Evo foi falso, atacou silenciosamente como o índio dissimulado que é. Garantiu ao homem branco que não roubaria suas instalações e, na calada da noite, deu o bote. Tem a cara de pau de dizer que recomendou o silêncio para tornar tudo mais eficiente.
E NINGUÉM fala em tornar o exército brazuca útil para algo mais que servir de segurança no Haiti, país que não influi em absolutamente nada nos interesses nacionais.
Então a Petrobras pode ser roubada e nada se faz? Sim, porque a indenização não virá. A Bolívia tem o PIB da cidade de São Paulo. Não tem homens para manter a exploração de gás nos níveis que o Brasil precisa. A oferta vai diminuir e os preços aumentarão estratosfericamente. O país inteiro vai sofrer severas conseqüências, mesmo depois de ter gasto 1,5 bilhão com gasoduto e outras instalações no país vizinho. Se isto não é o mais brutal atentado que a segurança do Brasil já sofreu eu não sei mais o que é.
E ninguém fala em guerra. Daqui a pouco, vendo que não dá nada, todo o resto do coreto vai tirar uma lasquinha do Brasil, já que as forças armadas não se prestam ao que servem, garantir a segurança do país e de seus cidadãos. Pra que servem, então? Ir para o Haiti e garantir a segurança num país com o qual ninguém se importa?
Queria ver alguém ter o topete de roubar a maior empresa dos EUA. Um Mcdonald's apreendido em Teerão e todos os caças da força aérea americana estavam lá bombardeando tudo. Imaginem se fosse 50% do gás natural consumido no país. Em 10 minutos o país que fizesse isso teria ido pelos ares.
Tô muito puto. Qualquer um faz o que quer com o Brasil, seja país europeu, americano ou um bando de índio chapado de folha de coca. Qualquer um come a mulher do Brasil e neguinho promete as "providências cabíveis". Vão se foder. É a mesma coisa que pegar neguinho dando na cara da mãe e ameaçar de processo.
02/05/2006 13:47 | Comentários (14) | TrackBack (0)ODEIO DINHEIRO
Quando tudo parecia perdido em termos de finanças e as dívidas pareciam inevitáveis, apareceu um bolo de dinheiro na minha mão. Mas dinheiro vivo, tipo pagamento de eletricista. Estava querendo muito, mas receber na mão, em notas velhas de cinqüenta, foi bem assustador. Não sei se partilham desta sensação, mas ter muito dinheiro vivo em mãos, seja qual for o caso, longe de ser um alívio acaba se transformando em pavor. imagino como devam se sentir os criminosos que lidam com maletas cheia de milhares de dólares. A sensação deve ser hipnótica. Mas divago.
Assinado o recibo comecei a pensar no que fazer. Deixar na gaveta do trabalho pareceu insano, uma hora teria de ser depositado e ficar durante o feriado por lá impossibilitaria qualquer plano de sanamento de finanças. Cabia depositar naquele instante. Saí ainda com o lusco-fusco para a primeira agência. Cada transeunte era um malfeitor em potencial. O envelope em que deveria ser colocado me pareceu muito pouco seguro, a máquina um depositário confiável? Mas tomar um ônibus com aquela soma na mão era impensável. Foi ao envelope, selado, preenchido, depositado. E, somente amanhã, terei a sensação de alívio ao vê-lo depositado.
Houve alguns instantes de euforia que se traduziram em gastos desnecessários. Imediatamente arrependidos.
Vendo minhas contas percebo o reajuste em algumas delas. Faço contas, estimativas. O imediato liquidamento de qualquer saldo positivo indica a artificialidade do alívio. E o ciclo se perpetua com todas as soluções ficando para qualquer futuro. Sempre na torcida de que se imediate.
UPDATE: O que se imeadiatou foi a nacionalização do gás da Bolívia. Nunca o Exército brasileiro teve uma chance tão boa de justificar sua existência. Um bombardeio em La Paz agora justificaria todo o orçamento anual do Ministério da Defesa.
01/05/2006 18:27 | Comentários (3) | TrackBack (0)