« janeiro 2007 | Principal | março 2007 »
E O COLORADO?
Pode ter enganado o mundo inteiro, mas nunca me enganou. Ainda que com alguns sentidos desfalques, ainda é com toda a essência o time desorganizado e sem estrelas que ganhou a Libertadores do ano passado (COMO? todos ainda deveriam se perguntar) e assombrou o mundo com um Mundial sobre o Barça. Encontro resposta só na assincronia astral, no hiato de justiça divina ou num sempre possível episódio de alcoolismo do criador no ano de 2006. Com validade de uma ou duas datas, como se permite o gênio: duas ou três cagadas apenas.
Desculpem, amigos e irmãos colorados. Vejo apenas uma sombra na minha frente: o ano de 1993.
E vejo também uma luz, o ano de 1979. Um estranho para mim. Nunca fomos apresentados, nasci um ano depois. Mas muito gostaria de conhecer.
22/02/2007 00:18 | Comentários (4)ZIRIGUIDUM E TELECOTECO: A HORA DE SER ALGUÉM
Tá aí um espetáculo triste, este do desfile das escolas de samba. Eu fico triste de olhar o quanto anima o povo pobre diabo aquele instante de celebridade deícola em se sair, suar, se arrebentar por uma escola. Muitas vezes até sair ferido. É triste e lamentável esta noção de que se é parte de um conjunto e ao mesmo tempo deve fruir daquele momento de celebração máxima de vaidade, de realização. Muitos economizam um ano inteiro para aquele instante. Muitos trabalham o ano inteiro, assalariados, para muitas vezes perder tudo num detalhe.
18/02/2007 12:41 | Comentários (8)CARNAVAL: ÉPOCA DE ABRIR UMA LATA E LIGAR A TELA
Não há outra data em que a televisão seja tão necessária. O carnaval é a melhor época do ano para ligar o aparelho e apenas deixar que o veículo encha nossos olhos da mais pura brasilidade. E é uma ocasião em que cada uma das grandes emissoras mostra de forma conclusiva o que é. Ou pelo menos o que deseja ser.
18/02/2007 03:25 | Comentários (1)Body Count: a mais expressiva manifestação
O Rio segue sendo minha cidade cidade preferida. Por querer tanto bem à cidade que quase arromba a retina de quem vê, quero que pare também de arrombar pelos motivos errados. Como gênio que é, o criador de Malvados encabeça com outras pessoas de bem uma iniciativa simples e contundente, que ajudo a divulgar para meus treze leitores:
18/02/2007 01:26 | Comentários (2)HIGH SCHOOL NEVER ENDS
Este ano completa-se uma década que terminei o ensino médio. Era o fim de uma sucessão de calendários letivos nos quais tinha duas preocupações básicas: passar de ano da forma mais digna possível e entrar para a turma.
Não consigo me lembrar de nenhuma outra aspiração que não fossem estas duas. A escolha profissional foi ficando para depois. Acabei entrando 1997 sem nenhuma noção do que queria fazer. O que foi extremamente danoso, uma vez que acarretou fazer um vestibular equivocado para Direito com Filosofia em segunda opção. Entrei nos dois cursos, em duas universidades diferentes. Outro erro. E acabei abandonando ambos para incursar na única opção possível para minhas aspirações. Queria um curso que não exigisse muito, aliás nada. Estava de saco cheio de tudo e acabei no jornalismo.
Não tenho nenhum respeito por quem tenha sempre querido ser jornalista. Não tenho respeito nem por quem tenha respeito pelo jornalismo. Encher o peito para se dizer JORNALISTA é como se orgulhar de ser capaz de arar uma panela até que ela fique brilhando como um reflexo de espelho. Informar é um serviço sujo que precisa ser feito e pelo qual eventualmente se paga bem mas, vamos e venhamos, vá se orgulhar de sua punheta. Qualquer mendigo alfabetizado pode ser jornalista.
E assim me torneium jornalista profissional, como diz o registro na carteira. Não me orgulho em nada disso, como explicito acima, mas vou sobrevivendo. No entanto creio que algo ficou para trás, precisamente no Colégio Farroupilha. Eu deveria ter repetido o ano por conta de Matemática naquele 1997. Como aliás muitos dos que se formaram comigo. Não se apaga de minha memória a cena de uma colega nossa, por sinal chamada Celeste (lindo nome), achegando-se com a prova de recuperação para pedir explicaões ao professor. Cartas marcadas: ninguém falhou naquele ano letivo. Todos se formaram. O material da formatura já tinha sido produzido e a direção do tradicional liceu de Três Figueiras não queria estragar nenhuma festa.
Mas aí que tá. Algo que precisava ser terminado ficou lá. E é por isso que, 10 anos depois, continuam povoando meus sonhos os pátios e quadras e salas de aula. Ainda não terminou. Não entrei para a turma. Para nenhuma turma.
14/02/2007 12:56 | Comentários (8)VERDADES CABELUDAS
A realidade se descortinou muito cedo, na forma de um banheiro feminino ao qual tinha franco acesso mais ou menos pelos seis anos. Mas esta é apenas a imagem mais eloqüente. Preciso sempre lembrar da pornografia essencial ao entender por que é tão difícil encontrar algo que me faça arregalar os olhos. Nunca precisei do buraco da fechadura.
09/02/2007 16:43 | Comentários (2)PÍLULAS PARA GANHAR MELHOR
"Para 'subir' nessas organizações piramidais e hierárquicas, é preciso agradar àquelas e àqueles que ocupam o patamar superior; daí a necessidade de um conformismo crescente. As personalidades fortes criticam, revoltam-se, ficam na sombra, vão embora. E galgam os degraus os flexíveis, os maleáveis, em suma, os adaptados e adaptáveis, de sorte que os que se pavoneiam no alto do pico são geralmente os detentores de qualidades menores mas eficazes: aptidão para a aprrovação, silêncio sobre os desacordos, euforia verbal na lisonja. Assim é que as organizações humanas repousam sobre uma base rica e são dirigidas por aqueles que possuem virtudes inúteis ou fúteis."
IN : Akhenaton: a história do homem contada por um gato. VINCENT, Gérard
06/02/2007 18:06 | Comentários (1)PARA SEMPRE
Notícia mais romântica de todos os tempos.
Se vivo, Nelson Rodrigues escreveria cinco semanas seguidas sobre isso, declarando a descoberta da prova material do romantismo.
06/02/2007 17:21 | Comentários (4)IMPAGÁVEL
Vou até passar por cima do horror que me causa a idéia de mais uma vez promover o debate esportivo neste ambiente pra comentar o prazer que me deu ver a imprensa paulista chorando com a ida de Christian para o Inter. Alternavam-se momentos de ironia, que cumpria a função de esculhambar o jogador, saudosismo, falando de fidelidade no futebol e lamento, quando comentavam a situação do Corinthians, o que ocasionaria o fato "de hoje em dia o Internacional ser mais 'atraente' que o Corinthians".
Só por isso já valeu.
Mas fora a vazão de maus fluídos, me agrada a aquisição. Há uma chance sempre presente de virar fiasco. Mas, não sei por que, acho que se pá dá certo. Só tem que achar alguém pra servir e de repente tá brilhando aí um 2007 zulu.
01/02/2007 17:48 | Comentários (0)