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« outubro 2007 | Principal | dezembro 2007 »


RESPOSTA DO DIÁRIO; GRIFOS NOSSOS

A resposta da diretora do Diário do Grande ABC, que não ficou contente em ser ouvida uma vez sobre a questão e precisou mostrar todo o seu desespero em um a-mail para a redação do Comunique-se. Ouvi quatro fontes da minha maior confiança em off para fazer a matéria.

“Aos jornalistas do Comunique-se
Na qualidade de diretora de Redação do Diário do Grande ABC, se torna necessário esclarecer, de vez, o episódio 'Happy Hour DGABC', que tomou proporções absurdas nesse canal de comunicação por conta de inverdades divulgadas. Em nenhum momento houve por parte da direção do jornal, nem tampouco da Redação, proibição de happy hour aos jornalistas, assim como ameaça de demissão ou qualquer outro tipo de punição por tal prática. Também não é verdade que um suposto relacionamento amoroso entre colegas de trabalho, como se ventilou, tenha resultado na demissão de um e na suspensão de outro. Tudo isso não passa de bobagem.

Para pôr um fim nesse diz-que-me-diz, vamos aos fatos: há cerca de um mês, tão logo assumi a direção de Redação, houve uma reunião com os editores onde solicitei a colaboração de todos a fim de evitar happy hour no entorno do jornal. Isso em decorrência de fatos anteriores em que jornalistas extrapolaram na bebida e, em razão desses excessos, se tornaram inconvenientes, ficando expostos a tudo e a todos. Pediu-se moderação e que se evitasse o consumo de bebidas nas proximidades do jornal. Uma forma de preservação da imagem da empresa, mas principalmente do jornalista. Convenhamos, senhores, não ser nada agradável um entrevistado encontrar com seu entrevistador, mesmo fora de expediente, embriagado. E não me venham dizer que esse tipo de problema não existe no meio. Aliás, em quase 30 anos de profissão, já presenciei muitos casos de alcoolismo entre colegas. Um tabu que as redações costumam esconder, mas que é pertinente e muito desagradável.

Volto a insistir: não há proibição, não há ameaça alguma. Quanto a relacionamentos amorosos, destaco que temos nesta redação vários casais que se conheceram no trabalho, uns namoram e outros até se casaram.

Lola Nicolás
Diário do Grande ABC”

27/11/2007 12:43    | Comentários (5)


VERY HARD NEWS

Poucas vezes fiquei tão orgulhoso de um trabalho jornalístico quanto deste:

Lei seca vigora no Diário do Grande ABC

A lei seca está de volta, pelo menos para os profissionais do Diário do Grande ABC. Segundo fontes ligadas ao jornal, por ordem do próprio empresário Ronan Maria Pinto (proprietário do veículo), quem for visto em bares das imediações da redação pode ser sumariamente demitido.

A diretora de redação Lola Nicolas confirma, porém diz se tratar apenas de uma "recomendação" sua para "preservar a imagem da empresa". "Pedimos que os jornalistas evitassem o happy hour nas proximidades do Diário para evitar, por exemplo, que as fontes encontrem os profissionais que acabaram de entrevistá-las nestes ambientes."

Mas os jornalistas de escalão mais baixo contestam. Segundo eles, recentemente, o relacionamento amoroso entre dois funcionários do jornal acabou com a demissão de um dos envolvidos e com o afastamento de outro. Para evitar que novo caso entre colegas de trabalho terminasse desfalcando novamente a redação, Ronan Maria Pinto teria determinado que happy hour, agora, só aconteceria sob suas vistas. Segundo nossas fontes, ele inclusive teria prometido fechar todo mês um bar com este propósito, desde que estivesse presente na ocasião.

Lola Nicolas mais uma vez nega esta versão. "Desconheço que tenha acontecido tal problema, houve algumas mudanças no jornal, mas não estão relacionadas a nada assim", garante. Ela classificou como "inconstitucional" uma norma que proíba funcionários de desfrutar da bebida de sua preferência fora dos limites da empresa. "Não podemos querer controlar o que nossos funcionários fazem fora do horário de expediente", completa.

23/11/2007 08:59    | Comentários (2)


A INTERNET AINDA NÃO EXISTE

Para quem se indaga o que tenho feito que não posto mais aqui, a resposta é: tenho feito o mesmo de sempre, nada. Tenho gerado conteúdo para dois sites de notícias na internet. Há alguns anos eu escrevia para um zine por e-mail, há poucos menos postava para o blog. E a internet segue sendo o que sempre foi: uma abstração.

Entre os trabalhos que realizei no período ocioso deste blog esteve a cobertura de um evento da ANJ (Associação Nacional dos Jornais) que indagava para onde aponta o futuro dos jornais e sua relação com as mídias online. Eu não sei para onde aponta o futuro, mas não tenho escolha que não concordar com um dos palestrantes que disse, sobre o presente: as mídias online ainda mamam na vaca leiteira das mídias do mundo real.

Os maiores e mais respeitados sites de notícias têm grandes conglomerados midiáticos por trás que os sustentam financeira e moralmente. Sem eles não são nada. E mesmo com eles não são nada. Porque a internet ainda não encontrou sua sustentação e não sei onde poderá encontrar.

Há cerca de um ano uma estudante de jornalismo me procurou para que eu comentasse sobre minha experiência na redação de um grande portal que recém surgia. Sem pestanejar, respondi, pelo msn: é uma grande piada. É um simulacro, uma plataforma da rede de TV que está na sua retaguarda. A TV é a razão de sua existência e acaba nisto.

Talvez ela não tenha gostado muito da minha resposta. Seu trabalho de conclusão pretendia versar sobre a independência pressupostamente já então obtida pelos meios online, uma vida própria. Lamento, coleguinha. Nem há um ano atrás e nem agora. As redações de online ainda precisam da vaca leiteira das mídias tradicionais. Até quando eu não sei.

Neste espaço de tempo de um ano, surgiram algumas novas redações de jornais impressos gratuitos em São Paulo. Não tenho notícia de nenhum portal sendo inaugurado. Até mesmo a redação na qual trabalhava no ano passado parece ter deixado de ver necessidade nos investimentos em recursos humanos: por ocasião das primeiras férias de sua equipe, jornalistas free-lancers povoaram com uma nuvem de assinaturas em colaboração o conteúdo deste grande portal.

Não tenho dúvidas que há dinheiro a ser ganho na internet.
Não tenho dúvidas que há dinheiro a ser gasto na internet. Não há dúvidas de que ela é presente como entidade, ainda que incorpórea. Só ainda está faltando um milagre que nos prove a todos que a internet existe de verdade. Eu ainda não acredito nela.

18/11/2007 17:36    | Comentários (6)


BENEFICIE RACIALMENTE E FOMENTE A TENSÃO RACIAL

Com toda a precaução a que o assunto obriga (principalmente porque, no caso, eu sou um alemão branquelo, e alemães branquelos, assim como os japoneses, não tem tanto direito a opinião neste debate quanto negros e judeus), recomendo trechos da entrevista que Charles Murray deu à Folha.

Ele errou em seu livro ao dizer que inteligência é um fator determinante para o sucesso, quando todos sabemos que a humildade (ou puxa-saquismo) é o que o determina, pelo menos no mercado de trabalho. Me agradou, porém, o que o sociólogo fala sobre as tais políticas afirmativas. É exatamente o que eu penso:

Nós temos leis de ação afirmativa, que dá incentivos a empregadores para dar tratamentos especiais e favoráveis para negros. É uma política terrível. Para todos: para os negros, para os brancos, e pior ainda para as relações entre negros e brancos.

e

Vocês se apresentam como um país que não é obcecado com a questão negros versus brancos, como são os EUA. Se isso é verdade, a ação afirmativa é a melhor maneira possível para destruir essa vantagem.

Se vocês querem garantir que os brasileiros comecem a se odiar, odiar talvez seja uma palavra muito forte, mas estranhar um ao outro como nunca antes aconteceu, criar divisões, então a melhor receita é implantar a ação afirmativa. Funciona maravilhosamente para criar ressentimento. Se você tenta ajudar os negros, os brancos vão dizer: "Espere, se eu tenho a mesma habilidade e um processo seletivo justo, porque alguém deve ter vantagem em relação a mim por conta da cor de sua pele?.

05/11/2007 08:51    | Comentários (3)


COPA: NÃO CONTEM COMIGO

Sem tempo nem a capacidade intelectual do único político possível do Braziu, sinto-me à vontade para reproduzir aqui as idéias que já foram abertas no Josias:

‘Também fui brasileiro’

Há um verso de Drummond que diz: ‘Também sou brasileiro, moreno como vocês’. Continuo moreno, mas às vezes duvido se sou mesmo brasileiro. Talvez pelos longos anos de exílio, ou pela ausência de um equipamento mental adequado, o fato é que fico perplexo no momento em que todos parecem eufóricos.

Acho estranho que governo e oposição briguem tanto em torno das verbas de saúde e sejam tão unanimemente festivos quando se comprometem a gastar com futebol. Não condeno gastos com a Copa, apenas lamento que essa ruidosa concordância não se dê em torno de outros temas essenciais.

Mais curioso ainda é o deslocamento de governadores para Zurique. Será que nenhum deles tinha algo mais importante a fazer? Em outras palavras: nenhum deles teve a coragem de dizer aos seus eleitores que a viagem, em termos de custo-benefício, não compensava?

Com tantos aspones, marqueteiros e puxa-sacos, certamente pesaram seus passos e acharam que sim, compensava, em termos eleitorais, participar da caravana internacional. Sempre nos acusam de espírito de vira-latas quando criticamos esse espalhafato. Mas não seria espírito de vira-lata toda essa ansiedade e oba-oba quando somos candidatos únicos? E essa história de escritores com metáforas duvidosas, essa mania de aplaudir entrevista coletiva, como fizeram como a de Ricardo Teixeira?

Será que os aspones acham que impressionam os repórteres? Teixeira usou na entrevista um recurso, momentaneamente, típico no Brasil. Questionado sobre a violência, afirmou que ela existe também nos EUA e na Inglaterra. Tirem EUA e Inglaterra e coloquem "governo passado" e terão a fórmula mágica.

Pior que, na caravana, estavam governo presente, passado e, possivelmente, futuro. Lembro-me de que, quando jovem repórter, fiz, numa coletiva em Portugal, pergunta sobre a ambigüidade brasileira na ONU em relação à independência dos países africanos. O então chanceler Juracy Magalhães respondeu irritado: como é possível torcer contra o Brasil? Considerava as dúvidas como antibrasileiras.

Quando todos celebravam, amargava minhas dúvidas, não sobre a Copa, mas sobre essa trajetória de provincianos ruidosos em Zurique. Entre aplaudir a entrevista de Ricardo Teixeira e vaiar até minuto de silêncio, há margem de manobra. Continuarei vaiando os governos do passado, do presente e do futuro próximo. Certamente vão perguntar: como é possível torcer contra o Brasil? De certa forma, é minha especialidade. Se ser brasileiro é isso, não contem comigo.

03/11/2007 18:15    | Comentários (0)

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