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junho 23, 2005

Japão 2 x 2 Brasil, ou como uma sabedoria milenar anulou arroubos de genialidade

Todas as pessoas que estão acostumadas a assistir aos jogos da seleção brasileira sabem perfeitamente o que acontecerá. Os assanhados jogadores do Brasil partem para cima nos primeiros minutos, cheios de malandragem, perninha pra lá, fru-fru pra cá. Conforme a partida segue e o adversário se estrutura em campo, as chances vão desaparecendo, as jogadas não fluem mais. Se o outro time possui uma estrutura tática minimamente razoável, consegue amarrar os canarinhos. Qualquer pessoa sabe disso. Exceto o Casagrande, claro.

Contra o Japão foi exatamente isso que vimos. O time treinado pelo Zico (que nunca fez nada pelo Brasil, é bom que se diga) inicialmente tentou encarar o Brasil em condições de igualdade. Percebendo o equívoco e já perdendo de 1 a 0, fechou-se e tentou ficar com a bola o máximo possível, impondo a consagrada técnica nipônica CAN’T SEE MY EYES. Fez o gol de empate e retraiu-se, mas o jogo era esse mesmo. Atacou na hora mais indicada, foi melhor taticamente.

Parreira não dá mais uva

O que mais me impressiona em Carlos Alberto Parreira é a regularidade dos seus times. Nenhum técnico consegue implantar um estilo de jogo de forma tão irrevogável quanto ele, impedindo todos os atletas de dar um passo a mais em campo. Parreira consegue fazer Zé Roberto, Ronaldo, Adriano e Kaká jogarem como jogariam quaisquer outros quatro jogadores. Talvez apenas isso explique, por exemplo, sua queda afetiva por Renato, o pior jogador do futebol brasileiro em muitos anos, que desfila solenemente com a camisa da seleção.Todos lembram daquela seleção de 1994, que ganhou porque era um time ruim com um esquema rígido de jogo e um atacante fora de série.

Parreira dorme de pijama, faz só papai e mamãe, dobra suas cuecas e nunca toma mais do que duas latas de cerveja. E tudo isso transparece quando vemos os times montados por ele jogar. Sai um volante, entra outro. Pedir uma simples alteração de esquema durante a partida seria motivo para morrer queimado, caso Parreira fosse um inquisidor, ou internado se ele tivesse nascido psiquiatra.

Os amarelos deles são mais eficientes do que os nossos

É lamentável essa felicidade ingênua em torno do time verde-amarelo. Futebol é bonito quando resulta em gols e, conseqüentemente, em vitórias e títulos. Os mais afoitos dirão ‘mas a gente é penta’. Sim, a gente é penta. E seria octa se não fossem os técnicos assanhados que comandaram o time em muitas copas. Isso fica evidente se contarmos quantos títulos sul-americanos temos em comparação aos castelhanos.

Assistindo às transmissões pela TV fico constrangido pela imbecilidade infantil dos narradores e comentaristas. Tripudiam em cima de todas as jogadas dos jogadores ditos toscos. O Brasil não sabe se defender quando perde de 1 a 0, mas não importa que todas as jogadas de ataque tenham sido desperdiçadas por frescuras e pedaladas. Hoje quando o Nakamura acertou aquele balaço do meio-campo o problema foi dos volantes que não marcam. Alguém precisa dizer para esses senhores que nesse jogo chamado futebol é normal que os adversários façam gols. Nós apenas precisamos fazer mais do que eles.

(DC)

Publicado em junho 23, 2005 12:32 AM

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