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É desolador analisar o ocorrido nas duas últimas partidas da Seleção Brasileira pelas eliminatórias. Robinho, um dos artífices do vergonhoso fracasso do pré-olímpico, agora é tido como o novo Garrincha pela imprensa em geral - personificada em Galvão Bueno e Casagrande. Mas enfim, nada pode ser mais fácil do que criticar esses dois.
Roberto Carlos, antes da partida:
"Sim, somos os melhores do mundo mesmo."
Roberto Carlos, depois da partida:
"O problema foram os três gols no primeiro tempo."
A crítica deve ser dirigida à seleção, que passou a acreditar nas bobagens proferidas por ambos em todas as transmissões, e repetidas diariamente em matérias do Globo Esporte. Mas o Globo Esporte não passa na Argentina.
Quando entenderemos que o futebol-arte acabou em 1970 e foi exumado, cuspido e chutado em 1982? O futebol-arte hoje em dia é o que a Argentina jogou contra o Brasil. Riquelme esbanjando talento sem dar nenhuma pedalada, Sorín chegando junto em todas as jogadas, Gonzales tirando a paciência dos bailarinos. Futebol-arte é o Brasil da Copa de 2002. É talento aliado à aplicação. Talento aliado ao salto-alto, calçado muitas vezes pelos brasileiros, dá no que deu.
O mais triste de tudo é a conclusão de que o Brasil melhorou com a entrada de Renato, o borboleta, e não com a saída de Robinho. O Brasil sequer melhorou. Fez um gol de falta, do meio do campo.
Ir para o monumental de Nuñez com o "quarteto fantástico" não é futebol-arte. É burrice.
(ASJ)