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Colocadas lado a lado as campanhas de São Paulo e Atlético parecem semelhantes em dificuldade. Mas os paranaenses enfrentaram equipes embaladas, enquanto os comandados de Paulo Autuori tiveram adversários que, embora sejam equipes tradicionais, vinham caindo pelas tabelas.
Na primeira fase, os atleticanos tiveram como adversários os colombianos do América de Cali e Independiente Medellín, além do Libertad, do Paraguai. Indiscutivelmente, duas escolas copeiras do futebol sul-americano. Os tricolores paulistas enfrentaram o Universidad de Chile, os argentinos do Quilmes e o The Strogest, da Bolívia. Uma barbadinha que não impediu a imprensa alegre de alardear o São Paulo como um dos únicos invictos da competição. Enquanto o São Paulo acabou essa primeira etapa com 12 pontos, o Atlético somou 10. Uma diferença irrisória se analisada a dificuldade dos adversários.
Nas oitavas-de-final os são-paulinos enfrentaram o Palmeiras e todos dirão: ah, é clássico. Clássico no Brasil, só existem três: Gre-nal, Fla-Flu e Atlético x Cruzeiro, o resto é invenção. O Palmeiras não chutou uma bola em gol nos dois jogos, vinha tropeçando em todos seus confrontos e escalou uns esmirrados que não podem nem competir pelos torneios sub-15: Marcinho, Juninho e Lúcio (que, certa vez, queria ganhar cem mil por mês porque tem uns 38 irmãos). Os rubro-negros tiveram como oponente o Cerro Porteño, tradicional equipe paraguaia, e jogaram a segunda partida em Assunção.
Na fase posterior, o Tigres apareceu no caminho do São Paulo, que fez quatro a zero no primeiro jogo e encaminhou a classificação. O adversário do Atlético foi o Santos. Surpreendentemente, o time da Vila foi batido nas duas partidas. No jogo da ida, no Paraná, é necessário lembrar que o time da casa teve um jogador expulso na metade do primeiro tempo, saiu perdendo e conseguiu uma virada na base da força. No segundo confronto, o Atlético venceu novamente, ajudado pelo “efeito Gallo”, que já começava a aparecer.
Nas semifinais, o time que não tem estádio para jogar foi claramente auxiliado pelo fato de o Chivas, seu adversário, ter tido mais de metade da equipe convocada para defender a seleção mexicana na Copa das Confederações. Resultado da brincadeira: quatro a zero na Arena. No jogo da volta, empate em dois gols. Sem dúvida, o Chivas e sua tática Chapolim foram as grandes surpresas desta edição da Copa. O São Paulo enfrentou o River Plate, time apenas regular, que não conseguiu fazer valer nem o fator Monumental de Nuñes para reverter os dois a zero do primeiro jogo.
Se nenhum desses argumentos foi suficiente para convencê-lo de que a campanha paranaense foi mais difícil, caro leitor, dou ainda um último, decisivo: o time do Atlético-PR é muito, mas muito, muito ruim. Enquanto o São Paulo tem uma equipe que é regular, bem escalada, com alguns bons jogadores, o time da Arena não tem nada, nem jogadores, nem estádio, nem nada. Ainda agora na final. a história repete-se: o São Paulo está enfrentando um rival de qualidade duvidosa, ao passo que o time da terra das araucárias terá que mover os oceanos e o céu para prevalecer.
Mas tudo isso pode ser mudado porque ontem Júpiter escondeu-se atrás da lua. (DC)
Campanhas
São Paulo
Primeira fase
São Paulo - 12
U. de Chile (CHI) - 9
Quilmes (ARG) - 5
The Strongest (BOL) - 5
03/03 - The Strongest 3 x 3 São Paulo - La Paz
09/03 - São Paulo 4 x 2 U. de Chile - São Paulo
16/03 - Quilmes 2 x 2 São Paulo - Quilmes
13/04 - São Paulo 3 x 1 Quilmes - São Paulo
21/04 - U. de Chile 1 x 1 São Paulo - Santiago
11/05 - São Paulo 3 x 0 The Strongest - São Paulo
Oitavas-de-final
18/05 - Palmeiras 0 x 1 São Paulo - São Paulo
25/05 - São Paulo 2 x 0 Palmeiras - São Paulo
Quartas-de-final
01/06 - São Paulo 4 x 0 Tigres - São Paulo
15/06 - Tigres 2 x 1 São Paulo - Monterrey
Semifinais
22/06 - São Paulo 2 x 0 River Plate - São Paulo
29/06 - River Plate 2 x 3 São Paulo - Buenos Aires
Atlético-PR
Primeira fase
Ind. Medellín (COL) - 10
Atlético-PR - 10
América de Cali (COL) - 9
Libertad (PAR) - 6
15/02 - Ind. Medellín 2 x 2 Atlético-PR - Medellín
01/03 - Atlético-PR 1 x 0 Libertad - Curitiba
10/03 - América 3 x 1 Atlético-PR - Cali
14/04 - Atlético-PR 2 x 1 América - Curitiba
20/04 - Libertad 1 x 2 Atlético-PR - Assunção
10/05 - Atlético-PR 0 x 4 Ind. Medellín - Curitiba
Oitavas-de-final
19/05 - Atlético-PR 2 x 1 C.Porteño - Curitiba
26/05 - C.Porteño 2 (4) x 1 (5) Atlético-PR - Assunção
Quartas-de-final
01/06 - Atlético-PR 3 x 2 Santos - Curitiba
15/06 - Santos 0 x 2 Atlético-PR - Santos
Semifinais
23/06 - Atlético-PR 3 x 0 Chivas - Curitiba
30/06 - Chivas 2 x 2 Atlético-PR - Guadalajara
Amigo, c viajou TORTO ao excluir um Palmeiras x Corinthians ou Flamengo x Vasco da lista dos clássicos. clássico não é só jogo com histórico, mas tb o q envolve rivalidades importantes, como são esses casos.
Publicado por: Diogo em julho 15, 2005 1:49 PM
Clássico é só os que têm nome formado por siglas.
Publicado por: Bruno Galera em julho 15, 2005 2:31 PM