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setembro 13, 2005

Fluminense deve temer histórico de Abel Braga

Levando-se em conta o equilíbrio existente entre os ponteiros do Campeonato Brasileiro, os técnicos podem ser decisivos para o sucesso ou insucesso de suas equipes no torneio. Dessa forma, os tricolores cariocas devem estar apavorados, pois no seu comando está Abel Braga, responsável por significativos velórios de massa na recente história do futebol brasileiro.

Imediatamente devemos fazer uma viagem ao não tão distante ano de 1989, quando foi decido o campeonato nacional do ano anterior. O Inter enfrentava o Bahia em busca do quarta estrela no peito. Os nordestinos venceram o priemeiro jogo, na Fonte Nova. Mas nada deveria impedir os colorados de triunfarem, já que uma exígua vitória de 1 a 0 em Porto Alegre bastava. Nesse momento da história aparece o fator Abel Braga. O time pressionou durante 90 minutos na base da tática "estouro da boiada" e o jogo terminou com o placar virgem. 80 mil testemunhas de homicídio doloso deixaram o estádio naquele fim de tarde fatídico.

Indispensável também é fazer justiça, já que apenas um louco como Abel poderia virar um jogo como o chamado Gre-Nal do Século - válido pela semifinal do Brasileiro de 1988 -, quando o Inter teve Casemiro expulso no primeiro tempo e ele colocou o ponteiro Edu para jogar também como lateral, na segunda etapa. Essa vitória é lembrada como um título pelos colorados e contribui muito para a simpatia que os vermelhos ainda sentem pelo avalista de seus maiores fracassos.

O episódio certamente já não fazia parte da memória dos colorados que entupiram as arquibancadas na semifinal da Taça Libertadores de América daquele mesmo ano. Seria barbada. Ao Inter, bastava empatar contra o Olímpia. O jogo de ida havia terminado 1 a 0 para os gaúchos, em pleno Defensores del Chaco, com um belo gol de bicicleta de Luís Fernando. Insatisfeito com o marasmo do seu primeiro fracasso, Abel Braga decidiu que daquela vez a história teria requintes de crueldade. O Inter saiu perdendo e empatou. Tomou outro gol e empatou novamente. Mas não igualou o marcador quando sofreu o terceiro. Nílson havia errado um pênalti no tempo normal e errou outro na decisão pelas penalidades. Outras milhares de testemunhas saíram em luto pelo mesmo morto de uns meses antes.

Engana-se quem acha que o problema de Abel Braga é apenas com os colorados. Sua ânsia por grandes tragédias estava presente numa noite de quarta-feira do ano de 2004, em um Maracanã lotado, quando o Flamengo apenas deveria confirmar o título da Copa do Brasil contra o pobre Santo André. A primeira partida, disputada no Interior de São Paulo, termirara empatada em dois gols. Resultado da brincadeira: Flamengo 0 x 2 Santo André.

Em chamas, o técnico aguardou ansiosamente até o presente ano para vitimar seu atual clube, perdendo a Copa do Brasil para o Paulista e adiando o sonho do Fluminense de conquistar um título nacional, feito que não acontece desde 1984. Não vejo como podem não estar desesperados os torcedores do tricolor e até suspeito que o sofrimento aumentará de forma diretamente proporcional ao tempo em que permanecerem na liderança.

Os demais técnicos que lideram o campeonato também não são nenhuma maravilha. Quando vemos o Santos jogar percebemos que os acertos da equipe estão muito mais ligados à qualidade de seus jogadores do que a qualquer intenção do técnico Gallo. Da mesma forma, também o Corinthians está na corda bamba: é sabido de todos que Márcio não saberá como agir quando a corda esticar, será engolido pelo grupo de jogadores tarimbados e não terá autoridade para estabilizar o elenco.

Por esses critérios, Palmeiras e Goiás seriam os principais favoritos ao título. O problema é que aí falta time. Sem dúvida que Leão sabe dar na cara dos jogadores quando é preciso, mas deverá reivindicar uma estátua no Palestra Itália se garantir os verdes na Libertadores. E o Goiás, bem, o Goiás não tem o que falar. Geninho está operando milagres para que o time do Serra Dourada faça o que está fazendo. Souza é o centroavante, não preciso dizer mais nada.

No Inter, Murici Ramalho é uma incógnita. Profissional competente, sem dúvida, mas é mais fácil fazer uma mula entender Hegel do que fazê-lo mudar de idéia e convicções, nem sempre corretas. A seu favor estão a capacidade de mobilizar o grupo e a sabedoria de mudar jogos no intervalo, como fez contra o Figueirense. Contra ele pesa a minha intuição de que possa ser um Abel Braga em potencial. (DC)

Publicado em setembro 13, 2005 1:19 PM

Comentários

"Contra ele pesa a minha intuição de que possa ser um Abel Braga em potencial. (DC)"

Sempre os melhores encerramentos. Deus.

Publicado por: Hermano em setembro 13, 2005 4:09 PM

Agora é a hora do Abel Braga. Tenho fé. Mantenham o Pet longe da noite, pelamordedeus!

Publicado por: Fábio em setembro 13, 2005 5:46 PM

Concordo com o Hermando. Sempre os melhores encerramentos.

Publicado por: Francisco em setembro 14, 2005 4:56 PM

"é mais fácil fazer uma mula entender Hegel do que fazê-lo mudar de idéia e convicções"

esse trecho é melhor que toda a reportagem da Placar desse mês sobre o Muricy

Publicado por: Caue em setembro 15, 2005 4:18 PM

pois é, agora Abel tem uma Libertadores nas costas e seus comentários viraram lixo. Adios.

Publicado por: loler em setembro 25, 2006 12:48 PM

pois é, o Goiás tenta fugir do rebaixamento e o Souza tá lá, é artilheiro do campeonato isolado. Manja muito vc.

Publicado por: loler em setembro 25, 2006 12:51 PM

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