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Como o zagueiro Marinho, tardo, mas não falho; aqui está:
É o único estreante na temporada 05-06 e chega para ser o terceiro representante da cidade na categoria. A última vez que três de Rosário participaram na Primera foi em 83 quando, além dos históricos Central e Newell's apareceu o (segundo me consta) amador Renato Cesarini (pelo menos não disputa categoria alguma como profissional, mais uma vez, segundo me consta).
Livre adaptação do breve histórico publicado en la 'Edición Especial Olé - GUIA APERTURA 05' de agosto/05; 'GUIA TURÍSTICA YPF' Ano 2 - Número 6 de novembro/98; pesquisa de internet e cabeça, memória, doutor:
Tiro fará sua estréia na Primera, mas apesar disso, o clube tirolense fundado em 29/03/1905 tem história.
Em 1920, ainda na época do amadorismo (Nota 1: O profissionalismo foi estabelecido pela A.F.A. em 31), foi campeão da Liga Rosarina e jogou a Copa Doctor Carlos Ibarguren, na qual o campeão nacional enfrentava o de Rosario em partida única em buenos Aires. (Nota 2: Assim como o beisbol yankee chama seu campeonato de 'World Series', o campeão de Buenos Aires tinha status de 'campeão nacional'. Um clássico exemplo de megalomania, a parte pelo todo, e por aí afuera...)
Demonstração de amadorismo, o Boca ganhou por 2-1 mas a partida foi anulada porque dois jogadores foram escalados indevidamente, o portero Tesoriere e o atacante Martínez. (Nota 3: Uma prova irrefutável de que nem sempre esquemas pra favorecer os clubes mais populares seguem até as últimas consequências, taí o Zveiter que não me deixa mentir.)
Já corria o ano de 22 quando finalmente a tal Copa Ibarguren de 20 foi decidida, uma semana depois da decisão de 21.
Ao final, um 0-4 de cair o queixo de qualquer carcamano vivente aquele dia na Boca, num tempo em que o WM, traduzido em números por 2-3-5 era o padrão tático mais comum. (Nota 4: o que ocasionava eventuais surpresas como esta e aquele Gre-Nal que acabou 1-6, mas isso já é outra história.)
Nos idos de 20, era comum que Tiro cedesse jogadores à seleção, como Antonio de Miguel e Roberto Cochrane.
Já no profissionalismo, Tiro foi incorporado `Primera B (2a. div). Esteve aí até 49, quando, por decisão da A.F.A., foi descendido a Primera C (3a. div). (Nota 5: Sim, lá também há canetaços. Uma lástima que isso ocorra por todas partes do mundo)
Campeão da categoria em 51, voltou a 2a. por duas temporadas.
Em 54 retornou à 3a. e passou 9 anos na disputa até que em 64 o clube decidiu afastar-se das competições nacionais para disputar apenas os torneios locais.
Durante os anos seguintes, esteve a ponto de desaparecer.
Numa época em que já estavam os estádios divididos de acordo com a representação clubística, em Rosario se era ou Central ou Newell's, sobrando pouco espaço para os menores e menos ainda para um clube que disputava apenas as ligas amadoras locais. (Nota 6: Cruzeiro e São José de Porto Alegre)
Com uma vida social quase nula, o clube foi encolhendo cada dia mais, no início dos 90 se encontrava na 2a. div. amadora rosarina como uma miserável equipe de bairro, o Ludueña (Nota 7: região norte de Rosário, uma espécie de Jardim Leopoldina de lá), e sua história sequer era preservada pelos mínimos torcedores.
Foi quando apareceu a grana, o empresário local Carlos Dávola botou a grana, virou presidente do Tiro e começou a levantar a cabeça do C.A.T.F.A.
O primeiro feito foi reconduzir os tirolenses à 1a. div. da Rosarina em 97.
Logo na seqüência conquistou um tetracampeonato inédito na Rosarina (1998-2001) e passou a disputar as divisões inferiores do interior, o famoso 'Torneo Argentino'.
Já em 98 partiu com tudo no Argentino B, 4a.div. do interior, com aquele tradicional formulismo que só uma competição reunindo 87 equipes sem dinheiro (Nota 8: como o Instituto Tráfico de Metán ou o Defensores de Las Paredes; vai saber porque paredes precisam ser defendidas?!?) pode proporcionar.
O êxito em campo e o formulismo fora dele, permitiu ao Tiro subir para o Argentino A, 3a.div. do interior na mesma temporada, ainda em maio de 99 e com possibilidades de conseguir o ascenso direto à 2a. Nacional. (Nota 9: O Racing de Córdoba aproveitou esta oportunidade e galgou da 4a. para a 2a.div. na mesma temporada)
Após este começo inquietante, o Tiro passou mais três em posições intermédias da tábua classificatória até chegar 2002.
Desde o início do campeonato o técnico Daniel Teglia mostrava que os resultados renderiam frutos.
E assim foi, numa final emocionante que reuniu mais de 10 mil pessoas nos dois jogos entre Tiro e Racing de Córdoba, o ascenso à B Nacional veio em 29 de junho de 2003 com um sofrido 1-0 depois de empate a um na partida de Córdoba.
E a B Nacional foi apenas uma parada rápida nesta escalada de 7 anos rumo a 1a., foi só o tempo de conhecer os adversários e se manter no primeiro ano para já no segundo ano lutar pelo ascenso.
Foram 4 pontos a mais que o necessário para não cair em 2003/04 e na temporada passada, o título.
Campeão do Apertura 2004 atropelando clássicos como Ferro, Huracán, Belgrano e Chacarita, foi disputar a final da B contra o Gimnasia de Jujuy.
Primeiro jogo em Rosário 1-0 local e na volta 1-1, com o gol do título sendo marcado aos 40' do 2o. tempo para a decepção dos 18 mil jujeños presentes na noite de 25 de junho e Tiro já era de Primera.
A Primera tem se mostrado um desafio bem maior do que os encontrados até o momento pelo clube.
Em primeiro lugar está a condição de local do Tigre; pois em função do precário estádio e das normas de segurança, seus jogos são disputados no estádio do Real Arroyo Seco, do Argentino B, a 35 km de 'casa' ou em eventuais disponibilidades no estádio do Newell's.
Nas primeiras oito rodadas, Tiro contou por derrotas os jogos disputados.
A sorte começou a mudar há um mês quando empatou com Olimpo de Bahia Blanca em Arroyo Seco numa partida que os visitantes tiveram dois expulsos.
Na seqüência uma visita histórica à Boca depois de 83 anos na quel finalmente o boca derrotou pela primeira vez ao Tiro por 2-1.
Recém no 18 deste outubro que acabou de acabar veio a primeira vitória, e maiúscula, sobre um dos rivais locais, Central, por 4-0 na cancha do Newell's.
E parece que o gosto pela vitória deixa mais sabor na boca do Tigre, pois na última apresentação, um 0-2 contundente de visitante sobre Lanús demonstra que as coisas estão mudando, e para o bem, para a barra do barrio Ludueña e o seu magnata/mentor/mecenas Dávola.
Saúdos,
P.S.1:Uma curiosidade a mais sobre o Tiro vem a ser a figura de um tal de Silbonei Ferreira, 2o. goleiro reserva da equipe, de 25 anos e nascido em Mato Grosso; alguém aí se habilita?
P.S.2: E para aqueles que se interessaram pela lenda do estádio do Banfield, aqui está a verdade:
http://www.estadiosargentinos.com.ar/8-satelite/1-grilla.htm
http://www.estadiosargentinos.com.ar/1-afa/banfield.htm
Na 1a., aparece na foto, na parte inferior, a arquibancada suplantando a rua. Na 2a., há uma figura esquemática na qual a a tribuna E está sobre a rua, aí está.
Pesquisa:
Sitio oficial:
http://www.catfa.com.ar
http://www.google.com
http://espndeportes.espn.go.com/futbol/team?leagueCup=ARG.1&id=5262
http://espndeportes.espn.go.com/futbol/match?leagueCup=ARG.1&id=187618
http://www.rsssf.com/tablesa/arg06.html
http://www.rsssf.com/tablesb/bocajuniors.html
http://www.rsssf.com/tablesa/arg4-int06.html
http://rsssf.com/tablesa/argibargurencuphist.html
http://www.futbolinterior.com.ar/
http://www.rosariofutbol.com/
http://www.estadiosargentinos.com.ar/
Gracias hermano por hacer mi club mas conocido en tu pais.
Publicado por: Diego em novembro 3, 2005 12:33 AM