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Comovido com o recente fracasso do Fluminense em perder a vaga na Libertadores, o Internacional agiu rápido. Em uma demonstração incontestável de solidariedade, contratou Abel Braga. É como se o presidente colorado colocasse a mão no ombro de seu correspondente carioca e dissesse: "Não dá nada que vocês perderam a vaga, nós faremos de tudo para perder a nossa na primeira fase".
Não se pode negar que o Abel é um bom técnico, mas é um profissional que se contrata para fazer boas campanhas e não para ganhar títulos. Sabendo das restrições à sua contratação, a diretoria do Inter tratou de lançar nomes indiscutivelmente piores na imprensa, como Levir Culpi e Marco Aurélio. A óbvia intenção era de que, quando Abel finalmente fosse anunciado, a torcida suspirasse e pensasse: "Ufa, ainda bem". Colorados mais otimistas, no entanto, agarram-se à insistência de Lula em eleger-se presidente para acreditar que, sim, é possível Abel ganhar alguma coisa.
Os times do Abelão costumam ser brigadores, viram jogos, fazem gols impossíveis, esse tipo de coisa. O problema é que o perfil do grupo colorado exige um técnico que faça o time jogar. Por isso, acredito que Carpegiani seria o mais indicado. O problema não é de qualidade, é de índole. E, mais que isso, como é azarado esse Abel Braga. Seu inferno astral que - mistério da astrologia - sempre cai nos dias de decisão já foi alardeado várias vezes por aqui, chamados - até carinhosamente, me rendo - de abelaços. Porque o Abel é gente boa, gosta de um bom whisky, até toca piano, mas carrega um exu tranca-rua dentro do bolso. Ou seja: ele é capaz de virar um jogo de semifinal contra o River em Nuñes e perder a final para o Universidad Católica no Beira-Rio mesmo que possa empatar.
Vamos a alguns abelaços clássicos:
Campeonato Brasileiro de 1988: o Inter precisa de dois resultados iguais frente ao Bahia para conquistar o título e sai vencendo por 1 a 0 na Fonte Nova. Resultado: os baianos viram o jogo e o Inter não consegue marcar um gol em 90 minutos no jogo da volta, no Beira-Rio, perdendo a taça. Esse é o começo.
Copa Libertadores de 1989: o Inter precisa empatar com o Olímpia no Beira-Rio para avançar à final, empata o jogo por 2 a 2 e tem um pênalti a seu favor. Resultado: Nílson - o ESÍDIO - erra o pênalti, os paraguaios ganham o jogo e vencem a disputa das penalidades. Inter fora.
Copa do Brasil de 2004: para conquistar o título, o Flamengo precisa apenas não tomar gols, pois empatou em 2 a 2 fora de casa. O rubro-negro joga no Maracanã e o adversário é Santo André - SANTO ANDRÉ. Resultado: Flamengo perde por 2 a 0. Os cariocas sofrem, os colorados entendem.
Copa do Brasil de 2005: Fluminense e Paulista disputam a final, os cariocas perdem o primeiro jogo por 2 a 0, mas têm um bom time e jogam a segunda partida em casa. Resultado: os tricolores chutam 264 bolas no gol e não marcam nenhum. Paulista campeão. Para termos uma idéia da sina, esse foi o abelaço menos sofrido.
Campeonato Brasileiro de 2005: O Fluminense, considerado por muitos - eu junto - como canditato ao título, está dez pontos à frente do Palmeiras na briga pela vaga na Libertadores 2006. Além disso, tem jogos considerados fáceis nas últimas rodadas. Resultado: o Fluminense perde todas as partidas, inclusive para o Palmeiras, que toma de assalto a vaga dos cariocas. Um ano abelístico, sem Copa do Brasil, sem Campeonato Brasileiro e sem vaga na Libertadores, depois de fazer todos acreditarem que os três eram possíveis.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Naquele jogo de 1989 contra o Olímpia, o Inter nunca esteve a frente no placar. Levou 1 x 0, empatou para 1 x 1, levou 2 x 1, e empatou para 2 x 2. Aí, então, quando estava empate de 2 x 2, teve a grande chance de matar o jogo, com o pênalti desperdiçado pelo Nílson (Aliás, que culpa teve o Abel nisso??). O Olímpia logo depois fez 3 x 2. Na decisão por penaltis, Leomir desperdiçou (de novo pergunto, que culpa teve o Abel?). Inclusive, o goleiro gordinho do Olímpia, o Almeida, converteu seu penalti, chutando rasteiro no canto e deslocando Taffarel.
Publicado por: Fábio em dezembro 13, 2005 2:19 PM
É verdade, Fábio, o jogo estava empatado em dois gols quando teve o pênalti. Valeu, está corrigido.
O Abel não é culpado pelo fato de os jogadores terem errado as penalidades. Nílson e Leomir inclusive eram os batedores oficiais. Mas aí é que está, não se trata apenas de um problema de qualidade, não podemos é desprezar a MÍSTICA do Abel Braga, o ANJO DO AZAR que ele carrega nos ombros. sdhjs.
Publicado por: Douglas Ceconello em dezembro 13, 2005 3:02 PM
Sei que enquetes na internet não possuem nenhum valor científico e não merecem muito crédito, mas olha o resultado dessa do Clicrbs:
Pergunta: Colorado, quem você quer como técnico em 2006?
Resultado parcial:
Abel Braga - 18.58%
Geninho - 17.7%
Luxemburgo - 27.03%
Márcio Bittencourt - 14.12%
Tite - 15.43%
Outro - 7.15%
Conclusões óbvias: além de burros ignorantes, os colorados são completamente alienados quando pensaram em algum momento que o Luxemburgo tinha uma infinitesimal probabilidade de vir!
Quem foi o VICE na lista, quem? quem? O maior vencedor de VICES da história do futebol!
Se a enquete fosse para o Grêmio, e as opções as mesmas, escolheria qualquer um dos outros tres candidatos, sem dúvida nenhuma, com uma certa predileção pelo Geninho.
Publicado por: Roger em dezembro 13, 2005 4:11 PM
SE aBel fosse bom, o Inter não ia depender de um penalti do Nilson!
Publicado por: Marco em dezembro 15, 2005 3:35 PM
Na verdade o cobrador oficial de penâltis do Inter era o Edu Lima, que até então nunca havia perdido uma única cobrança na carreira.
O Nilson pediu para bater porque brigava pela artilharia do torneio. O Edu deixou, e o resto é história.
Luís.
Publicado por: Luís em maio 2, 2006 7:03 PM
1 ano depois....
Saudações.
Publicado por: Rodrigo em janeiro 12, 2007 3:55 PM
QUERO SABER O QUE FAZ O GRANDE DOUGLAS CECONELLO HOJE HAHAHAHA
COLORADO CAMPEÃO MUNDIAL COM EXU DO ABEL E TUDO!!!-
Publicado por: Roger Lemes em março 9, 2007 5:08 PM