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janeiro 17, 2006

Agora é a minha vez

Passado um mês do feito, despejo aqui o que mastiguei todo esse tempo:

E pra mim, a idéia central continua sendo esta, apesar das discussões travadas no fim do ano, CAMISA PESA:

Ta certo, tem gente que atribuiu a vitória ao Mano, que manteve o time em campo. Outros ao Galaaaatto por defender o penal. A maioria fecha com Anderson, afinal foi ele que meteu pra dentro e fez o Náutico desabar.

Mas a camisa, o espírito nacional do Grêmio, em palavras muito bem proferidas pelo Mano quando a delegação chegou ao Olímpico domingo a tarde, fez a diferença.
Quem veste a 1 tricolor tem que saber que houve um Lara, um Germinaro, um Corbo, um Cejas, um Mazaropi, um Danrlei.
Já quem bota 7, fecha os olhos e vê Gessy, Tarciso, Renato.
Se o caso for com a 9, aparecem Alcindo, Baltazar, Jardel.
Prefere a 5? Tem um Dinho na medida pra ti.

O espírito de nação que emana do ser humano e reflete num pedaço de pano ou num trapo na arquibancada ou que reluz ao sol a marca da Penalty, da Kappa, ou da Puma. Ou ainda que te faz gritar desesperadamente numa tarde quente de sabado num novembro ainda próximo.

Pode parecer muito pouco, mas exemplos ao redor do mundo colaboram para esta idéia.

Liverpool - Campeão da Europa 2005: Reverter um 3-0 para um 3-3 com vitória nos penais não é pra qualquer equipe inglesa endinheirada de 'Um Lugar Chamado Nothing Hill' nem de outro vizinho chamado Stanford Bridge. Tem que ter alma, tem que haver um histórico de gente como Bill Shankly e Kenny Dalglish. Tem que ganhar de uma Roma no Olimpico, e isso não acontece por acaso.

Uruguay - Campeão Mundial 1950: Há quem diga que foi injusto o Uruguay ganhar, o próprio Obdúlio Varela, num claro gesto de modéstia repetia isso. Mas basta lembrar a estes que o mesmo Uruguay foi ao Rio meses antes da Copa e deu de 3-1 nos canarios brancos da época (seriam belgas?). Pode parecer estranho, mas ainda se ouve a comemoração do titulo de 30 quando se visita o Centenario, comprovem 'in loco'. O tricampeonato mundial segue sendo celebrado pelas ruas de Pocitos, Peñarol ou Capurro.

Independiente - Bi-Liber 1964/65 - O clube de onde saiu uma das 'coreografias' mais repetidas mundo afora. Não falo de ninguém imitando porcos, galinhas, sapos ou baratas. Falo da entrada em fila direto para o circulo central, e aí saudar, de braços unidos e para o alto, toda a gente que tenha ido ao estadio te apoiar. Do capitão intimidando no sorteio do moeda e, é claro, do zagueiro indo na canela na primeira bola, não interessando o que estava em jogo.

Em resumo, camisa pesa, mas nem sempre. Mesmo que certos dirigentes de um clube nacionalmente conhecido de Porto Alegre elevem o preço do seus artigos à estratosfera dos 150 REAIS, 'salgar' a camiseta só vai deixá-la desbotada.

Saúdos, Vitor VEC

Publicado em janeiro 17, 2006 1:50 AM

Comentários

Trilha sonora do post: IN THE NAME OF LOVE, U2.

Publicado por: Hermano em janeiro 16, 2006 11:59 PM

Talvez. E certamente é o que falta aos dirigentes do clube, altamente profissionais. Exploradores da ingenuidade afetiva colorada, justo no melhor dos últimos 25 anos.

Publicado por: Vitor VEC em janeiro 18, 2006 8:38 AM

Perguntar não ofende: quanto custa uma camiseta highlander?

Publicado por: Francisco em janeiro 18, 2006 9:15 AM

Na verdade, a camisa do Grêmio custa R$ 119, enquanto a do Inter sai por R$ 139, porque é lançamento. Ambas são realmente caras.

Publicado por: Douglas Ceconello em janeiro 18, 2006 4:22 PM

Na minha mão é mais barat(o)...

Publicado por: Edson em janeiro 19, 2006 9:02 AM

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