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março 26, 2006

Vultos sul-americanos em Copas - Ghiggia

"Só três pessoas na história conseguiram calar o Maracanã lotado com um só gesto, o Papa, Frank Sinatra e eu". O autor da frase foi o principal responsável pelo "Maracanazo" de 1950, quando anotou o gol da vitória charrúa sobre os brasileiros. Nesse momento, ainda que de forma involuntária, ele iniciou a maior perseguição que já se viu a um desportista: o goleiro Barbosa seria execrado, lembrado como o vilão maior, já que ninguém queria admitir o salto alto brasileiro.

Na antológica partida que decidiu o Mundial de 1950, Ghiggia não apenas deu o bicampeonato ao Uruguai como provocou aos brasileiros um trauma que duraria oito anos. Ary Barroso, que comentava futebol e compunha sambas com a mesma freqüência, ao ver o dianteiro marcar o gol fatídico, soltou uma frase que hoje prolifera-se por estádios do Brasil, mas que foi usada com sentimento totalmente distinto: "eu já sabia, eu já sabia". Além disso, prometeu que nunca mais comentaria uma partida de futebol. Prometeu e cumpriu.

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Ghiggia e o momento em que 200 mil pessoas trancaram a respiração ao mesmo tempo

Alcides Edgardo Ghiggia nasceu em Montevidéu, em 1926, e começou sua trajetória profissional no Sud America, tornando-se a principal figura da equipe. Demonstrando extrema velocidade como ponteiro direito, logo foi contratado pelo Atlanta, de Buenos Aires. A aventura argentina durou pouco e Ghiggia voltou para o Peñarol, onde passou a jogar a partir de 1948. Conquistou a titularidade em uma equipe que contava com a chamada "Esquadra da morte". Schiaffino, Hohberg, Mazurkiewicz, Varela e Spencer eram alguns de seus companheiros de time. Essa equipe do Peñarol, campeã nacional em 1948 e 1951, foi a base da seleção que venceu a Copa de 50.

Após ser suspenso por mais de um ano por ter agredido um jogador, Ghiggia transferiu-se para o Roma, onde hogou durante nove anos. A imprensa italiana chegou a chamá-lo de "um novo Garibaldi". Na temporada 1962/63 jogou pelo Milan e foi campeão da liga italiana. Posteriormente, voltou ao Uruguai para defender o Danúbio, o Sud America e, novamente, o Danúbio, onde encerrou a carreira em 1967, aos 41 anos.

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Ghiggia pela Azurra

Pela seleção charrúa, Ghiggia jogou apenas 12 partidas e marcou quatro gols, todos eles no Mundial do Brasil. Favorecido pela dupla cidadania, também defendeu o selecionado italiano quando atuou no país. Pela Azurra, jogou cinco partidas e marcou um gol. Atualmente, vive na cidade de Las Piedras, distante 30 quilômetros de Montevidéu.


Saudações,
Douglas Ceconello.

Publicado em março 26, 2006 2:32 PM

Comentários

"Só quatro pessoas na história conseguiram calar o Maracanã lotado com um só gesto, o Papa, Frank Sinatra, Ghiggia e eu".
Carlos Miguel

Publicado por: Antenor em março 27, 2006 1:16 PM

Seis, então: Lula e Carpeggiani em 1975, contra a "supermáquina tricolor".

Publicado por: Douglas Ceconello em março 27, 2006 5:37 PM

ai ai ai...

Publicado por: Antenor em março 28, 2006 11:58 AM

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