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abril 10, 2006

Sobre húngaros, mulas e escalações

Cerca de dez minutos após o gol colorado, postado na multidão que estava atrás do gol do placar eletrônico, rodeado por vapores de maconha e euforia demasiada, pensei em escrever um texto para publicar nesse nobre espaço. Ele teria mais ou menos o seguinte título: "Um campeão quase sem méritos".

Minutos depois, o Grêmio empatou e segurou o resultado, conquistando o título pelo gol qualificado. Foi a vitória obtida pela capacidade de organização de um técnico consciente do seu time. Foi a derrota que resultou de um outro técnico que não tem a mínima noção do futebol atual, não sabe escalar e, em arroubos muito mais de burrice do que de convicção, garante que não estuda os adversários.

Pensei em escrever o texto imaginado porque o Inter fez muito pouco nos dois clássicos. Amarrado no primeiro confronto, esse senhor carioca que toca piano viu um jogo totalmente diferente. Tudo bem se o discurso fosse interno, mas não é, ele acredita que o Inter perde por, como diria Jânio Quadros, "forças terríveis", nunca por equívocos dele. Abandonarei o eufemismo da imprensa: Abel não tomou um nó tático. Ele foi atado, pendurado, vilipendiado, empalado e destroçado taticamente.

É totalmente infundado escalar uma equipe no esquema 4-2-4. Pois ontem Abel Braga continuou sua epopéia demente ao colocar apenas Fabinho e Tinga no meio-campo. Ele deve imaginar que estamos em 1954 e que ele comanda a seleção húngara. Mossoró e Michel nunca vão saber o que é marcar e, sinceramente, isso não é culpa deles. Apenas porque o time conta com bons atacantes não significa que todos devem ser escalados ao mesmo tempo. Não é necessário outro técnico para fazer isso, QUALQUER pessoa escalaria o time de maneira mais adequada.

As melhores atuações coloradas aconteceram com Fabinho, Perdigão e Tinga no meio. Essa é a meia-cancha que sabe prender a bola, virar o jogo para encontrar espaços, e foi a mais próxima do ideal que ele conseguiu montar. Mas Perdigão nunca está garantido no time, ao contrário do titularíssimo Michel, que não tem culpa de ser escalado. Pior do que fazer escolhas individuais erradas é pensar o futebol de forma equivocada. Tanto que se analisarmos particularmente todos os jogadores do Inter na partida de ontem, veremos que eles foram bem individualmente e estão totalmente absolvidos. A culpa é da mula que fica amarrada no banco e relincha baboseiras durante a semana.

Está mais do que claro para todos que aqui não se faz a análise de resultados. Eu sempre soube o que era Abel Braga. Todos os textos que escrevi depois de sua contratação apontavam para a desgraça certa. Se a derrota de ontem fosse servir para corrigir erros, para encaminhar um arremedo de coerência na escalação da equipe para as outras competições, não seria de todo mal. Mas não é isso que acontecerá, porque Abel é um incompetente, que tem a cumplicidade da diretoria e não vai tirar nem 20% do que esse grupo pode fazer. Se eu fosse jogador, trataria de perder as cinco primeiras partidas do Brasileiro para tentar acabar com essa falácia.

Até acredito que treinador não ganha jogo, mas que ele perde, perde.

Tentando esquecer que há um século um certo inglês trouxe duas bolas de futebol para o Brasil,
Douglas Ceconello.


Publicado em abril 10, 2006 1:27 PM

Comentários

Dê um jeito desse texto chegar às mãos de algum diretor colorado. Por favor.

Publicado por: Cesar em abril 10, 2006 1:59 PM

Charles Müller era brasileiro.

Publicado por: Roger em abril 10, 2006 2:03 PM

Filho de inglês = inglês

O Brasil, assim como Abel Braga, é uma ficção. De mau gosto. dshfs

Mas, sim, era paulista.

Cesar, nenhum diretor daria a mínima para esse tipo de texto, para eles é "apenas coisa de torcedor".

Aliás, acho o Fernando Carvalho um excelente presidente. O problema são os companheiros dele.

Publicado por: Douglas Ceconello em abril 10, 2006 3:46 PM

Se eu quisesse que o Inter se desse bem no que resta do ano, largava o Abel de mão.
E o problema dele já conhecemos, é histórico e ele mesmo tratou de lembrar-nos.
Ele não estuda os adversários, tem uma idéia atrasada e assegura que são os outros times que têm que se preocupar com o dele.
Pois bem, ainda mais em decisões, é este esforço que faz a diferença entre o campeão e o vice.

Publicado por: Vitor VEC em abril 10, 2006 3:50 PM

O Kenny Braga gosta do Abel. Isso explica tudo.

Publicado por: Francisco em abril 10, 2006 6:54 PM

Tu vai de PO-PU-LAR, CINCO REAL?

Publicado por: Hilton em abril 12, 2006 11:07 PM

Sim. Na verdade, era 20 pila também. Mas estava dando sorte e quando cheguei estava tudo lotado.

Publicado por: Douglas Ceconello em abril 13, 2006 1:16 PM

Sim, sei do preço. Me referia a um tradicional grito daquele setor.

Publicado por: Hilton em abril 14, 2006 2:34 PM

porto alegre

Publicado por: milton em agosto 8, 2006 8:44 AM

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