« MAKTUB | Capa | Copa deixa previsões em suspenso (quase) »

maio 9, 2006

Leia o livro*

Razoável esse filme Garrincha - estrela solitária. Obviamente, devemos considerar que nenhum ator brasileiro sabe atuar e que todas as produções cinematográficas do Brasil são desprezíveis, mas o simples fato de ser fiel ao livro de Ruy Castro torna o troço assistível.

André Gonçalves se esforça bastante para representar Garrincha, em alguns momentos até fica bem parecido. Mas, claro, é quase sempre caricato e insuficiente. Assim como a maioria das passagens em Pau grande e a fase decadente do ponteiro, que ficou bem fraquinha porque, na verdade, foi muito mais trágica. Aquele erro comum das cinebiografias: tenta-se mostrara vida inteira do cara, mas não se faz nada direito.

Elza Soares foi bem representada por Taís Araújo, que captou bem a fubangagem da Crioula, mas o biotipo não ajuda. Elza era parrudinha, Taís é magrela, por mais que rebole e requebre as cadeiras. Rola uma putaria forte também, como não poderia deixar de acontecer em um filme sobre o Garrincha, ainda mais sendo nacional. O tempo de duração não permite nem que acompanhemos o nascimento de todos os filhos dele, tal era o seu ardor por perpetuar a raça.

Lamentável a participação de André Gonçalves nas seqüências com a bola. Os dribles são altamente forçados, com coadjuvantes abrindo as pernas descaradamente para o protagonista dar uma de ponta endiabrado. Mas essas cenas que reconstituem mitos do futebol sempre são meio constrangedoras. Legal mesmo foi ver as imagens do próprio demônio em jogos no Maracanã e na Copa do Chile.

Para concluir, reafirmei minha hipótese de que se não fosse por Garrincha, o Botafogo não existiria mais. O clube de General Severiano tornou-se um apêndice do camisa 7.

Se quiserem ver o filme, vejam. Mas não deixem de ler o livro.

* Apenas para dar seqüência aos títulos proféticos.

Avançando pelo flanco,
Douglas Ceconello.

Publicado em maio 9, 2006 2:07 PM

Comentários

Continuo defendendo a tese de que o melhor filme sobre futebol já realizado no Brasil é aquele do Asa Branca com o Edson Celulari em início de carreira.

Em tempo: tempos atrás soube, pela boca da própria, que durante as filmagens desta pérola, o Edson deu uns catas na Rita Cadillac.

Produções "old school" brasileiras ganham por seus detalhes sujos.

Publicado por: Maurício Cruz em maio 9, 2006 3:45 PM

É realmente um bom filme esse ASA BRANCA.

Entretanto, craque mesmo er ao Tesourinha, que se tivesse catado a Tânia Carvalho teria a mesma notoriedade do atacante de Pau Grande.

Publicado por: Menezes em maio 9, 2006 4:29 PM

É realmente um bom filme esse ASA BRANCA.

Entretanto, craque mesmo er ao Tesourinha, que se tivesse catado a Tânia Carvalho teria a mesma notoriedade do atacante de Pau Grande.

Publicado por: Menezes em maio 9, 2006 4:29 PM

Sobre a cinematografia nacional do futebol, ainda não apareceu nada melhor que 'Os Trapalhões e o Rei do Futebol'.
Didi Mocó batendo corner e correndo pra área cabecear é o que há de melhor no cinema brasileiro. Falo sério, isso e a Luiza Brunet no auge, é claro.

Publicado por: Vitor VEC em maio 9, 2006 9:29 PM

então recomendo "FUGA PARA A VITÓRIA" (http://www.imdb.com/title/tt0083284/) que, se não é nacional, ao menos tem PELÉ e SYLVESTER STALLONE no elenco.

:~~~

Publicado por: dante em maio 10, 2006 9:09 AM

Escape to Victory tem o Rambo no gol.
Nada mais precisa ser dito.

Frase do Pelé, acho que é EXATAMENTE ISSO: "You are not a good player, but if you try, you can be a good golakeeper, UNDERSTAND?"

Clássico!

Publicado por: Maurício Cruz em maio 10, 2006 4:51 PM

Faça um comentário





Comer uma bolacha?




Busca


Categorias

Arquivos