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É chegada a hora de abrir meu coração e explanar os motivos que me fazem não torcer pela seleção do Brasil há um bom tempo. Muitas vezes sou indiferente aos canarinhos, em algumas ocasiões sou contra, mas bem raras foram as partidas em que meu desejo de vitória apontou para os amarelos.
Não há dúvidas que o momento no qual eu realmente torci pela seleção foi nas Olimpíadas de 1988, quando a falecida URSS tirou a medalha de ouro do Brasil com aquele gol por cobertura. Gostava muito daquela equipe por ter Taffarel, Winck e Romário. Era a primeira competição envolvendo seleções que eu acompanhava com algum discernimento, com toda a sabedoria dos meus 9 anos. Apreciava mais ainda acordar pela madrugada para assitir a confrontos contra Argentina, Alemanha e outros, e tenho certeza que a derrota aconteceu porque o jogo foi em uma manhã de domingo, quebrando a onírica corrente de notívagos torcendo pelo time que jogava de verde - uniforme bem mais bonito que o amarelo, diga-se.
Em 1990 também torci pela seleção de Lazaroni, mas apenas porque tinha vontade de ver o Brasil campeão do mundo. Era uma curiosidade do tipo "como será que é ganhar a Copa?". Vale lembrar qua as crianças daquela época não tinham a mais remota noção do que era vencer um Mundial. Mas então a Argentina acabou com tudo nas oitavas e eu teria que esperar mais quatro anos. Foi um resultado injusto, todos sabem, mas Bahia e Olimpia já haviam me ensinado esses melindres do futebol, portanto não causou surpresa.
A mesma curiosidade fez com que eu ficasse em frente à televisão em 1994, torcendo pelo time de Parreira. Mas achei meio sem sentido ganhar nos pênaltis. Fui o único brasileiro que ficou decepcionado quando Baggio chutou por cima do gol: queria que o Taffarel tivesse defendido a última cobrança, o que daria alguma validade ao título. De qualquer forma, estava vencida a peleia, morta a curiosidade, e desde lá eu passei a desprezar a seleção.
A partir da Copa dos Estados Unidos passei a ser exclusivamente um torcedor de clube. Primeiro porque a euforia generalizada quando o Brasil vence sempre me pareceu algo meio débil mental. Prefiro a alegria proporcionada pelos times do coração, muito mais genuína, raivosa, justamente por excluir um país inteiro e proporcionar regozijo a uma módica fatia da população. Não hesito em trocar uma conquista mundial do Brasil por uma vitória do Inter em estréia de Gauchão. Depois, a seleção passou a me parecer um conceito muito distante, muito publicitário e fraudulento. Na Copa de 1998, estive totalmente indiferente, com exceção do enfrentamento épico entre França e Paraguai. Em 2002, acompanhei a maioria dos jogos, mas meu humor em nada se alteraria se o Brasil tivesse fracassado.
Além disso, há o combo CBF/Globo/patota carioca, que não se cansa de me enojar. Torço contra o Brasi graças a todos os desmandos e incompetências da Confederação. Graças a todos os jogos de Corinthians e Flamengo transmitidos durante o Brasileiro. Graças à demência de grande parte da imprensa paulista e carioca. É uma vingança íntima e realmente não me importa se é válida ou não, minha desforra por todas as faltas cometidas por Luís Pereira contra a zaga colorada na década de 60, que resultaram em gols ilegais não anulados por Arnaldo César Coelho.
Há ainda o bairrismo, típico dos gaúchos. Analisando o histórico recente, a seleção paraguaia é mais representativa do estado que os canarinhos. Por lá passaram, e ainda jogam, Gavilán, Enciso e Gamarra. Tenho certeza que muitos gremistas pensam o mesmo em razão de Arce e Rivarola. Como tenho certeza que os gremistas também não esquecem da convocação de Paulo Nunes para ser bancário, eu faço questão de lembrar que Nilmar e Daniel Carvalho foram criminosamente sacados do Inter em 2003, quando o time tentava garantir a vaga na Libertadores. Ao mesmo tempo, deixam de convocar muitos atletas daqui quando estão jogando o fino da bola. Só são chamados para partidas que não valem nada.
Por essas e por muitas outras que necessitariam quatro volumes de mil páginas, não serei indiferente ao Brasil: torcerei contra. Quero que Zagallo e Galvão Bueno morram de desgosto. Desejo que a sede da CBF imploda no exato instante em que Ricardo Teixeira estiver sentado no vaso sanitário. Tomara que o selecionado nacional seja eliminado nas oitavas para todos os veículos perderem os montes de grana investidos na cobertura. Avante Paraguai! Avante Argentina! Equador! Azurra! Levante Africano!
Torcer para o Brasil não eras.
Douglas Ceconello
Com exceção daquela balela sobre Enciso,Gavilan(mediocres)e Gamarra(esse sim é bom), concordo totalmente com você.
Publicado por: Roger em maio 31, 2006 2:06 PM
Assino embaixo, com duas exceções: não torço contra - apenas não torço, desde 1990 (86 eu tinha 13 anos...). E Alemanha neles, disputando aquela coisa parecida com futebol para o qual eles fardam e correm.
Publicado por: Jeferson em maio 31, 2006 2:28 PM
É mais ou menos por aí. Quanto mais fanático por um time (no meu sofrido caso, o Colorado), menos se gosta da seleção, e mais se assistem aos jogos por um interesse futebolístico, e não de torcida. Para mim, o ponto de virada foram as olímpiadas de 96. Derrota de time carioca típica, que não sabe segurar uma vitória.
Ali eu decidi que, se era para se f... mesmo, que fosse com o Colorado.
Publicado por: Francisco em maio 31, 2006 2:33 PM
Pra mim, a negação nacional ao Brasil vem de vários fatores. Mas no âmbito exclusivamente esportivo, o principal foi o desrespeito ao senhor que tu nomeia no título.
Foram conquistar três copas para ficar com a "Jules Rimet" 'definitivamente'. E os sacripantas roubam a taça, deixam-se roubar e tudo mais.
Italia'70 campeã moral. Pelo menos lá a taça estaria preservada.
Desde que eu conheci a história da taça roubada, ali no México'86, nunca mais vi times canarinhos com gosto de torcedor.
E certamente, acordar pra ver os Jogos de Seul era tudo que eu precisava aos 8 anos pra formação esportiva amadora.
Publicado por: Vitor VEC em maio 31, 2006 3:23 PM
Müller, Telê Santana, Zagallo, Lazaroni, Galvão Bueno e a bajulação quase homossexual de toda a equipe de reportagem da Globo estão entre os motivos que me levam a desprezar a seleção, desde 1990. Renato Portaluppi foi cortado em 1986, e era um dos melhores, senão o melhor ponta direita de então, e teve que ceder seu lugar ao Muller, amado pela imprensa paulista.
A mesma coisa em 1990, Renato no banco quase o tempo todo (entrou aos 36' do 2o tempo contra a Argentina, após o Caniggia fazer o gol), e Muller dentro do campo, perdendo gols incríveis. Desde então parei de me preocupar com a seleção. Não sequei, mas achei ridículo ganhar a Copa em 1994 através de um 0 x 0. Em 1998, torci apenas na semifinal, contra a Holanda, porque o jogo foi emocionante, e a base da Holanda era o time do Ajax de 1995. Em 2002, nem acordei para ver vários jogos, inclusive a semifinal. As 10 e pouco da manhã, quando acabou o jgo com a Alemanha, voltei para cama, enquanto o Brasil ia para as ruas.
Agora em 2006 tô curioso apenas para ver a Argentina, que tá se fazendo de morta e chamando o Brasil de favorito.
Publicado por: Fábio em maio 31, 2006 3:46 PM
O Branco disse que a convocação do Daniel Carvalho e do Nilmar foram boas para o clube, em 2003, já que logo depois eles foram vendidos por "valores muito bons".
Em 1997, Zagallo disse que o Grêmio ficar sem seu principal jogador nas quartas da Libertadores "não é problema meu". Logo em seguida, a CBF começou a "preservar os clubes que estão disputando a Libertadores". Robinho e Diego nunca foram convocados para seleções sub-sub. Anderson ficou uns três meses de fora em 2005 no Gremio, inclusive da fase final do Gauchão e da semifinal da Série B.
Publicado por: fabio em maio 31, 2006 4:12 PM
Utilizo os jogos da seleção como desculpa para assar uma carne e tomar uma tonelada de cerveja. E só.
E quadrado mégico o caralho... mas podia ser pior... o Robinho podia ser titular.
Publicado por: Pato em maio 31, 2006 4:30 PM
Concordo com o Fábio, hj um repórter da Globo chegou todo marrento no Sorin perguntando se a Argentina depois de uma 2 x 0 nos angolanos poderiam ser considerados favoritos, claro que o Sorin já se esquivou e disse que "favoritos são vocês Brasil". Estão se fazendo de morto, bem com a França, Trezeguet, Henry e Zidane devem estar que nem loucos para jogarem essa Copa e arrebentar.
Publicado por: Fabricio Grzelak em maio 31, 2006 5:09 PM
tenho um amigo (roberto) que, depois desses argumentos, poderia se chamar douglas ceconello.
aliás, ele vê os jogos da seleção com uma camiseta canarinho, mas pichou de preto o logo da CBF.
e comprou uma da argentina.
Publicado por: dante em maio 31, 2006 5:35 PM
Boa pessoa.
Publicado por: Douglas Ceconello em maio 31, 2006 5:37 PM
me solidarizo com o amigo. aqueles França X Paraguai e Argentina X Inglaterra de 98 foram os únicos jogos da minha vida em que torci igual a um jogo do Grêmio...
e a RBS contratou o Assis. isso merece um post.
Publicado por: Caue em maio 31, 2006 9:16 PM
Concordo com cada palavra tua, somadas às do Vitor VEC: não tem sentido torcer para levar uma taça tão feia.
Publicado por: Anonymous em maio 31, 2006 9:31 PM
Depois de Figueroa, a RBS anuncia Assis. O próximo comentarista deverá ser o Arílson.
Publicado por: Fábio em junho 1, 2006 6:20 PM
Fools never know when they are well... Anne
Publicado por: Anne em novembro 22, 2006 1:37 AM
Fools never know when they are well... Anne
Publicado por: Anne em novembro 22, 2006 1:40 AM
It is a good horse that never stumbles... Annanias
Publicado por: Annanias em novembro 22, 2006 1:45 AM
tnljm ymrh vpitcbo cnmtijou nrsjwqu shnwvfctu aqlmwtczj
Publicado por: lwsfp hpig em junho 20, 2007 7:23 PM