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julho 5, 2006

Rescaldo

Chama a atenção essa palhaçada dos jornalistas esportivos, afirmando coisas como "somos todos culpados pela eliminação do Brasil" ou então "depois que perdeu, todos colocamos defeitos". Só em um nicho tão depravado e mentalmente degenerado para haver um comportamento imbecil desses. Tivessem acompanhado nossos nem sempre assíduos colunistas, saberiam antes a verdade. A ruína foi vislumbrada desde que se cogitou escalar o tal "quadrado", há cerca de um ano.

Antes da Copa não ouvi uma lamentação contra Roberto Carlos e Cafu. O capitão do penta foi o mais entrevistado nas semanas que precederam o Mundial. Durante a participação do Brasil na Copa, poucas almas ousaram criticar a seleção, mesmo depois das apresentações lamentáveis contra adversários infames. Sempre pairava no ar a bestialidade ufanista do "agora vai".

Todos pautados pela desfaçatez dos jornalistas da Globo e da própria emissora, que têm uma relação sodomita com a CBF. Absolutamente nada crítico foi dito de uma seleção que estava claramente afundada em marasmo e vaidade. Depois da eliminação, fazem aquelas matérias tolinhas de "o que deu errado".

É clichê falar da Globo, sim, mas como o futebol não é vigiado de forma adequada, há uma grotesca perda de controle dos papagaios do microfone. Eles têm privilégios, acesso às imagens da seleção e viajam com o Nazário. O preço: arrebentar todas as pregas do que se entende por jornalismo.

Zagallo

Em uma entrevista concedida na segunda-feira, Parreira foi questionado se aceitaria ser supervisor técnico da CBF e Zagallo irritou-se: "tá me expulsando?!, eu ainda estou aqui!", replicou ao jornalista. Só ele mesmo acha que ainda está ali. Zagallo é o maior perdedor da Seleção. Parem com essa história de lenda do futebol apenas porque se trata de um idoso no ápice da demência senil.

Mesmo quando foi campeão como jogador Zagallo, não era nada. Em 58 e 62 ele era o pior jogador da seleção e só é citado por respeito. Na Copa do México, em 1970, teve sua parcela de contribuição, mas pegou um esquadrão que havia sido formado por João Saldanha. Em 1974 afirmou que a Holanda devia preocupar-se com o Brasil e tomou um currupio do Carrossel. Depois não fez mais nada a não ser contagens regressivas. Ao lado de Zico, treinou o Brasil que foi derrotado pela França em 1998. Antes disso, fez provocações a jogadores africanos. Em 2002, secou o Brasil porque não gostava de Scolari. Essa é a história de Zagallo. Pouco além do nada.

Antes dessa Copa, caiu em prantos no Fantástico empunhando uma imagem de Santo Antônio e foi acalmado pelo Pedro Bial. Na primeira partida, foi choramingar para um croata aceitar a camisa do Kaká em troca da sua. Dias depois, um sósia do Maradona foi à concentração brasileira. Zagallo estava quase tirando fotos com "el pibe" falso quando foi resgatado por um membro da comissão técnica. Para isso serve Zagallo, para ser tripudiado por qualquer um.

E o mais incrível é que ele tem poderes nessa seleção. No jogo contra a Austrália, Parreira queria tirar Kaká no começo do segundo tempo, ao que o velhote respondeu: "Não, deixa mais um pouco". Resultado: o meia saiu aos 38 minutos de jogo. Não acredito que ele represente algo para o futebol do Brasil, mas quem pensa assim deve ao menos poupá-lo e afastá-lo da seleção. Não dá mais, a piada já perdeu a graça.

Se Zagallo fosse colocado no banco de uma praça no centro do Rio de Janeiro e avisado de que em breve os jogadores subiriam para o coletivo ao lado do chafariz, permaneceria ali por uns dez anos, até perder os sentidos.


Abraços,
Douglas Ceconello.

Publicado em julho 5, 2006 3:45 PM

Comentários

Brilliant.

Publicado por: Mojo em julho 5, 2006 2:58 PM

Hahahahaha, perfeito.

Eu comentei isso com muita gente: hoje em dia, o Pedro Ernesto fala que a seleção era só panela, o Guerrinha comenta que os jogadores não se davam, etc e tal. Mas só comentam isso quando o time perde. Enquanto estavam lá, era a copa mais fácil de todos os tempos.

Mas isso já foi notado no princípio com o Ronaldo - o MICHELIN. Ficaram 20 dias cobrindo até os peidos da seleção, e ninguém notou que ele estava fora de forma. Foi preciso aquela atuação ridícula contra a Croácia para que começassem a falar.

Publicado por: Francisco em julho 5, 2006 3:00 PM

Genial o texto.

Publicado por: Luís Fernando em julho 5, 2006 3:10 PM

A Globo investiu os tubos em direitos de transmissão enquanto rádios e mesmo outros veículos investiram mandando equipes enormes para a Alemanha.

Natural que a cobertura procurasse manter a audiência o mais mobilizada possível para a Copa ao invés de ficar avacalhando a seleção dizendo que perderíamos. Por isso o oba-oba. Até porque, mesmo com tudo errado, as chances do Brasil eram boas até.

Acho meio forçado (ou ingênuo) esperar que fosse diferente. Seria mais correto, com certeza, mas não funciona assim.

Publicado por: Alexandre em julho 5, 2006 4:30 PM

Mojo e Luís Fernando, gracias.

Francisco, esse tornou-se o comportamento padrão nos últimos dias. Eles obviamente queriam ficar na Alemanha para cair na festa.

Alexandre, se tu analisar bem, o comportamento das equipes de televisão e das rádios são muito diferentes. Vários profissionais do rádio passaram a criticar a seleção após a estréia. E eu não esperava que fosse diferente, mas nem por isso a crítica perde o valor.

Assim será eternamente, eles fazendo sempre o mesmo e eu criticando. :-)

Publicado por: Douglas Ceconello em julho 5, 2006 5:00 PM

Grande texto, e acrescento, este cargo é o melhor do Brasil, supera os cargos de Brasília/DF, bons hotéis, deve ter um bom salário, vê (acho que ele enxerga bem ainda ...) os jogos de um local privilegiado (Banco reservas), e ainda de repente consegue trocar uma camisa ou outra. O fracasso de Atlanta-96, levou um couro da Nigéria, e armou para os brasileiros receberem o Bronze antes de Argentina (Prata) e Nigéria (Ouro) no pódio Olímpico, me senti envergonhado na época.
Como jogador até qq leitor desde Blog jogaria naquelas copas de 58 e 62, acho que Garrincha e Pelé nem deviam passar a bola para ele, como técnico uma lástima, nem em clubes ele foi bem.

Publicado por: Fabricio Grzelak em julho 5, 2006 5:59 PM

a quantas anda o bolão?

Publicado por: Chico em julho 5, 2006 7:45 PM

Pelo lado jogador foi possível respeitar sim o Zagallo.
Se tu diz que qualquer um jogaria na seleção de 58 com Garrincha e Zico, deve ser lembrado que estes eram reservas de Julinho e Mazzola, se não me engano, ganahndo a vaga no time apenas no terceiro jogo. Zagallo já chegou a Suécia como titular. O lado esquerdo do Brasil era mais débil, mas ele era titular com sobras no time.

Como técnico foi triste. Um dos responsáveis diretos pela tática 'não nos preocupamos como ninguém joga, eles que devem se preocupar conosco'; como forma imbecil de querer provar uma pretensa superioridade antes mesmo da bola rolar.

Saldanha deixou a seleção quase pronta pro Zagallo, que trocou, mais uma vez se não me engano, Ado por Félix no gol e colocou o Tostão não sei no lugar de quem na frente, talvez Dirceu. Além de aceitar a intromissão do Medici pra levar DADÁ-esquenta-banco-que-é-uma-MARAVILHA.
Foi esperto, aceitou a idéia do general, manteve o Dario no banco a copa inteira e entrou pra história ao ser o primeiro jogador-técnico campeão na história.

Em nível de clubes foi um desastre, com desempenhos piores que o Walmir Louruz no Brasil-Pelotas-85 e no Juventude-99.

Se futebol é resultado, WALMIR LOURUZ PRA COORDENADOR TÉCNICO JÁ!

Publicado por: Vitor VEC em julho 6, 2006 2:38 AM

Na verdade, os titulares de 58 eram Mazzola e JOEL. Julinho Botelho não foi convocado pois atuava pela Fiorentina na época e não havia o costume de chamar jogadores de fora. O time escalado inicialmente estava caindo pelas tabelas e houve uma reunião onde os líderes da equipe exigiram a escalação de Garrincha e Pelé. Não disse que Zagallo não deveria ser titular, mas daquela linha de frente ele era o pior.

No mais, concordo com tudo.

Publicado por: Douglas Ceconello em julho 6, 2006 11:17 AM

Sobre o Bolão adiantarei apenas que ninguém acertou a fnal.

Mais informações serão transmitidas em códigos nas páginas dos periódicos desta sexta-feira.

Publicado por: Douglas Ceconello em julho 6, 2006 1:02 PM

Bah, comi mosca com esta: "...seleção de 58 com Garrincha e Zico..."
Deve ter sido a influencia da expressão 'Coordenador técnico'.

Publicado por: Vitor VEC em julho 6, 2006 5:14 PM

e demax so faltou uma fotu do kakábjs e ve se da procima vez bota fotu do kaká

Publicado por: victoria em novembro 15, 2006 3:21 PM

e demax so faltou uma fotu do kakábjs e ve se da procima vez bota fotu do kaká

Publicado por: victoria em novembro 15, 2006 3:22 PM

Walls have ears... Digory

Publicado por: Digory em novembro 22, 2006 12:55 AM

Hawks will not pick hawks' eyes... Zachary

Publicado por: Zachary em novembro 29, 2006 3:39 PM

Hawks will not pick hawks' eyes... Zachary

Publicado por: Zachary em novembro 29, 2006 3:40 PM

Hawks will not pick hawks' eyes... Zachary

Publicado por: Zachary em novembro 29, 2006 3:41 PM

There is no fire without smoke... Barbara

Publicado por: Barbara em novembro 30, 2006 2:18 PM

Publicado por: martyn-300 em maio 28, 2007 7:05 AM

Publicado por: martyn-300 em maio 28, 2007 7:05 AM

Publicado por: martyn-300 em maio 28, 2007 7:06 AM

Publicado por: martyn-362 em junho 1, 2007 7:37 AM

Publicado por: martyn-362 em junho 1, 2007 7:37 AM

Publicado por: martyn-362 em junho 1, 2007 7:37 AM

Publicado por: martyn-362 em junho 1, 2007 7:38 AM

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Publicado por: Jennifer em agosto 14, 2007 4:52 PM

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Publicado por: Jennifer em novembro 23, 2007 3:58 AM

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Publicado por: James em novembro 24, 2007 3:16 AM

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