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Bueno, evidente que os fatos do domingo (aquele do Gre-Nal) me fazem ressurgir do estado letárgico, o que não é muito já que logo dormirei sob o fogo da lareira e o fogo do álcool que me percorre misturado ao sangue. Como era de se imaginar, não devo falar dos acontecimentos que todos viram, seja pela edição de imagens da TV, ou ouviram, pelas narrações incontidas dos radialistas presentes ao Beira-Rio.
E brevemente hei de elencar todos os aspectos que me vêm à cabeça neste breve intervalo de cara a cara com o computador.
1- Impressiona o desconhecimento geral do espaço público chamado 'ARQUIBANCADA', ou de qualquer outro local que envolva a parte gramada de um estádio, principalmente o Beira-Rio, que foi o local do jogo de domingo. Tirando o ex-semi-colega Luciano Périco, da Rádio Gaúcha, e o intrépido Luiz Carlos Reche, da Rádio Guaíba, não teve qualquer outro relato decente acerca da ocupação espacial do estádio. Pelo jeito o torcedor não tem importância para a média da imprensa esportiva daqui.
2- Uma justiça pós-partida deve ser feita: Foi dito que integrantes gremistas invadiram a social colorada. De forma alguma e tem que se estabelecer a justiça dos fatos, aquela área detrás do gol fazia parte da área de separação entre os dois setores. Ninguém parou pra pensar, mas sócios do Inter igualmente invadiram a área vazia que servia para delimitar o espaço dos adversários. O confronto que teve a paulera do Gre-Nal aconteceu num espaço 'neutro', já que separava os dois grupos de torcidas.
3- Sem querer enveredar para a linha da comparação do 'aqui é melhor, lá é pior' que acaba desembocando em bairrismos, nacionalismos e toda uma gama dos 'ismos', como diria Ferris Büller, mas deve se rever aquelas grades do Beira-Rio. Que coisa mais fraquinha, até parece que a direção do Inter fez de propósito, colocou grades mais fracas para proporcionar sua destruição e acusar os 'derrubantes'. Antes não era assim, já teve entrevero bem na grade, mas na outra, a que dividia as duas arquibancadas, e aquela grade não caiu, mal cedeu ante a repetição de puxões de lado a lado.
4-A confusão ocorreu no pior momento possível levando-se em conta o maniqueísmo local. Em épocas de coloradas disputando fases final da Liber e o cambaleante Grêmio em zonas médio-medíocres-intermediárias da tábua de classificação. A famosa gota d'água que faltava para transbordar o copo.
5-Assim como o Fabricio deu o detalhe do lance da cobertura do clássico paulista e do SP - Estudiantes de LP dias atrás, agora só se comenta o que foi visto nas imagens. Parece que todos os 'profissionais' (palavra empregada pelo simples fato de ganharem dinheiro com a coisa toda, em oposição a nós, os amadores), não passam pelos portões do estádio, parece que chegam até as cabines de helicóptero. Porque não é possível que eles se calem sempre sobre os eternos exageros dos brigadianos, os 'especialistas' de 'segurança'. (Nota: as excessivas aspas indicam com maior persuasão as expressões mais corneteiras)
Do lado de fora de qualquer estádio, chegando uma hora antes da partida, sempre, e é SEMPRE MESMO, se vê atrocidades, ignorâncias, 'estupidezes', do pessoal que veste farda. Quantas vezes já me salvou o fato de morar perto do Olímpico para correr mais rápido que pude e me refugiar, deixando de ir a jogos.
Grêmio-Flamengo, Final Copa 97, o jogo que me vem à cabeça agora. O estádio lotado, então chega um pessoal vestindo rubro-negro. Xingamentos e muita bosta de cavalo voa de lado a lado. Um rojão explode a dez metros, os cavalos montados por outros semelhantes seus se jogam em cima de um público que tinha como maior preocupação apenas entrar e ver o jogo. A confusão se instaura e logo me vejo correndo sem saber com nem porque. Só lembro que faltando 100 metros pra chegar em casa, pego a chave do bolso e olho pra trás. Já não ninguém a não ser os motoristas de excurões do interior, mas já é tarde pra voltar atrás. O quarto era a minha arquibancada e a cama, minha cadeira cativa.
P.S.: Apesar de todos os resultados possíveis serem catastróficos pra mim, seguirei a finalíssima da Liber de perto.
Boa sorte a todos os envolvidos dirtamente na contenda.
* Não entendi a colocação 2.
* Aquela grade que dividiu a social da torcida visitante(a da direita de quem assiste o jogo dali) é mais fágil por ser móvel, assim como a oposta (a da esquerda) no olímpico.
Publicado por: Bueno em agosto 14, 2006 12:53 PM
"Que coisa mais fraquinha, até parece que a direção do Inter fez de propósito, colocou grades mais fracas para proporcionar sua destruição e acusar os 'derrubantes"
Tchê, este é o argumento mais inacreditável. Pinçado do contexto, é humorismo puro. Com a moldura de todo o resto, é de uma tosquice apavorante.
Publicado por: Hermano em agosto 14, 2006 3:04 PM
->Primeiro retruco: O ponto 2 indica que sócios colorados estavam envolvidos numa confusão dentro do estádio. Mas só se falou dos visitantes. Muito mais em razão das imagens e do fogo do que das más ações em si.
->Segundo: Do teu ponto de vista pode mesmo ser inacreditável. Até porque, pelo jeito, não frequentas muito os estádios.
Já vi diversas vezes aquele tipo de grade ser alvo de vândalos, e elas mal foram sensibilidadas pelos atos violentos.
Tosco sem dúvida já que sou eu que escrevo.
Publicado por: Vitor VEC em agosto 14, 2006 3:35 PM
Bom, eu estava no jogo. E se "levantar os punhos e ficar parado ao invés de sair correndo" significa que sócios colorados se envolveram na confusão, no teu ponto de vista, nem vou perder meu tempo argumentando.
Se os "machões" tivessem invadido pelo outro lado aonde as organizadas do Inter os esperavam, aí sim teríamos participação do dos "donos da casa". Mas além de invadir pra bater em velhos e famílias(a social do inter é composta por esse perfil), ainda tem gente que acha injusto serem considerados únicos culpados...francamente.
Publicado por: Bueno em agosto 14, 2006 4:26 PM
Dois anos de torcida organizada, mais ou menos uma dezena de estádios conhecidos no Brasil (em jogos do Inter e como 'turista') e uma ida à Bombonera.
Me conheça melhor. :)
Publicado por: Hermano em agosto 14, 2006 6:58 PM
Realmente, Vitor, o argumento da "cerca fraca" carece de sentido.
A cerca estava ali e, forte ou fraca, a intenção era que continuasse ali.
E o espaço entre as torcidas era do outro lado. Onde os gremistas invadiram era a social do Inter.
Publicado por: Douglas Ceconello em agosto 15, 2006 11:59 AM
Perfeitamente compreensivel que os colorados assim rebatam.
Comemorem seu título. Mas depois, quando for possivel rever os fatos daquele gre-nal, conversaremos com um pouco mais de lucidez.
"Dois anos de torcida organizada, mais ou menos uma dezena de estádios conhecidos no Brasil (em jogos do Inter e como 'turista') e uma ida à Bombonera.
Me conheça melhor. :)" Mas foi tu mesmo que indicou que há tempos não costuma omparecer aos estádios; e as coisas mudam.
Publicado por: Vitor VEC em agosto 16, 2006 9:53 AM
Porto Alegre: Olimpico, Beira-Rio, Passo d'Areia;
Canoas: ULBRA (se bem que nem conta);
São Leopoldo: Cristo Rei;
Cidreira: Sesinzão;
Tramandaí: Municipal;
Caxias: Jaconi, Centenário;
Veranópolis: Antonio Davi Farina;
Pelotas: Boca do Lobo;
Brasília: Mané Garrincha;
Belo Horizonte: Mineirão;
Rivera: Atílio Paiva Olivera
Tacuarembó: Goyenola;
Buenos Aires: Núñez, Excursionistas;
Lomas de Zamora: Florencio Sola
Só pra constar já que não tenho certeza da relevância deste tipo de currículo.
Mas seria bom a gurizada colorada reparar no TN Deportivo - www.tn.com.ar - como são os estádios com arames farpados, cercas eletrificadas e otras cositas más. Estes sim evitam qualquer tipo de contenda entre locais e visitantes.
Publicado por: Vitor VEC em agosto 16, 2006 10:03 AM
Many a little makes a mickle... Felix
Publicado por: Felix em novembro 22, 2006 1:11 AM
Little pigeons can carry great messages... Elias
Publicado por: Elias em novembro 30, 2006 3:21 AM
Little pigeons can carry great messages... Elias
Publicado por: Elias em novembro 30, 2006 3:21 AM