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Trecho da monografia de conclusão do curso de Jornalismo da UFRGS, que entreguei em 2005, quando finalmente consegui me tornar um desempregado.
Alheio a todos os conselhos que pregavam ser equivocado inciar um trabalho acadêmico com um relato pessoal, quis fazer uma pequena homenagem ao radiojornalismo esportivo, tão presente e necessário numa época em que era difícil acompanhar jogos pela televisão, até mesmo nos canais abertos. Segue a parte inicial da introdução.
"Era um rádio de madeira, parecia um caixote, e ficava na área de serviço. Vez por outra, principalmente aos sábados e domingos, ele emitia poderosos gritos de 'gol'. Corríamos até lá, meu pai e eu, para verificar se era 'nosso' ou 'deles'. Aquela era uma situação rotineira da minha infância. Ocasionalmente, lembro-me do pequeno rádio de madeira. Foi nele que comecei a escutar as jornadas esportivas. Quando criança, não conseguia definir muito bem a condução que o narrador fazia da partida. Eram muitas palavras por minuto, era ataque para um lado, contra-ataque para o outro. A minha impressão era de que o jogo andava em velocidade supersônica, não havia pausa. Porém, quando o anúncio do gol acontecia, sempre precedido pelo burburinho da torcida, durante aquelas frações de segundo que retardavam a confirmação do artilheiro, debruçava-me atento em cima do velho receptor para depois comemorar. Em seguida, o locutor chamava o repórter, que dizia: ‘ele entrou na área e desferiu uma bomba’, ou algo assim. Depois o plantão esportivo: ‘o time está subindo na tabela’. E eu saía feliz, ficava perambulando ao redor, sem entender praticamente nada quando a locução “metralhada” recomeçava. Até o próximo grito de gol. Com o passar do tempo, comecei a discernir o andamento das falas durante a partida, já podia acompanhar o narrador. Mais que isso, descobri que em dias que não tinha jogo, também havia programação esportiva. As mesmas vozes das jornadas debatiam diariamente, davam informações sobre os clubes. E até hoje eu perambulo em torno do rádio que transmite futebol."
O nome do trabalho é "Bandeirantes Esportiva em Porto Alegre". Falo sobre a história do rádio esportivo brasileiro e sobre a Bandeirantes, primeiro em São Paulo, depois em Porto Alegre. Dia desses, pretendo publicar aqui uma versão resumida das entrevistas que fiz.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Mempresta, to precisando.
Publicado por: Vitor VEC em setembro 4, 2006 4:26 PM
Beleza. Posso te mandar.
Publicado por: Douglas Ceconello em setembro 5, 2006 11:40 AM
Avante. Manda pro vec@...
Publicado por: Vitor VEC em setembro 5, 2006 5:12 PM
Caros!
Estou produzindo uma monografia sobre radio esportivo, um estudo de caso das narrações esportivas da transamerica em Curitiba. Preciso de ajuda para pautar a minha metodologia. Voce poderia me enviar o seu trabalho pra eu ter uma ideia de como produzir isso??
Pela atenção obrigado!!
Publicado por: Edilson de Souza em maio 12, 2008 1:11 AM