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Depois do lamentável começo da noite de futebol, fui agraciado com uma partida sensacional entre Nacional e Boca Juniors.
Mais de 50 mil inflamados torcedores compareceram ao Centenario, a esmagadora maioria apoiando os uruguaios e agitando suas bandeiras tricolores. Mesmo com a tendência de torcer para os locais, imaginei que o Nacional enfrentaria imensas dificuldades. Qual não foi a minha surpresa quando o jogo começou e o tricolor encurralou o Boca, todos os jogadores marcando como cachorros loucos.
Tejera comandava o time e teve a primeira grande chance. Brítez, Gonzalo Castro e Alonso eram monumentos em campo, celebrando de forma involuntária ícones que remetem a 1930. Com a marcação infernal dos uruguaios, os xeneizes cederam. Aos 18, Tejera abriu o marcador. Três minutos depois, Alonso aproveitou a bola que bateu no travessão e anotou o segundo. Da grandeza e qualidade do Boca eu já tinha pleno conhecimento, mas o Nacional foi gigante essa noite, principalmente na primeira etapa. Era como se os últimos 20 anos nunca tivessem existido e o tricolor ainda fosse aquele que sempre jogava à altura de sua camisa.
Fora de controle, Palermo fez três faltas duras em cinco minutos e foi expulso. Igualmente fora de si, Viana também levou vermelho ao tentar atravessar um argentino com um carrinho. Melhor foi ver que o uruguaio ficou totalmente desnorteado depois da expulsão, tentou não dar bola para o juiz e ficar em campo, e depois saiu correndo para o vestiário. Ingredientes indispensáveis para um bom espetáculo e que me deixaram profundamente comovido. No fim do primeiro tempo, o auriazul cresceu e conseguiu diminuir nos acréscimos, com Palacio.
Na segunda etapa, o Nacional morreu fisicamente, mas continuava marcando com força. O Boca dominou, com outra excelente atuação de Palacio, o melhor em campo. O time charrua ameaçou apenas com tiros de longe e em uma cobrança de falta de Delgado. Silvestre perdeu gol feito para os argentinos e Palacio quase marcou de cabeça. Tanto Bava como Bobadilla tiveram excelentes atuações.
Ao fim, 2 a 1 para os locais, que pelo que fizeram no primeiro tempo mereciam uma vantagem maior. A torcida saiu feliz. O Nacional jogou como há tempos eu não via, como eu queria ver sempre.
Um duelo de gigantes. Uma celebração ao futebol sul-americano.
Saudações,
Douglas Ceconello.
Escalações
Nacional: Jorge Bava; Diego Jaume, Diego Godín, Ignacio Pallas e Rodrigo Vázquez; Jorge Brítez, Javier Delgado, Agustín Viana e Marcelo Tejera; Gonzalo Castro e Diego Alonso. Técnico: Martín Lasarte.
Boca Juniors: Aldo Bobadilla; Jonathan Maidana, Matías Silvestre, Daniel Díaz e Juan Krupoviesa; Neri Cardozo, Pablo Ledesma, Claudio Morel Rodríguez e Nicolás Bertolo; Rodrigo Palacio e Martín Palermo. Técnico: Ricardo La Volpe.
Putz, e eu não consegui ver o primeiro tempo... mas só pela quantidade de gente que tinha no Centenario, jogando a morir uma "competição que não vale nada" como a sulamericana, fez valer a noite.
E se o Fernando Carvalho tiver algum discernimento, o Martin Lasarte pode aparecer no ano que vem no Beira Rio.
Publicado por: Francisco em setembro 29, 2006 9:12 AM
Vocês sabem aonde foi parar o Albin do Nacional? Ele enfrentou o Inter na libertadores e me chamou muito a atenção.
Tem 20 anos e, se eu não me engano, era volante.
Publicado por: Bueno em setembro 29, 2006 9:54 AM
"No fim do primeiro tempo, o auriazul cresceu e conseguiu empatar nos acréscimos, com Palacio."
não empatou, diminuiu.
e depois de ler o texto, fiquei com vontade de assinar um pacote de tv a cabo pela primeira vez em três meses.
Publicado por: m em setembro 29, 2006 10:43 AM
Valeu, m, vou corrigir.
No domingo, tem Boca x Vélez, às 16h, ao vivo no sportv, devido à eleição brasileira.
E, Bueno, o Albin foi em julho para o Getafe, contratado por cinco anos.
Parece que o Inter leu meus pensamentos e teria se interessado no Castro.
Pena tu não ter visto o primeiro tempo. O segundo também foi bom, mas no primeiro o negócio pegou fogo.
Publicado por: Douglas Ceconello em setembro 29, 2006 11:52 AM
O Castro é uma boa, ia entrar muito bem no colorado.
Mas meu sonho continua sendo um ataque com Rodrigo Palacio e Fernandão. Pena que só em sonhos mesmo.
Publicado por: Francisco em setembro 29, 2006 12:38 PM
Palacio talvez seja o melhor jogador da América atualmente. Joga nas duas posições do ataque, não cai a todo momento, é rápido, habilidoso e sabe cabecear. Um demônio.
Publicado por: Douglas Ceconello em setembro 29, 2006 1:06 PM