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janeiro 30, 2007

ELE estava no meio de nós

Pense rápido e responda: quantas vezes você já se arrependeu na vida por ter a chance dourada de dizer a alguém o quanto essa pessoa é especial para você, e não fazê-lo?

Pense no quão dolorido é guardar no peito a mágoa por uma palavra reprimida. Ações equivocadas, exteriorizadas, provocam desde uma leve ressaca moral até traumáticos términos de noivado. Porém o solo abrasador das nossas entranhas a tudo digere, disso temos certeza. Não há mal que dure para sempre. De fato, espinhoso, mesmo, é o não-dito, a atitude contida, o calar que sufoca a explosão, a cautela que inibe a ousadia majestosa. É o excessivo cuidado que nos tolhe a própria vida.

O não-realizado, esse sim, arde para sempre, com o gosto amargo do sonho podado.

Felizmente, em meio à confusão etílica que inundava as sinapses do meu cérebro e os acordes dissonantes das guitarras e cornetas que emanavam de um trio elétrico, neste domingo último, pude olhar no fundo dos olhos da Besta do Apocalipse e abrir meu coração.

Dinho.

O Cangaceiro. O Bandido do Sertão. O Terror dos Firulentos. O Chupa-Cabra. O Colecionador de Ossos.

O Marginal da meia-cancha. O Anti-herói da Azenha. O Wolverine caboclo. O Emissário da Morte.

O Deus, ou melhor, o Anjo Caído da raça gremista. O nome de uma era. O homem que me fez vibrar com uma voadora tanto quanto com um gol. O homem que dez anos depois de uma das mais apoteóticas batalhas já vistas nos gramados do auto-intitulado país do futebol, ainda sentiu gosto de sangue na boca a ponto de avançar sobre seu antigo rival em uma casa noturna e reeditar uma peleja inconcluída perdida no tempo e no espaço, e proclamar: “Para mim, não está acabado!”.

Dinho. O Huno da Libertadores, com três troféus no armário. O Dinho dos Cartões Vermelhos. O Dinho, jamais esqueçamos, que dava a verdadeira e velada segurança para que Juninhos, Palhinhas e Raís brilhassem no pretensamente cândido São Paulo do finado Telê. Dinho, jamais percamos de vista, da Seleção Brasileira.

Sinceramente, quando recebi o convite para integrar o camarote VIP da Prefeitura de Capão da Canoa em recente evento carnavalístico-Bahia-emulator, em uma cinzenta Avenida Beira-Mar de um final de semana repleto de mormaço, pensei que seria a oportunidade de - como tantas em minha vida - encher a caveira de cevada for free rodeado de pessoas queridas e música ruim. Foi mais do que isso.

Absolutamente despreocupado com a ausência de uma das atrações (dizem que o vôo do Araketu teve problemas no aeroporto de Salvador e a trupe não conseguiu deixar a capital baiana a tempo), e preocupado, sim, com as reposições de cerveja geladíssima no camarote, minha íris filmava a folia gaudéria de inspiração soteropolitana com um certo ar que misturava contemplação reflexiva e momentos de requebrar frenético e desajeitado. Em um dado instante, eu e o amigo que me acompanhava na empreitada decidimos que não haveria possibilidade de freqüentar um evento como esse sem dar ao menos uma conferida no frege dos popularescos, e nos permitimos uma ousada excursão ao chão, território hostil onde nossos abadás diferenciados e nossas pulseirinhas não valiam absolutamente nada. E foi em meio aos pulos atrás do caminhão de uma renovada Banda Eva que o avistamos. Minha prima (outra das integrantes do camarote da corte praiana) ainda reforçou a convicção, perguntando, diante de nossos olhos incrédulos, se aquele que ali dançava e bebericava na latinha de Skol ao lado de uma ouriçada loirosa não era “alguém” no hall of fame gremista. Era mais do que “alguém”. Era ELE.

Por um momento pensei em manter minha política pessoal (altamente praticada quando me encontro em areias cariocas) de, aconteça o que acontecer, NÃO IMPORTUNAR celebridades.

Porém, pensei na minha já desbotada camisa da Penalty com o cavalinho da Renner em ambas as mangas; pensei em cada duelo com o Palmeiras vencido com afinco e acompanhado em clima de Instituto de Cardiologia, pela televisão; pensei, principalmente, na época da minha vida em que não havia contas de luz para pagar, não havia Mestrado, não havia clientes telefonando: a época da minha vida em que, pelos corredores do Colégio Bom Conselho, apenas o futebol importava de verdade. E nesses dias dourados em que o esporte bretão era tudo, meu time, o MEU time, tratou de proporcionar um dos maiores amores correspondidos que alguém pode ter. O Grêmio tinha a equipe mais incrível do mundo. Eu precisava transmitir um pouco disso ao Dinho.

Caminhei decidido até ele, como quando ele próprio fazia rumo ao DESMONTE das pernas dos meias-atacantes faceirinhos. Esperei uma brecha entre ele e a moçoila rebolativa e me posicionei cara-a-cara com o demônio. Só depois do ato involuntário me dei conta de que não é muito interessante ter um desconhecido infiltrado bruscamente entre alguém e sua pegada em meio a uma micareta em que todos os presentes se encontram entorpecidos alcoolicamente. Seu olhar me fulminou e nem nos vários assaltos que já sofri me senti tão próximo da morte.

Aproximei-me do ouvido de Dinho conformado em receber, talvez, em resposta, uma mordida em minha jugular que me drenaria o sangue inteiro. Não foi o caso. Gritando para tentar superar os versos de “Arerê”, rapidamente deixei a emoção fluir e sustentei para o Dinho o quanto ele representou na minha vida, o quando ele inspirou meu estilo de jogo e o quanto ele fez pelo orgulho daqueles que, como eu, primam pelos rasos limites técnicos com a redonda nos pés: ele, Dinho, é uma espécie de figura arquetípica que serve de redenção para os toscos do mundo inteiro. Dinho é, foi, e sempre será um vencedor.

Revelei para Dinho, sem medo de ser feliz, o quanto o admiro, o quanto vibrava com sua figura mítica em campo, o quanto de carinho tenho por uma fase da minha existência em que ele foi um dos protagonistas maiores. Os gregos tinham Zeus, Hermes e toda a árvore genealógica do Monte Olimpo. Eu tinha Jardel, Arce, Arílson. Eu tinha DINHO.

O CÃO me fitava imóvel. Terminada minha ladainha (que, admito, não sei se durou quarenta segundos ou duas horas, tamanho o acelerar de meus batimentos), ele bebeu mais um gole de sua cerveja, sorriu com o canto da boca (como fazem os vilões), e ostentando um olhar inabalavelmente pétreo (mas carregado da sinceridade de menino nordestino que ainda reside em algum lugar daquela alma) disse, simplesmente: “Obrigado”.

Afastei-me com receio de importunar MAIS o colosso, e por isso me despedi, com a certeza de que aquele momento ficará para sempre em mim, sem a exuberante pretensão de que ele também sentiria algo parecido. O Dinho jamais sentiria algo parecido. Dinho jamais sentiria ALGO, aliás. Dinho, conforme resultados de recente exame de DNA, é o PAI de Chuck Norris.

Importante salientar que ao lado de Dinho havia também o importantíssimo (porém, diante da situação, quase irrelevante) CARLOS MIGUEL. Carlos Miguel que guarda uma ESTRITA semelhança com o Rei Pelé: são os dois únicos ex-atletas no mundo que mantêm o mesmo peso mesmo depois de anos de inatividade. Pelé, aos 65, continua com corpo de guri. Miguel, quase uma década após o fim da carreira, segue com o corpo de quando jogava, ou seja, pesando algo parecido com o que pesa alguém sedentário de 65 anos.

Mas isso é outra história.

Texto enviado pelo leitor Gabriel Divan.

Publicado em janeiro 30, 2007 2:46 PM

Comentários

Eu vi esse homem colocar os pés na calçada da fama Tricolor, junto com o China. Eu vi esse homem chorar ao falar do Grêmio, nessa e em tantas outras oportunidades de jantares festivos, mais de cinco anos depois dele ter sido vergonhosamente dispensado do Olímpico. E me abala a alma que ele ainda não tenha sido BUSTEADO como o verdadeiro redescobridor da alma do verdadeiro jogador do Grêmio - para quem não importa a técnica refinada, mas importa sim deslocar-se como um búfalo travestido de jogador de rúgbi em direção à meta adversária. Não importanto o que (ou quem) esteja na frente.

Publicado por: Jeferson em janeiro 30, 2007 2:51 PM

Ler meu humilde relato publicado em tão garboso veículo é de uma emoção tal que quase se compara ao ÊXTASE de rever aquela imagem da VOADORA ASSASSINA dada pelo REI no Negretti. LONGA VIDA ao Impedimento!

Publicado por: The Gabriel, himself em janeiro 30, 2007 3:03 PM

demitido por telefone pelo Cacalo.

Publicado por: Luís Felipe em janeiro 30, 2007 3:25 PM

cara! Muito afú esse texto, mas confesso q imaginei uma catarse entre vcs, q ele iria falar um monte de coisas e no fim, levantando a camiseta de folião estaria aquela camiseta do Grêmio supra citada... bom, no fim ele só disse obrigado, q é bem mais condizente com o jeito Dinho de ser (ele não te deu um carrinho?).

Me lembrei de uma coisa. Pergunto a vcs se foi sonho meu ou realmente aconteceu... Teve um jogo Grêmio X Framengo q por volta dos 5 min do 1º tempo enquanto o Sávio corria com a bola pela lateral esquerda, eis q surge o nosso T2 sem freio e arremessa a criança na pista atlética. Óbviamente ele foi expulso em seguida...

Isso realmente aconteceu? ou eu sonhei?

abs

Publicado por: alemão em janeiro 30, 2007 3:26 PM

Aconteceu. Só que foi aos 40min do primeiro tempo do jogo de 1997, final da copa do Brasil (por isso o João Antônio jogou, por sinal, e meteu uma janelinha e fez o primeiro gol no Maraca).

Até nisso o Dinho era visionário!

Publicado por: Jeferson em janeiro 30, 2007 3:32 PM

era verdade? afú! mas teve um jogo q ele foi expulso aos 5min de jogo...não lembro qual...sei q o felipão ficou puto com ele...

gurizada achei um golaço do Dinho contra o olímpia. oitavas da liber 95. 3X0 lá...

fica em homenagem...

http://www.youtube.com/watch?v=KmhAYyMoVUs

Publicado por: alemão em janeiro 30, 2007 3:37 PM

MUITO BOM! FALTOU SÓ UMA IMAGEM OU VÍDEO

Publicado por: JOÃO em janeiro 30, 2007 3:43 PM

Grande texto. Entendo bem esse sentimento. Uma vez encontrei o Figueroa na rua e a vida quase se esvaiu pelas minhas veias.

Depois do jogo entre Inter e Barcelona, o Sóbis entrou ao vivo na Guaíba, aos prantos: "não acredito que o meu time é campeão do mundo". Depois disso, tive a idéia fixa de reverenciá-lo e beijar seus pés. Há jogadores que ultrapassam o conceito de atletas profissionais.

Discordo apenas de uma coisa no texto e nos comentários. O Dinho, sem dúvida, era um CANIBAL, mas também era uma BAITA jogador, de passe apurado e chute potente.

Publicado por: Douglas Ceconello em janeiro 30, 2007 3:47 PM

uma outra curiosidade é que o Dinho foi ídolo e é fã do Grêmio, mas o título mais importante que conquistou na carreira foi pelo SPFC- a Copa Intercontinental de 1993.

No mais, não pretendo me manifestar sobre o que penso do Dinho para não causar polêmicas desnecessárias.

Publicado por: Luís Felipe em janeiro 30, 2007 3:50 PM

o texto é realmente fantástico.

Publicado por: LF em janeiro 30, 2007 3:53 PM

chute potente podemos ver no video q postei aí em cima. Canibalismo, ainda to procurando...

Publicado por: alemao em janeiro 30, 2007 3:54 PM

Eu vi. Eu estava lá. E digo mais: falei pros caras que ainda guardo suas figurinhas do álbum do Campeonato Brasileiro 96. Essa parte não sei se credito à coragem, paixão ao tricolor ou ao alto teor alcoólico impregnado na massa. "Coquê dandalunda maimbanda..."

Publicado por: A prima do Gabriel em janeiro 30, 2007 4:01 PM

Sem dúvida, Douglas! Fora o excesso de ENERGIA (...!) um excelente meio-campista, de bom e preciso chute (chegou a marcar gol em GreNal, o que é para poucos!). Como eu disse: já vestiu a canarinho (com méritos).

Mas sem dúvida, sua marca registrada é seu estilo, digamos, POUCO CÍVICO, mais propenso à esse tipo de saudosismo...

Publicado por: Gabriel em janeiro 30, 2007 4:16 PM

Excelente texto. Era uma época muito boa, ótimas recordações. Putz baita time.
O Dinho tinha que ser contratado pelo Grêmio para ser uma espécie de consultor, conselheiro, pra ensinar a rapaziada que chega e as categorias de base um pouco de sua arte.

Publicado por: Fábio Escobar em janeiro 30, 2007 4:30 PM

Ave, Dinho.

Ótimo texto, Gabriel, que sejamos inspirados por ti, por ele e outros grandes libertadores da América neste ano do TRI. Nutro os mesmos sentimentos pelo jogador que, aliás, fez o gol do título americano. Fazia, também, ótimos e longos lançamentos.

No mais, também morrerão comigo guardados Danrlei, Arce, Adílson, Rivarola, Jardel, Émerson, Roger, Arílson, Miguelito, Felipão e Koff.

Publicado por: Rômulo Arbo em janeiro 30, 2007 5:06 PM

Sem esquecer o GRANDE GOIANO!

Tava pensando... um grande time, parece, deve ter uma escalação na ponta da língua, inquestionável, daquelas em que, havendo a ausência de um, provoca a instantânea pergunta - "por que o Paulo Nunes não joga hoje?", "terceiro amarelo". E esse time tinha isso.

Publicado por: Rômulo Arbo em janeiro 30, 2007 5:13 PM

Sem esquecer o GRANDE GOIANO!

Tava pensando... um grande time, parece, deve ter uma escalação na ponta da língua, inquestionável, daquelas em que, havendo a ausência de um, provoca a instantânea pergunta - "por que o Paulo Nunes não joga hoje?", "terceiro amarelo". E esse time tinha isso.

Publicado por: Rômulo Arbo em janeiro 30, 2007 5:15 PM

De arrepiar!

O Dinho foi o maior expoente daquele time multicampeão dos anos 90! E um fato que poucos lembram é que foi ele que nos deu o gol do Bi-brasileiro de 96, quando aos 75 minutos de jogo corre até a lateral e fala "Professor, coloca o Aílton no meu lugar" e aos 39 a mágica aconteceu, com uma das maiores comemorações de gol que já vi e que recorre a mente mesmo 11 anos depois. Aquele gol contra o Olímpia na semifinal da Libertadores que nos colocou na final foi um dos que mais comemorei, no alto dos meus 10 anos! Foram tantas alegrias com Dinho que vai demorar pra alguém igualá-lo, se isso é possível. Te cuida Chuck Norris!

Publicado por: Léo em janeiro 30, 2007 5:22 PM

De arrepiar!

O Dinho foi o maior expoente daquele time multicampeão dos anos 90! E um fato que poucos lembram é que foi ele que nos deu o gol do Bi-brasileiro de 96, quando aos 75 minutos de jogo corre até a lateral e fala "Professor, coloca o Aílton no meu lugar" e aos 39 a mágica aconteceu, com uma das maiores comemorações de gol que já vi e que recorre a mente mesmo 11 anos depois. Aquele gol contra o Olímpia na semifinal da Libertadores que nos colocou na final foi um dos que mais comemorei, no alto dos meus 10 anos! Foram tantas alegrias com Dinho que vai demorar pra alguém igualá-lo, se isso é possível. Te cuida Chuck Norris!

Publicado por: Leo em janeiro 30, 2007 5:29 PM

Tem um texto excelente do David Coimbra que saiu na Zero Hora em 2005 sobre o Dinho...

"- Às vezes o Paulo Nunes reclamava: "Puxa, eu estou apanhando lá na frente. Vocês não vão fazer nada aqui atrás???" Aí nós tínhamos que tomar uma atitude."

fiuahsdfuhnjakdsfnakldsjfhn

achei o texto na íntegra neste link aqui:
http://oguri.blogspot.com/2006/09/dinho-o-melhor-volante-de-todos-os.html

Publicado por: fino em janeiro 30, 2007 6:20 PM

Cara,
Texto bom BRAGARÁI. Morri.
Encontrei o Dinho nas cadeiras do Grêmio e não conseguí articular nenhuma palavra, "se fue".
Manda uma copia pro Pelaipe.

Publicado por: JB em janeiro 30, 2007 8:40 PM

Morri de novo:
"...Goiano batia e pedia desculpas.
- Eu não, eu batia e dava as costas, ia embora. O Goiano é um cara educado, atleta de Cristo. Ele sempre pedia desculpas."

Publicado por: JB em janeiro 30, 2007 8:44 PM

Eu também participei deste momento. Devo dizer que, ao ver o Gabriel se aproximar d'A BESTA, temi por sua vida. Diante da (falta de) reação de nosso herói, tomei coragem e também me dirigi à Ele.

Vale relatar também que Carlos Miguel já está maior que aquele ex-jogador de futsal, o Choco. Daqui a pouco, alcança Dom Dieguito...

Publicado por: Gralha em janeiro 30, 2007 9:44 PM

Acho que quem demitiu o dinho por telefone nao foi o Cacalo, e sim o Marcio Bolzoni. A confirmar.

Publicado por: Caco em janeiro 31, 2007 11:53 AM

"uma outra curiosidade é que o Dinho foi ídolo e é fã do Grêmio, mas o título mais importante que conquistou na carreira foi pelo SPFC- a Copa Intercontinental de 1993."
Exatamente Luis Felipe, isso definea identidade que a torcida gremista possui. Recentemente a revista Placar elegeu a equipe dos sonhos dos grandes clubes, votavam torcedores ilustres. O Dinho estava no time do Grêmio. No SPFC não, obviamente. Por isso digo que o texto desso post foi um dos melhores que já li no Impedimento. Quase chorei ao lembrar da alma daquele time. Parabéns Gabriel Divan.

Publicado por: Roger em janeiro 31, 2007 11:56 AM

apesar de ter sérias restrições quanto ao jogador Dinho - na minha opinião, ele acabou a carreira quando optou por bater mais e jogar menos - é necessário reconhecer que a história dele com o Grêmio é fantástica. Ele já era um multicampeão quando pisou no Olímpico, poderia ser um Jorge Wagner da vida. Mais um mercenário a entrar e sair como se fosse um emprego qualquer. Durante anos, representou a identidade máxima daquele time do Felipão, criando na torcida tricolor um imaginário de herói cangaceiro.

E o mais impressionante, ele foi dispensado do Grêmio de uma forma completamente estúpida, nada a ver com a sua biografia e história pelo clube. Aquela dispensa foi a primeira morte da sua carreira, não se firmou mais em time algum, encerrou os seus dias como jogador pobre e endividado. Mesmo assim, ele mantém um carinho impressionante pelo Grêmio, tanto que já assistiu jogos na Geral.

É um resquício de romantismo no futebol moderno.

Publicado por: Luís Felipe em janeiro 31, 2007 2:15 PM

Dinho jogou no Novo Hamburgo e deu um soco em um juiz num amistoso. Quando eu ia para casa, vi ele chutando algum carro no estacionamento do Santa Rosa.

Quase parei para pedir um autógrafo pela bela cena, mas o sofrimento causado por ele falou mais forte.

Publicado por: Francisco em janeiro 31, 2007 3:03 PM

Lembro dele comemorando afu quando desclassificou o Inter da Copa do Brasil jogando pelo América-MG...

(era esse time mesmo?)

Publicado por: fino em janeiro 31, 2007 4:48 PM

sim, foi o epílogo da sua carreira. Isso foi em 1998.

Publicado por: Luís Felipe em janeiro 31, 2007 5:01 PM

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