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fevereiro 5, 2007

La 'V'

Estive fora por longas três semanas. Durante a minha ausencia, Douglas Ceconello consagrou impropérios contra um dos meus clubes favoritos na face da terra, o nem sempre bem reconhecido:

CLUB ATLÉTICO VÉLEZ SARSFIELD

Claramente há uma impressão distorcida por parte do Douglas, o Vélez é muito mais que isso.
Em forma de resumo, elenco a seguir os pontos que considero importante citar na hora de defender o CAVS.

1 - "Un equipo de barrio, jugando a lo grande" é um dos motes do clube, isto diz muito.
Não so Nueva Chicago, mas tambem o Chacarita é um rival historico. Já apanharam muitas vezes nas imediações da estação Liniers do trem metropolitano.
E nao é apenas de um bairro, mas de vários. Desde a Floresta até Liniers, passando por Villa Luro, Vélez Sarsfield, Villa Real, Monte Grande e Versailles, o Vélez esta presente em todos eles. A presença dos nomes dos barrios nos cantos, nos trapos e nas pichações em cada muro branco confirmam a 'inserção local' na zona oeste da capital. E não só da capital. Merlo, Ciudadela e Morón também são localidades onde a 'V' se faz presentes.

2 - O estádio é o melhor da capital, levando-se em consideração os aspectos para os profisionais e para os torcedores. Poderia ter maior capacidade, mas de toda forma, é um baita estádio. Funciona muito bem como panela de pressão. A arquibancada poderia ser menos inclinada, mas é interessante ver um jogo por cima do alambrado, fato impossível em oitros estádios de lá.
O sistema de som é o melhor do país. Não por acaso, sedia muitos shows nacionais e internacionais. Quando a questão é primar pela qualidade do som, as produções artísticas se inclinam pelo Amalfitani em vez de ir pro River ou pro Obras.

3 - Não e considerado um 'grande'. Mesmo assim o é de fato. A torcida não esquece disto e recorda aos cuervos de San Lorenzo que, para ser grande, é necessário ganhar pelo menos a Liber.

4 - É um clube que aparenta manter a 'dignidade' e preserva a tradição de origem italiana do início. Nao esquecer de onde se vem é uma bela fórmula para nao se perder no futuro. Na parede acima das tribunas e dos espaços da imprensa, podem ser vistas todas as evoluções do escudo do clube e o antigo tricolor em vermelho-verde-branco foi substituído pelo azul-branco. Apesar das cores diferentes, a Itália está presente no Amalfitani, a começar pelo antigo herói homenageado com o nome do estádio.

5 - Na pracinha em frente ao estádio, as árvores sempre contam com faixas de apoio ao clube por parte dos torcedores, anônimos e os integrantes da 'pandilla'. Da concentração, o jogador que observa a praça, tem sempre a sua frente uma mensagem de carinho e apoio, que deve servir nas horas importantes.

6 - Deixei por último o lado místico do lugar. Liniers é o bairro da fé.
A igreja de San Cayetano, um dos santos mais cultuados do país (é o santo do 'Pan, paz y trabajo'), recebe mais de dois milhões de fiéis (ou nem tanto) no domingo de agosto que é destinado a sua homenagem.
Como se não fosse bastante, do outro lado da rua, várias santerías oferecem os mais diversos artigos de religião, desde o mais clásico rosário católico até o mais forte caboclo de encruzilhada.
E é claro que esta presença tão próxima ao estádio invade seus portões quando isto se faz necessário.

Ainda com a imagem do tio taxista ao meu lado na popular, do telão gigante com as mega caixas de som ao lado e de Mauro Zárate, Papa e La Volpe comemorando o terceiro gol.
Saúdos, Vitor VEC

Publicado em fevereiro 5, 2007 3:25 AM

Comentários

Sou mais o Huracán e o seu belíssimo Tomaz Ducó. Certamente é o mais belo estádio argentino.

Publicado por: Francisco em fevereiro 5, 2007 8:34 AM

Talvez, mas tu só sai de lá daquela favela com a proteçao da policia federal.

Publicado por: Vitor VEC em fevereiro 5, 2007 9:16 AM

Ou vestindo uma camisa do Globo e nada mais; aí também passa batido.

Publicado por: Francisco em fevereiro 5, 2007 9:34 AM

Vitor, respeito tua estima pelo Vélez, mas nada do que tu disse refuta meu argumento principal:

"O Vélez Sarsfield é o Juventude que ganhou uma Libertadores. Nada contra el Fortín, mas me parece meio sem sangue nas veias. Embora o estádio pareça ter recebido bom público ontem, a torcida nunca vai."

Nos comentários do mesmo post, eu disse:

"Acho o Amalfitani muito massa, gosto do nome do clube a acho a camisa linda. Mas - é claro que isso é uma impressão - ainda falta uma identidade ao time, o fator camisa, aquelas coisas que eu ADORO. shshgs"

[agora vou imprimir essas duas citações a mim mesmo e entregar como projeto de pesquisa para doutorado]

Publicado por: Douglas Ceconello em fevereiro 5, 2007 11:41 AM

bom, identidade não falta, como provou o Vítor. Talvez falte futebol e massa para concorrer com os grandes.

Eu já fui no estádio do Globo e saí vivo. E depois fui conhecer o Barracas Central, dentro da estação de trem que vai para Rafael Castillo. Muito engraçado imaginar o gol olímpico de Onzari sendo marcado ao lado dos trilhos e dos vagões, com o apito das marias fumaças abafando o apito do referee.

Publicado por: Luís Felipe em fevereiro 5, 2007 2:04 PM

Não tem como.

Tu confundiu Barracas Central com Sportivo Barracas.
Aquele é o do estádio dos trilhos, este é o clássico 'Barracas' dos tempos de liga 'amateur' platina.

O estádio do 'gol olímpico' foi abaixo e não existe mais. Hoje, uma praça se instala onde estavam fincadas as traves de madeira que receberam a primeira bola direta de um corner.


Quanto ao Vélez, parece que meu intento foi infrutífero. Só te levando lá em Liniers mesmo em agosto pra que tu veja om olhos próprios, Douglas.

Publicado por: Vitor VEC em fevereiro 6, 2007 8:58 AM

Estamos aí! : )

Publicado por: Douglas Ceconello em fevereiro 6, 2007 10:57 AM

obrigado pelo esclarecimento.

Publicado por: Luís Felipe em fevereiro 6, 2007 5:23 PM

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